A Garganta da Serpente

Adalberto Caldas Marques

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Vento que bate em meu rosto
Enquanto estou aqui, indo
Entediado com a mesmice diária.

Rodeado de rostos anônimos
Que não me dizem nada
E nem desejam ouvir de mim
Coisa alguma.

Pele oxigenada por um sol
Sem nuvens, sem véus
Me enche de desejos.

Viagem mais longa
Do que esperava
Em minha impaciência
Me tira a calma,
Me tira do chão.

Inspiração se vai,
Ou não,
Com o bate papo vizinho.

Pela janela consigo ver
O tempo que passou
Um tempo que não volta
Que não se consegue recuperar.

Janela mágica
Por onde vemos
Vidas passarem diante
De nossos olhos.

Somos invisíveis a olhos nus
Ou devemos ser
Rápidos como a velocidade da luz.

Pois não somos notados,
Nem mesmo por esta marca de tinta
Em uma pele bronzeada
Por um sol oxigenado.

São "obrigados" e "Vai com Deus"
Não espero que Deus demore tanto
A chegar em algum lugar
Quanto nós.

Pessoas passam sobre minha cabeça
Sob meus pés já passaram
Cabeças de tantas outras
E ainda não vejo próximo meu destino.

De repente meu desejo
Se levanta e vai embora
Isso é triste pois
Nunca mais o encontrarei.

Mas fico feliz
Pois se aproxima meu destino
É hora de descer
E voltar a vida real.


(Adalberto Caldas Marques)


voltar última atualização: 08/09/2009
3497 visitas desde 08/09/2009

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente