Nenhum rochedo permanece ileso
nenhum rochedo permanece ileso
ao encontro com as ondas do mar
se imagina uma ilha em si mesmo
ao ardor dos raios do sol
troco sempre de passo na tarde
ainda trôpego levanto-me de manhã
entre ocasos fortuitos não me inspiro
leio versos nascidos em outras terras
vozes que se expressam em outras línguas
em diferentes tensões vibram
como um jorro que ondeia
em vagas que cismam e perfilam
entre tantas terras que se espalham
permaneço entre elas
e me centro sinto-me
então nasço aos poucos
palavras são muitas
e os sentidos se levantam
nos seus brios de meninos
se estreitam em seus braços
as músicas que me embalam
em tons vagos
são aquelas que minha alma
tanto adora
meus tons e semitons surgem
faceiros como sempre
levam-me aos terreiros
dos altiplanos no tórrido
planalto que surgiu do nada
(15/03/2010)
(Abilio Terra Junior)
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