Sozinho Nesse Sítio Eu Dispenso
sozinho nesse sítio eu dispenso
eu dispenso me alcanço ainda tenso
nas miragens que me deslumbravam
outrora quando inerte me dizia
olha a hora ansioso em busca
das sofridas ainda cedo
que se escondiam e sorriam
me estreitavam junto a porta
eram tempos que se mesclaram
com as lembranças com o mundo branco
e omisso que era triste e me levava
sem que eu soubesse ao oeste
seco e negro sem perdão como um morcego
eu sentia me magoava e ao mesmo tempo
pensava como um simples que se confunde
com a vida que se enrola e se perde
pulsa em surdina na neblina das comportas
e se cansa como uma velha matreira
que pariu tantas vezes e secou
se encolheu dentro da terra
no édito que conclama a minha alma
a voz celeste silente se expressa
nos meus ouvidos moucos tão cansados
na mensagem que enuncia o caminho
aquele há tanto tempo usurpado
por algozes com adagas nas suas bocas
com estreitos planos já falidos
pobres reis de si mesmos e suas leis
(25/11/2010)
(Abilio Terra Junior)
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