A Garganta da Serpente

Ana Correia

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VAZIO

Inútil, vazio, oco,
Assim está o meu peito!
A cada dia que passa,
A cada sonho desfeito!
Perdi o norte, a esperança,
Uma andorinha sem asas!
Sinto crescer as raízes
Que me prendem, asfixiam,
E me queimam como brasas!
Não vejo, nem posso ouvir!
Das sombras que me rodeiam
É impossível fugir...
Sei que existem outros mundos,
Que há locais onde o sol
Continua a brilhar,
E os pássaros chilreiam,
Mas aqui, onde me encontro,
Os silêncios são profundos!
Inútil, vazio, oco,
Assim está o meu peito!
Não encontro solução...
No deserto onde me deito
Está desfeita a ilusão!
Só me resta um grito rouco...
Onde estás, meu coração?
Tão vazio o meu peito!


(Ana Correia)


voltar última atualização: 03/05/2010
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