A Garganta da Serpente
Ouroboros histórias sem fim

MENTIRAS


        Era uma madrugada fria e seca. O cobertor havia caído no chão e Gabriel tremia sem perceber. Laura o observava em silêncio, após se vestir. Estava encurralada: pela primeira vez, sabia que não poderia mais deixá-lo. Mas tantas coisas deixaram de ser ditas... Talvez fosse tarde demais para dizer a verdade.
        Talvez a mentira fosse o que ele queria realmente ouvir. O medo começou a dominá-la, sentiu-se invandindo por um sentimento estranho...dúvidas, dizer ou não, permitir, omitir, ficou ali...apenas observando...
        O que quer de mim, se tudo já lhe entreguei.
        Quando nosso amor chegou ao fim, com nada fiquei.
        Só me restou saudades e frustrações.
        Muitas dores e desilusões.
        Meu sorriso, você o transformou,
        Em dor, amargura; foi tudo o que restou.
        Do meu amor que você usou.
        Para logo se cansar e fora você o jogou.
        Minha alma ainda tenta sorrir.
        Pois só ela, você não conseguiu ferir.
        Tento afugentar toda a tristeza, deixando-a esvair.
        Para meu coração salvar.
        Penso em alguém que possa me amar.
        Sem de mim nada cobrar.
        Nem minha vida tentar roubar.
        Tenho ainda o brilho no olhar.
        Das lágrimas que tento não chorar.
        Por alguém que tudo quis me tirar.
        Sem nada em troca me dar.
        Seu amor mentira, só fez sofrer.
        Quem sempre em você tentou ver.
        Uma linda pessoa, um grande ser.
        Eu tudo fiz para merecer,
        Um pouco de carinho, de amor; pode crer.
        Todas as suas falsidades, pode levar.
        Também tudo o que você conseguiu roubar.
        Somente minha alma, minha dignidade, você não pode tirar.
        Porque você não conseguiu, me transformar.
        Toda essa tristeza, eu posso lhe dar.
        Não é preciso, nem pensar em roubar.
        Pois existe muita, no meu olhar.
        Vai, não lhe quero ouvir falar,nem lhe perdoar.
        Porque você é incapaz de alguém amar.
        Laura ja cansada de olvir palavras duras
         Olha para Gabriel e Fala:
         O que vc quer dizer tudo isso? Por acaso esta tentando resitar uma poesia? HAHAHA
         Ela ri sem parar deixando Gabriel mais nervoso, olhando para os olhos dele ja vermelhos de odio.
         Laura pede desculpas mais uma vez.
         diz que ja esta cansada de tantos problemas, explica tambem que precisa de espaco , se sente sufocada, precisa de tempo para viver a vida com Paixao.
         Gabrel com medo de perder a mulher amada resolve voltar atraz
         ( Gabriel) Vamos conversar?
         (Laura) Sim claro que podemos conversar
         (Gabriel) Preciso saber o que vc quer de mim
         Ela responde:
         Meu amor tudo que quero de vc e companheirismo, amizade, compreesao, espaco, liberdade, Coisas que vc nunca pode me dar, sempre me sufocando com o seu ciume doentio………
        
        
         Nubia
        
        Laura queria sair sozinha mas não conseguia, algo estava por vir, algo nascia. Começou a liberar a boca, pouco a pouco, epidermicamente, a saliva, as pernas, o falo esgasgado e os coitos suportados com angústia e prazer. Pensou sobre a inutilidade de seus pedidos metafísicos, de seus desejos contidos... Seria tarde demais? Compreendia cada vez menos o que é o desejo, ficando cada vez mais perto dele. Madrugada a dentro.
         - Choremos cara a cara, sem soluços baratos, embaraçados... Chega de plágios, de perfeitos sorrisos, de artimanhas de orifícios, de pedidos! Chega de sorrir e chorar sem querer! Chega de sonhar com amores de filmes românticos... Até quando continuaremos imaginando falsidades? - disse a Gabriel - Até quando?
        Laura já não mais suporta e explode em lágrimas, em um misto de desespero e dor.
         - Então tudo que vos dei até hoje fora falsidade? Quando teus lábios desejei e teu corpo eu toquei, isto fora falsidade? - laura grita em meio a noite.
         Gabriel se assusta com tais palavras e abaixa sua cabeça, se arrependendo de estar naquele luar naquele dia.
         - Oh minha amada, por que sois tão dura comigo? Que tudo que desejei fora verdades sussurradas de teus lábios. Quantas vezes eu menti para vós, minha amada. Seja a luz palida da lua a testemunha de nossas confissões, diga-me meu amor, por que ontem me dera teu amor e hoje choras pedindo por liberdade? - Gabriel dizia em tom alto para Laura, com os olhos marejados
        -Laura...-Começou ele a dizer.- Não é uma questão de cíumes...Não consigo sentir cíumes da relação que tens com a Lia...nem me sinto traído...simplesmente acho humilhante que prefiras o amor dela ao meu!
         Laura sentia as faces a latejar, confusa como uma criança apanhada a mentir, mas também aliviada por não ter mais de fugir, por poder partilhar o mal e o bem do seu segredo. Avançou para o amante sentado e abraçou-lhe a cabeça contra o seu ventre. As lágrimas exteriores dele cessaram, e as suas, mais fundas e secretas, como se desvaneceram. Uma grande serenidade os invadiu, pois sabiam que o fim do segredo daria lugar ao fluir das palavras irrepresadas, como um rio.
        Meu pum foi fluido no ar e fedeu tanto que o belo rio secou,os peixes morreram,e sei la,fedeu!
(# maninha #)
        E eu..que adoro a minha família e estou sempre junto dela acabei de desmaiar com o pum fedido que fedeu tanto que secou o belo rio e fechou as minhas narinas para os belos cheios de rosas no campo.. agora tudo o que cheiro, tem cheiro, daquele pum... pum de cocô.. e para a Agostina não dizer que eu saí do tema: a Laura morreu e o Gabriel se casou com outra pessoa, a Florentina. Ela não mentia para ele, ela o traia e falava: oi amor, eu te traí. Gabriel ficou muito feliz com a sinceridade dela. Ela se chamava Florentina, florentina. Florentina de Jesus. Traiu o Gabriel, com um cara que soltava pum!
(# manona #)
        Continue a historia? hauhauuahua! Oh yeah! Bem... ok, sei la, tipo, né, nem sei, eu sei? sei ñ...ta! aprendi! ééé... sei ñ, esqueci...ai o Tiririca aparece dizendo: vc roubou minha ideia ,a Florentina é ideia minha!
         Ai ele chamou o procon pra a manona, mas ela fugiu da febem, ai o harry potter disse: cade a bolinha a bolinha azul?
         manona responde:a sei ñ, acho q o tiririca roubou. Ai harry diz: vou chamar a policia p/ ele, e tiririca vai preso, e na cadeia, a velha gorda vomita nele, e ele engole tudo , e ela diz: q nojo!
         e ele: Oba!! é miojo!
(# maninha #)
        mentira meu bem mentira, mentira tem perna bamba.. por mais que ela se affaste... o miojo gruda na roupa do titirica.. mais especificamente na bunda dele
        
(#manona#)
        Q coisa idiota
        
         parece aqueles gordos q fingem fazer dieta assim:eu quero uma pizza,2 cachorros quentes, um milk shake e uma coca LIGHT
        
         Q coisa de dal mentir a esse ponto admita q é gordo e viva feliz
        
         Obs:vc , é! vc ai!escreva a continuaçao do meu poema, ñ escreva o q ñ tem ha ver ñ)
(# maninha #)
        Os mortos-vivos foram fechando o círculo à volta de Maninha e Manona. Lentamente, sentiam aproximar a massa de corpos putrefactos e famintos, os olhos desorbitados e sem pálpebras, nas faces onde luziam sinistramente fiadas de dentes sem lábios. As duas irmãs abraçaram-se chorando, prevendo o fim cruel. As mãos descarnadas alcançaram-nas e arrancaram as carnes tenras, aos pedaços, devorando-as num bárbaro festim. Manona ainda encontrou forças para dizer:
         - Isto parece um daqueles filmes de terror farçolas, que davam lá no drive-in de Madison!
         Em breve só restavam alguns ossos e cartilagens. Todos ficámos consternados: Duas autoras tão promissoras desapareciam assim, precocemente. Era a primeira vez que tal acontecia na Serpente. Laura, Lia e Gabriel, abraçados todos, choravam convulsivamente. Augusto, surgindo entre as moitas gritou emocionado:
         - Parece mentira!
        Mentiras
        
         Você disse que acreditava em mim. Por isso eu acreditei em você.
         Nunca fui atrás do que poderia não ser verdade por que não acreditava que você pudesse me mentir. Era muito simples para mim.
         Mas você duvidou de mim. Chamou de mentira algumas vezes minha ilusão, e por muitas outras vezes minha realidade.
         Era preciso você tirar dúvidas com terceiros, saber se realmente algo havia sido dito ou feito, por que minhas palavras não bastavam, nunca. Mesmo que fossem em tua própria defesa.
         Ainda assim eu acreditava que você tinha dúvidas, como todo ser humano tem.
         Terá sido este o meu erro? Terei acreditado eu em uma “estória”, e me comportado como uma “personagem” ?
         Eu não te menti, mas você não acreditou em mim. Embora houvesse sempre pregado que deveria e poderia acreditar em você.
         Você agiu quando me pregou essa verdade, eu reagi quando a pratiquei.
         Quem mentiu pra quem?
        
        - Quem mentiu pra quem?! E que interessa isso agora, Gabriel?! - Esclamou Laura, com as lágrimas ainda correndo. - Acabámos de assistir ao massacre de duas jovens inocentes! Como é possível que tu me venhas com essas futilidades de "quem mentiu pra quem", numa hora como esta?
         Lia (que era uma pouco mais velha que Laura) fumava um cigarro e olhava para a mole de mortos-vivos, que se afastavam na noite. Um quarto de hora depois seguiam no carro, Gabriel conduzindo, taciturno, Laura num silêncio amuado, Lia fumando outro cigarro e pensando: - Não percebo o que ela vê nesse Gabriel! - Ao lado de Lia, no banco de trás, Augusto, a quem tinham dado boleia, ia tirando macacos do nariz. Mais adiante, Gabriel não reparou na placa de "curva e contracurva" e despistou-se. Toda a gente teve morte imediata, menos o Augusto que, como é evidente, demorou um poucochinho mais a morrer.
         Ao morrer, entraram todos num túnel azulado, sentiam-se cada vez melhor, mais leves, invadidos por um sentimento de paz e plenitude.
         Após o túnel, chegaram a um portão aberto. Cá fora uma placa dizia "Paraíso das Artes e das Letras". Passaram o portão, ao longo do caminho árvores frondosas estendiam as suas sombras, moitas espessas e acolhedoras perfumavam os ares, num deslumbramento de coloridas flores. Ouvia-se o canto de águas correntes, riachos que se adivinhavam cristalinos. Fruta madura e aromática, de farta variedade, carregava os galhos que, de tão pesados, quase tocavam o chão. Iam de boca aberta, Lia nem fumava. Um pouco atrás, Laura e Gabriel voltaram a dar-se as mãos, escutando os pássaros. Augusto deixou escapar uma exclamação, em voz rouca: - Parece mentira!
        
        Chegaram à margem de uma albufeira que, ao fundo, comunicava com o mar. À volta tudo era areal, cercado por árvores. No horizonte, em frente, resplandecia o azul do oceano. Aristóteles, Santo Agostinho e Kant passeavam de cá para lá, conversando em fato de banho (Kant trazia vestida uma t-shirt, pois tinha uma pele mais sensível), mais acima, à sombra de umas árvores, Safo recitava, tocando harpa. Lia dirigiu-se logo a ela, acendendo um cigarro para tomar coragem. Os outros prosseguiram.
         - Se estamos no paraíso da literatura é porque os personagens, quando morrem, também vêm para cá. - Disse Laura. Augusto sentiu-se humilhado, pensava que estava ali como poeta. Tentou lembrar-se de um poema de amor que escrevera quando era novo: "Quando caminhas por entre o azinhal/ Refulgem as tuas pernas ao sol do meio-dia/ E para mim nada mais há que elas".
         Camões perseguia umas ninfas, que fugiam aos gritinhos por entre as folhagens. Algumas, escapando-se, vieram dar com Augusto. Laura e Gabriel caminharam sózinhos um pouco, até que ele se virou para ela e a fixou nos belos olhos, que seriam talvez castanhos. O ar era puro e eles estavam limpos de tabaco e bebida. Esquecido de mentiras e verdades e ciúmes, Gabriel beijou-a longamente na boca enquanto as mãos lhe percorriam o corpo que tremia de antecipação. Laura riu nervosamente e foi fazendo que não aos avanços dele, mas não se esquivava totalmente e ia-o apertando mais no abraço. - Maluco, maluco! - Ria ela. Gabriel fê-la ajoelhar-se e silenciou-a, suavemente, afagando-lhe o cabelo.
         Mais longe, Lia conversava com Safo. As duas estavam sentadas sobre a erva e sorriam. O trio de filósofos já ia ao longe, do outro lado da albufeira. Camões caçara a sua ninfazinha (a mais bonita, para o gosto dele), levando-a para um bosque ali perto, onde corria um regato. Augusto fora sequestrado por duas ninfas que o foram esconder numa moita perfumada. Enquanto lhe tiravam a roupa, enchendo-o de beijos, Augusto apenas pôde pensar: - Parece mentira!
        Mas não era mentira...tudo parecia um sonho...mas não o era?Tudo estava perfeito demais...
         Fadas, elfos, gnomos, bruxas, magos, também passeavam pelo local, que era muito cheio de cor, flores, e todos possuiam um dom especial onde tudo era possível e permitido...
         Laura e Gabriel se deliciavam com o que encontravam, depois de terem ficado longo tempo ali um ao lado do outro numa atmosfera onde parecia não existir o mundo, apenas os dois como se fossem um só... em um jardim repleto de flores de todas as cores e perfumes...
(Nat.)
        Porém, aos poucos, o efeito do ácido que Gabriel e Laura haviam tomado foi passando e eles perceberam claramente onde estavam metidos. Enfiaram-se quase sem querer numa droga de mundo, num mundo de drogas. Perceberam a droga de texto em que estavam trancafiados, onde desavisados e desajustados impunham a eles, situações ridículas, um misto de flatulências, ignorância, duendes e elfos.
        
         Agradeceram ainda o grande Xamam, pelos Elfos. Com certeza são mais agradáveis de que os puns, a Florentina e o nojo do miojo, criações ridículas da empáfia injustificada dos que brincavam de dominar a vida dos personagens, sentindo-se Deuses, os Deuses da Flatulência...
        
         Mesmo envoltos em mundo tão carente de cultura, onde a alienação e as drogas são o ópio do povo, não se entregariam àquela alucinação momentânea, ao contrário, ao fim da alucinação estavam lúcidos como nunca antes estiveram e prontos para continuar sua história, sua vida, prontos para partir...
(Henrique)
        Mas partir para onde?Não sabiam.A vida de Laura e Gabriel,na verdade,nunca foi deles mesmos.Uma existência baseada na opinião dos outros,no desejo dos outros.O medo de gritar quando se tem vontade,de peidar,de falar coisas sem importãncia.Por que tudo depende do dia,e da pena do autor.Laura e Gabriel descobriram isso.Talvez tarde demais.
        o que fazem agora então?
        para onde ir...?
(eu...)
        é o fim!
(x)
        É o fim,nada.Eles foram tomar banho de piscina em clube ali perto.Chegando lá,encontraram o agiota Getúlio,que emprestava dinheiro a preços exorbitantes.
         - meu amor - disse Laura -,que tal fazermos uma viagem?
         - viagem?
         - É.
         O agiota Getúlio sorria,sentado numa cadeira ,dourando a barriga cabeluda.
         -tenho uma idéia..... - disse ela.
(humphrey)
         - Pode ficar tranqüilo, disse o pescador.
         - Conheço essa cobra. É uma coral falsa. Não tem venono, não senhor!
         - Duas horas depois, ele estava morto.
        e duas horas após ele está morto,ele abriu os olhos mais uma vez,olhos outrora também mortos,como suas pernas e braços e narinas e dedos e tudo o mais que compunha aquele corpo estranho,destroçado e amassado pelas próprias intempéries da vida,e esse corpo,inteiro mas ao mesmo tempo aos pedaços,voltava à ativa mais uma vez.e o que virá a seguir nem as mentes mais loucas e imaginativas pode prever,coisas assstadoras,noites de medo e desespero,estrangulando a alma em algum beco escuro ou no meio de uma multidão,a vontade de dar um grito,um grito de dor e cansaço,e é aí que descobrimos que ele sempre preferiu estar morto,que tudo já tivesse acabado antes.mas esta é uma história longa,e ela não é só minha.contei apenas a parte que lembrei.
(humphrey)
        mas seu corpo, mais uma vez, estava reanimado por algum instinto desconhecido, selvagem. a necessidade de vida pulsante em suas veias corroía sua sensatez e a única coisa que lhe restara era o desespero, a fome, a vontade de morrer, após ter morrido... sua racionalidade perdia-se em meio aos lamentos desesperados de seu corpo só naquele inferno. beber. sorver. aspirar. ele precisava de sangue quente.
        Mas, mesmo após ter se tornado um morto-vivo, gabriel não passava de um corno trouxa. Então, Florentina, sua nova mulher que não mentia para ele e falava "Oi amor, te traí hoje"... E ele ficava muito feliz com a sinceridade dela.... Bem, Florentina traiu ele com um Lobisomem... Mas desta vez ela não contou, porque tinha se apaixonado pelo lobisomem. Mas o Gabriel descobriu e ficou triste porque ela não fora sincera. E o lobisomem assistia a tudo quieto... Então chegou o amanhecer e o lobisomem se transformou na Laura. E ela disse:
         - Sim! Eu sou o lobisomem....
         E a FLorentina disse:
         Ó Laura! Eu não me importo! Eu te amo...
         E as duas foram morar juntas e o corno vampiro gabriel passou a eternidade sugando o sangue de travestis e putas nas esquinas....
         Aí ele pegou aids e morreu.
         FIM!
(#manona#)
        fim o caralho!!!!!
         antes a maninha e manona fizeram o 69....e vieram-se varias vezes seguidas e eu sou de pensar em lesbicas vim-me também...agora isto pode acabar
        Era uma madrugada fria e seca. O cobertor havia caído no chão e Gabriel tremia sem perceber. Laura o observava em silêncio, após se vestir. Estava encurralada: pela primeira vez, sabia que não poderia mais deixá-lo. Mas tantas coisas deixaram de ser ditas... Talvez fosse tarde demais para dizer a verdade.
        Como se ouvisse os pensamentos da amada, Gabriel, olhando o ventilador girando lentamente sobre a cama, ai ai, a verdade é como uma coberta que deixa os pés de fora, se você tivesse assistido aquele filme saberia. Que filme, hum, que filme, laura, que filme, você parece que não sei. Já desabotoou esse casaco cinco vezes. Tá bom, Gabriel. Você aí resmungando sem camisa, um frio desses, acaba gripando. Tem dois anos que eu não gripo, laura. você nunca me viu gripado. Você não aguenta nem uma neblinazinha, mas eu nunca me gripei estando com você. Mentira. teve aquela vez que você teve febre e ficou delirando laurinha, não me deixa. Você viu a minha luva, você está sentada nela. Eu não minto, laura. E a gripe. Era garganta. deixa eu pegar a luva pra você, pára gabriel, chega, chega por hoje. Eu não minto mesmo não. Você não acreditou mas era garganta, no outro dia eu tava bom e não dei um espirro. Vê se fica bem, tá. Não vai embora agora, você ainda tem muito que explicar. Não vai ficar aí fumando sem camisa nesse frio, vê se te cobre. Se você sair agora não precisa explicar mais nada, eu é que não vou querer saber.
        Talvez fosse melhor se prenderem pelas mentiras a se libertarem pela verdade.
         Seria assim então, mentiras remontadas, uma vida cheia de medos de que a verdade viesse à tona a qualquer momento...
         Laura se deitou abraçada ao Gabriel e à sua ilusão de vida. Gabriel acordou quando Laura já havia pegado no sono. Olhou-a profundamente arrependido de não lhe ter dito tudo que queria. Deixou um bilhete no travesseiro:
         - Emudeço em minhas verdades e parto, pois que elas lhe podem ferir!
        O relacionamento de Laura e Gabriel, era obscuro, pois os dois não eram sinceros consigo mesmos. Laura era uma mulher bela e sentia que queria ser livre, Gabriel estava confuso e omitia muitas coisas para Laura.
         A vida dos dois era criticada, principalmente pela mãe de Gabriel, que se chamava Helena...
        Helena, aos olhos de Gabriel, era uma sórdida vilã. Porém ela se prostituia para pagar os estudos do filho (uma atitude de santa, vamos concordar).
(decadente)
        Por fim, Gabriel deu uma surra em Helena, pela prostituta que era. Em seguida, convidou Laura para sair numa volta ao mundo. Chegaram nos EUA, e lá ficaram, mendigando para conseguir dinheiro e voltar para casa.
        Hospedaram-se em um bairro de portugueses. Toda manhã ouvia a vizinha cantando "- A bondade e a maldade são dois tremendos enganos. Uma é veneno e não mata. Outra é veneno que dana."
(Raul Virgilius)
        naquele dia..... o medo
        
        Entrepostos e desvios da viagem à parte, é de Gabriel e Laura que escrevo.
         Entre os dois havia fantasmas. Almas penadas, feitas de mentiras e omissões.
         Diálogo é mister, e eles não falavam. Era uma relação carnal, corpórea, táctil. Eram como uma máquina, uma engrenagem seguindo uma programação simples, com o único objetivo de gerar prazer mútuo.
         Mas sendo máquinas não eram homem e mulher. E não sendo homem e mulher esqueceram-se ou apenas não se atinaram que sentiam. E que precisavam mais do que uma simples lubrificação cutânea e mais do que encaixe e movimento. Precisavam também do sentimento.
        
         Laura encara Gabriel e suspira. Sente um medo profundo de perdê-lo, mas cogita se algum dia ele fora seu.
        
         Gabriel não consegue encará-la nos olhos. Tem medo de que ela descubra suas omissões, medo que ela o ache fraco.
        
         E não falavam. Calavam apenas.
        Aquele lugar era sórdido.
        
         Um porão nauseabundo, habitado pelas coisas coletadas nas madrugadas frias. Lixo e podridão deixados nas ruas. Ali pareciam ter serventia, mas eram apenas fantasmas dos objetos do que um dia foram: televisores, sofás, torradeiras quebradas. Descartados como Gabriel e Laura, imigrantes perdidos pelo sonho que um dia pensaram ter seguido.
        
         Entre as telas de arame, percorrendo monitores de computadores sem luz, os fantasmas da cidade às vezes passavam por ali, querendo ver quem seriam seus novos companheiros. Gabriel e Laura pareciam estar no ponto. Estavam à beira de morrer novamente, porque só uma morte não basta para fazer nascer um fantasma.
        
         Um fantasma é feito de insânia, frustração e perdas, as grandes matadoras que Gabriel e Laura cultivavam. Em cada mentira dita como se fosse um poema de amor, eles se esmeravam na crueldade de fazer o outro acreditar em traições inexistentes, em gozos reprimidos e apresentados como tédio e desprezo.
        
         Jacinta, a cantarolante fantasma portuguesa, sibilou para Mathews, um bêbado fantasma irlandês:
        
         - Mira que a cachopa está a se perder. Mais um pouco e dará fim a si ou ao gajo.
        
         - Cante alguma coisa Jacinta que a encha de tristeza ou alegria, não importa. Apenas incentive o que ela já busca. Acho que ela está pronta e eu quero uma nova amante.
        
        
        jacinta cantou. cantou forte. uma cançao triste... mas sincera. e laura boutou pra fora tudo o que achava dele. Disse tudo! sem pena de magoa-lo, sem vontade de prezá-lo. disse tudo , chorando, gritando , descontrolada. ela estava fora de si. cuspiu tudo , como se tivesse engasgada com isso desde sempre. nao lhe importava o que Gabriel poderia estar pensando. não importava mais nada! tinha chegado no limite. depois de vomitar tudo o que precisava. ela parou. ofegante, chorando e rindo ao mesmo tempo. leve. aliviada. apoiou-se numa cadeira. estava fraca. levantou a cabeça , e quis ver a reaçao de gabriel.
(carolina capellani)
        Gabriel,nunca acreditou o que laura,poderia fazer,pois sempre a humilhar com palavras falsas,e xingamento.depois que laura chegou o seu limite, tdo mudou em sua vida. pois gabriel,homem covarde,sem escrupulo algum,gostava de comprar as pessoas com dinheiro, pois a suas amizades são todas mentirosas, o Idiota pensa que tem amigos. ele alem de perder uma grande mulher e amiga, perdeu a sua moral perante a varias pessoas, um homem que usa mentira,pense ele que esta fazendo o bem para si, saiba magoar pois um coração ferido por uma traição é pior que uma maja.simplesmente acabou a tristeza no coração da laura de vomitou tudo, mas nunca esqueça quem gosta de ferir com ferro , sera ferido com mesmo.
        Mas Laura não desanimou...
         Pois na vida nada melhor que um dia atras do outro e uma noite para separar...
         Laura decidiu esquecer Gabriel... Ele nunca lhe deu valor como ela merecia,por isso agora ela não o quer mais!
         O tempo passou e Laura agora não pensa mais em Gabriel,mas agora ele a quer e tenta conseguir ficar com ela...mas agora é tarde o que Laura sentia foi superado,a única coisa que ela pode dizer a ele é que:"nunca magoe um coração,pois você pode estar dentro dele!"
        
         Gabriel se sente arrependido,mas agora não tem mais volta...
        Laura ainda pensa em gabriel, porém sem o desejo de antes...
        Copo de vinho. Daqueles de 1,99... talveza té mais caro que o vinho, e que também era mais caro que a carteira de cigarros em cima do tampote da mesa. E ela ainda achava que acharia Gabriel no fundo do copo, naquela noite de embriaguez solitária. Acendeu o cigarro pelo filtro duas vezes. Tomou todo o vinho sozinha, lembrava da carta que ele havia escrito pra ela, e ela compreendeu tudo. Agora se sentia culpada, Agora arrependia-se. Ficaria até de joelhos se preciso fosse, mas Gabriel era superior, muito superior, tanto que a amou, aquele verme de gente. Depois de trair a confiança dele, e até dos leitores, ele ainda continuou a amar, aogra ela entendia tudo. mas já era tarde, era muito tarde pra rir da piada, e ela era de mau gosto. Era dela mesma.
         Preferiu Laura voltar ao passado, e ter uma leve recaíca com seu ex. Gabriel sempre abria espaço pra Laura falar as coisas pra ele, mas nada. ele descobriu pela boca dos outros. E foi isso que doeu, não o fato, como ele dizia, mas o contexto, os detalhes. Ah, ele era tão superior, parecia um alienígena, e ele, quele costume antigo dela, um ogre barrigudo. Como pôde ser tão cega por tanto tempo?
         Nem todo o vinho barato do mundo seria suficiente pra afogar as mágoas todas. Queria ela se esconder de si mesma atrás da fumaça dos cigarros, na meia luz, na meia vida que levava. E ela ainda pensava que cursaria Filosofia... reparava agora que na verdade ela seria um arquivo de filósofos europeus, enquanto Gabriel,agora, era um filósofo in facto, Mestre de si. Ela o havia ajudado, entrou no muro dele, abriu o peito dele graças à promessas falas e deu um tiro de carabina. Não sobrou nada, só Gabriel e a carnificina. E agora ele voltaria, voltaria com tudo, e a maior vingança dele era mostrar pra ela a sua própria superficialidade perante ele.
        Os dois novamente se encontrariam, em um momento desses de olho no olho. Aconteceria o inevitável...
         Assim, termina o segundo ato no teatro, onde a plateia delira para seber como desenrolará a estória de Gabriel e Laura
        Com tudo girando, e o gélido sentimento vazio, tudo estaria ao seu favor.
         Nem todos os pensadores deste mundo em colapso poderiam explicar o que aconteceria a seguir, muito menos como aconteceria...
        Sapatos, papéis, lençóis, restos... No meio de tamanha confusão Gabriel acorda. Sufocante. Abre as cortinas desesperado...Não se cansa a lembrar seu passado, e não sabe o que fazer para reencontrá-lo. Talvez se tudo fosse um sonho desses de bebedeira... acordaria e talvez encontrasse um lar feliz...
         Besteiras! Um lar feliz seria perfeição demais para ele.
        
         Duas horas esperando no aeroporto. "Ganham-se minutos por viajar, mas se perdem horas para esperar..." Laura senta-se em um banco relativamente confortável, pega seu jornal e olha as manchetes. Desastres! como se minha vida inteira não fosse um desses aqui...
         Não dependem de atitudes? Pois será exatamente isso que terei. Remexe seus pertences, procura em sua lista de contatos um número. Aperta o botão "call" e aguarda...
         O telefone esta a tocar...
         - alo?
         - oi... nao embarque.
         - como assim, Gabriel?
         - eu sei que voce esta vindo me ver, de aviao, mas nao embarque... dê importância aos avisos, não embarque, eu quero te ver mais que tudo, mas a hora nao é agora. Esse avião...
         - o que?
         - ... nao embarque, minha querida. entenda a ordem das coisas, por favor, confie em mim, eu te amo, quero voce do meu lado....
        
         por isso mesmo nao embarque.
        
         [clic]
        
         ....
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