A Garganta da Serpente

Anibal Beça

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FUI EU

Os olhos denunciam meu enigma
e fui eu o primeiro a descobri-lo.
Pensei até tratar-se de um engano.
Desses que vêm em sonhos com seus danos,

e sempre se esparramam derramando
o fel da fúria forte, o seu comando

de besta desgarrada de um eclipse,
no galope do vento e sua elipse,

tangendo o trote baço, o nevoeiro
dos cascos das estrelas, a poeira

cósmica dessa dança do universo.
Não era. Estava ali. Claro e disperso

no escuro do meu quarto, alumiando
intermitente, brasa em fogo brando:

esse cuspe lampeiro, luz do campo,
raio de vago lume: o pirilampo.


(Anibal Beça)


voltar última atualização: 01/09/2009
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