A Garganta da Serpente

Achel Tinoco

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Para josé, o Dirceu

E agora, José?
A farra acabou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem rosto,

você que fez plástica,
que zombou do povo,
e agora, José?

Está sem discurso,
está sem caminho,
já não pode mentir,
já não pode enganar,
cuspir já não pode,
o perdão não veio,
o riso não veio,
não veio a orgia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
sua enérgica palavra,
seu instante de febre,
sua busca ao ouro,
seu teto de vidro,
sua incoerência,
sua arrogância - e agora?

Inelegível, quer ganhar um voto,
não existe mais voto;
quer viver no Planalto,
quer ir para Brasília,
Brasília não lhe pertence mais.
José, e agora?


(Achel Tinoco)


voltar última atualização: 10/01/2006
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