A Garganta da Serpente
Ouroboros histórias sem fim

LUA NEGRA


        A criança chorava baixinho, envolta nos trapos imundos. A mulher recolhia os restos do cordão umbilical espalhados pela calçada fria, enquanto amaldiçoava o destino. Era um menino que talvez não amanheceria. Ela o tomou nos braços, com asco e colocou-o numa caçamba de lixo. Havia acabado. Virou a esquina e ergueu os olhos cançados, à procura da lua, mas não conseguiu ver além das nuvens espessas. Uma escuridão angustiante tomou conta dos becos.
        Mas o facto do seu mais profundo beco se ter aberto pela primeira vez a uma luz tão bela - personificada naquele ser que tinha tanto de rosado como de enrugado - alertava-a para a possibilidade assustadora do seu reacordar existencial.
        Só não era luz de compaixão, era luz de ódio que invadia o coração; fomentando a chama da sua áurea agora cinzenta. Pobre Lua, expectadora dos provérbios sujos da noite, das falácias que voam de esquina em esquina, que enforca o normal da repugnância maternal.
        Pobre criança...não teve sequer a felicidade de nascer em noite de céu claro! Sua temporária morada era asquerosa e seu choro baixo confundia - se com os gritos de solidão da noite. Que destino! Sem mãe, sem amor, sem luz, sem lua clara...sem nada!
        Então, por força divina, eis que apareceu um suposto mendigo dum buraco... a luz paralizante, impregnada de jasmin.
         Do outro lado, o rescem nascido em ato de mortal invocação, depositou o silêncio no ar.
        
        Foi daí que o brilhante mendigo, de barba espessa e coberto por uma manta branca suja e rasgada, se colocou na frente da malfeitora recheada de sangue seco entre as pernas.
         Ele estendeu os braços para o céu e depois de segundos, a Lua se abriu clariando todos os buracos que no vasto raio a luz dele não alcançara.
        O estranho mendigo começou a fazer uma prece baixinho, com o olhos postos na lua.A mulher ficou assustada sem saber como agir.
         Foi então que o mendigo lhe disse:
         - Tens duas hipóteses na tua vida e aplicam-se sempre em qualquer momento de decisão, podes seguir em frente no teu caminho e pensar no que terias feito se não abandonasses o teu filho, e eu deixar-te-ei passar em frente porque cada homem e mulher tem direito ao livre arbítrio,mas fica ciente de que eu irei buscar aquela criança e a vou criar como minha.A outra hipótese é voltares atrás e amares a parte de ti que é mais perfeita e inocente.A escolha é tua ,como já te disse,a lua está à espera...
        Num murmurio imperceptivel, parecendo uma maldição, a mulher levou a mão entre pernas enxugando o que restava de sangue e de remorso. Não disse nada. Avançou e deixou para trás a última prova de um amor que nunca escolheu para si e que tinha servido apenas para matar a fome daquele dia. O mendigo, escasseado de palavras coseu-se com a sombra enquanto a lua deixava ainda uma réstia de luz, para de seguida se aproximar do local onde, um pequeno gemido a parecer o último, albergava aquele minúsculo e miserável ser. Retirou-o com jeito, devagar, permitindo que a criança sentisse o seu toque manso. Aquele corpinho quase gelado, cheio de sangue e restos de placenta estremecia em suas mãos. Não era um estremecer comum, era uma breve inquietação de dúvida. Alojou o bebé entre os braços, aconchegando-o ao peito e cobriu-o com o que sobrava da sua velha e remendada capa. Sentiu-o de imediato a tranquilizar-se. Lá no alto a lua sorriu embavecida e soltou uma nesga de luz que iluminou o beco para que o mendigo não tropeçasse
        O homem afastou-se num passo surpreendentemente seguro e rápido, a figura ia ficando mais direita, e o que parecia um mendigo como se agigantava.
         Percorreu assim as ruas da cidade grande e suja e saiu dela por uma estrada que atravessava um ermo. Raiava a luz quando alcançou um bosque.
        A velha cabana que habitava, húmida e fria no meio daquele bosque, não era propriamente um lugar para se acolher um ser tão frágil como aquele que agora dormia em seus braços. Mas alguma coisa o mendigo de nome Lucas haveria de conseguir transformar. Ele mesmo, mendigo, sem saber sua data de nascimento, sem saber quem foram os seus progenitores e lembrando-se apenas de uma velha desalojada que o havia acarinhado (desde quando não sabia) e protegido do frio em caixas de cartão e uma manta de lã que era um luxo e da qual a velha prescindira para que ele não morresse de frio. Recordava vagamente o rosto dela, mas sentia no rosto os seus beijos a feder a fome mas que o aqueciam e o faziam sentir-se amado. Lucas foi o nome que ela lhe pusera. Morreu já ele não urinava nas calças e já sabia estender a mão e pedir dinheiro aos transeuntes. Varreu essa memória da lembrança. Agora não era muito oportuno lembrar tudo isso. Precisava mesmo era de acondicionar aquela criança e...amá-la.
        Estava nestas cogitações quando escutou um choro desesperado de mulher. Espalhadas pela clareira, havia mais algumas cabanas de pobre gente, como ele. De uma delas vinha o choro. Sabia que ali vivia uma mulher sózinha, que estava grávida. Adivinhando algo de terrível, aconchegou a criança ao peito e entrou naquele outro lugar de miséria, vizinho ao seu.
         À luz de uma vela, pôde ver, petrificado, que a desgraçada dera à luz um nado-morto...
        A lua, por cima das cabanas enlutava-se sem um gemido. Negra, velada, expectante... Quase esquecendo o bebé que segurava, Lucas abeirou-se em silêncio da mulher e deixou que duas lágrimas, apenas duas, pudessem refractariamente rolar até à sua boca. A mulher num esgar misto pela dor física e pela criança morta respondeu aquelas lágrimas com um gemido, quase imperceptível, mas que poderia ser ouvido até à ultima constelação. O instante foi subitamente rasgado pelo choro repentino da criança que Lucas aconchegava. Com mãos de núvem Lucas afastou-a do agasalho e pousou-he um beijo na testa. Ávida a criança procurou um seio. E gritou porque não estava lá.
         - Quem tens aí Lucas? - perguntou a mulher enquanto limpava o sangue das mãos aos trapos que a cobriam.
         - Uma criança que recolhi da lixeira, cuja mãe abandonou. Deve ter fome.
         - Dá-ma! - quase ordenou a mulher.
         Sem ripostar Lucasa entregou a criança à mulher que imediatamente lhe retirou o trapo que fazia o lugar de fralda para a aliviar da urina que a queimava.
         - É uma menina Lucas!
         O mendigo, no meio de toda a confusão e pressa, nem sequer se tinha lembrado de verificar o sexo da criança e, num rápido raciocínio Lucas temeu. Seria preferível que fosse um rapaz. Mas amá-la-ia de igual forma. Temia apenas pela sua sorte. Sorte. Afinal de contas sorte não tinha sexo.
         Enquanto estes pensamentos lhe passavam pela mente via o carinho com que a mendiga, Flora, ainda nova (teria 30 ou 35 anos, não sabia) mas velha de alma e de sofrimento desnudava o seio enorme, duro e rreluzente pelo leite que continha e enfiava o mamilo na boca da menina que desesperada e sofregamente o engoliu e o sorvia. Suas bochechinhas iam começando a ganhar cor à medida que o seio de Flora desinchava.
        
        Lucas sorriu. Aquilo era um começo. E não importava o que aconteceria depois, um começo era sempre uma benção entre pessoas acostumadas a apenas aguardarem o fim. Saciada, a menina adormeceu nos braços de Flora. Com certeza sentia-se segura, alheia ao mundo sombrio ao seu redor.
         Apenas uma troca de olhares entre Flora e Lucas foi o bastante para que um acordo não verbal fosse selado. Um pacto por assim dizer. Ainda sorrindo, quase eufórico, Lucas correu até sua cabana atrás de um velho cobertor que seria um excelente forro para o improvisado berço de madeira e pedras que já pensava em construir na cabana de Flora.
         Enquanto corria, pensava: “Não é um mundo maravilhoso?”
         Sobre ele, a lua cheia apenas observava: um começo… um propósito…
        
        Tomados pela transbordante alegria que o momento proporcionava, Lucas e Flora não percebiam pequenas peculiaridades da jovem criatura "Cecília", como mais tarde se chamaria devido à sugestão de uma dona que, às vezes,dava uns pães duros para Lucas. Uma dessas peculiaridades eram seus olhos. Lindos olhos. Olhos azuis. Mas não apenas a íris, todo o globo ocular, à excessão da pupila, era azul...
        Cecília fartou-se no seio de Flora e passou a olhar na direção do natimorto. Curiosamente e, quem sabe até, cruelmente.
        Rasgada pelo sol, a noite retirou-se e aquele seria um primeiro dia para o resto das vidas de Lucas, Flora e Cecília.
         Os dias foram decorrendo em sucessivos engenhos de sobrevivência. Lucas ia-os vivendo, agora, de forma diferente, dentro de um sentimento de exaltação que o transbordava e deixava rasto para quem se cruzava com ele. Até a mulher que em tempos lhe dava pão seco, passou a ofertar pão fresco e abençoava-o com uma marmita de sopa diariamente. Flora, cujo vida teria chegado ao fim pelo filho perdido, cantarolava modinhas infantis e virava cada gesto em sintonia com a felicidade de ver crescer e ser responsável por esse crescimento.
         Cecília era a semente. No seu olhar infantil e infinitamente azul, havia um não sei o quê de promessa divina. No seu choro, nas suas birras, no seu comportamento de bebé, luzia uma esperança e à medida que o choro ia dando lugar às primeiras palavras, as birras transformavam-se em atitudes calmas, serenas quase adultas e cheias de sabedoria. Os seus braços magros mas rijos e consistentes abrigavam Lucas em todos os seus regressos e enchia-lhe o rosto de beijos que lambuzavam de orgulho aquele mendigo dono de nada e senhor de um universo infinito onde Cecília era astro principal.
         A menina já havia completado 4 anos de existência e circulava naquele espaço fétido e repleto de chagas de gente que morria sem saber sequer qual o seu nome, como se outro mundo não existisse. Circulava e abundamente ia deixando um vórtice de paz, tranquilidade e fé. Brincava e as suas brincadeiras distraíam a angustia, ria e o seu riso secava lágrimas, batia palmas e girava em torno de si e os seus movimentos trasladavam êxtase e alheamento de dor.
         Foi numa tarde dessas em que cecília brincava com uma meia rota enrolada na mão a fingir um boneco, que uma mulher esguia, impecavelmente vestida, com o rosto oculto por um véu negro e que condizia com a faixa do seu vestido em tons alaranjados, se aproximou da criança. Sem retirar os olhos do seu "boneco" Cecília ouviu-a dizer que a queria levar para um lugar limpo, cheio de jardins e cores, com bonecas maravilhosas, com comida quente e pastéis e sumos e banhos tépidos, um lugar que ela jamais sonhou existir... "Anda comigo" dizia a mulher com os lábios pintados da cor de seu vestido. Cecília pousou a meia. Limpou as mãos aos trapos que a cobriam e olhou para a mulher que sentiu de imediato um arrepio transbordante de remorso. Do olhar de Cecília, azul intenso, saiu uma pergunta que não obteve resposta "Porquê mãe?" E sem abrir a boca, no silêncio da entulheira, Cecília readquiriu a cor de criança e prosseguiu a brincadeira. A mulher retirou-se tão etérea como havia chegado, mas levava consigo o pior dos castigos: o alívio despejado na cara de um filho abandonado.
        Dias depois, estava sossegado na varanda, tomando meu leite fresco. Oh!, realmente a naturreza é muito sábia, lindos ares e explendorosas visões. Uma mosca surge e lembra-me que, mesmo em sua insignificante existência, ainda assim é uma cria de Deus. Tento me harmonizar com ela, porém tem início uma disputa que quebra a harmonia inicial. Entro em luta corporal com o pequeno ser e após alguns embates dolorosos para ambas as partes, a criaturinha tomba esmagada por minhas mãos crueis, porém exatamente dentro da minha xícara de leite... O que me faz pensar ....por que? ...
        O que teria sido de mim? Se minha mãe me tivesse colocado numa escola e balé aos cinco anos de idade? Talvez a harmonia fosse hoje algo a mim mais familiar e eu assim evitaria causar ferida nos desarmônicos dos quais faço parte! A mosca estaria viva... e em harmonia comigo! Juntos estaríamos num fluxo de sincronia que jorraria veracidade até Porto Alegre...que me alegra e me desarmoniza...
         Meu leite!
         Meu leit!
         Quero bolachas maria...Adoro compará-las com a cara de mamãe...
         Onde estará a mulher que não me pôs a bailar?
        Hahahaha...leite em pó...leito de pó...quem diria? Tão frágil não? Mas quem se importou realmente com toda essa baboseira escrita e que ainda será editada por várias mentes, nem sempre brilhantes como os sentimentos puros e utópicos de corações angustiados e até mesmo despedaçados...mas isso não vem ao caso...depois de tantos suspiros em milésimos de segundo de alma esta carcaça banhada sonhos e complexidades espera apenas que seus coadjuvantes sejam "mocinhos" dessa história de amor. Por mais que chores ainda sim um dia declararei-me perante sua presença...
(« k¦nD¦n äTÖm¦CÖ »)
        Não conheço a história, purgas queimaram na fogueira do antigamente vaidades.
         Entanto a lua está negra, melhor ela não será negra mas branca, não sei...
         Meus olhos repararam agora que talvez até esteja prateada e que não há nem nunca houve nada aqui, que tudo isto são pressupostos da imaginação, e que depois da lua nem sempre vem o sol...
         Mas se me permitir direi que a lua possívelmente até estará negra, e o seu olho sou eu vendo-me de dentro, concha que se quer fechada, ou então
         que se ela é negra é porque tem de ser,
         que necessidade haverá ou benefício que me traga, eu querer nomear a lua? Se está negra, negra será, e não tem outra igual...
        
         Sofro por alguém que me é muito querido,
         assim de que cor será a lua...?
         Negra nos olhos? Cinza quando passa indecisa no colher das nuvens? Branca ofensiva porque me
         obriga a nela reparar?
         Ou simplesmente lua,
         e eu não serei poeta?
        
         Sabiam que os poetas também choram? Aliás se assim não fosse, como poderia eu ser poeta?
        
         Mas hoje vos asseguro que a lua não está negra, não existe sequer no meu coração lugar que a receba...
        E todas essas coisas se passaram como um flash pela memória daquela cocote de vestido e boca vermelhos. Como ela poderia advinhar que o abandono de sua filha a própria sorte e aquela luz estonteante da Lua naquela noite mudariam totalmente sua vida.
        
         Ao deixar sua linda filha no lixo e se lavar nas águas do rio, naquela noite apareceu um homem na sua frente, que lhe deu um abrigo, comida quente, cama limpa e depois de alguns meses, amor. Um amor de sobrevivência, um amar e se dar sem coração, sem sentimentos, mas que nos dá vida, vestidos, jóias e a certesa de que fome nunca mais...
         Ele ensinou tudo, tudo o que os homens admiram numa mulher. Seu cheiro perfumado, seus cabelos bem tratados e seu corpo sempre quente e pronto para amar.
         E ela aprendeu ah, como aprendeu.
        
         Hoje ela sentiu que podia voltar seu caminho, buscar seu pedaço largado no lixo, e foi ver sua filha tão linda, de olhos tão azuis, mas...
        tudo o que conseguiu foi almentar seu remorso, pois aquele anjo que abandonou a propria sorte, que em outros bracos encontrou amor, carinho e vida!
         Agora era tarde demais, a menina não a aceitava, pois para ela mãe, pai eram aqueles mendingos que dividiam com ela a pouca comida e o imenso amor, assim é a vida, todo ato tem um retorno, pobre mulher, sem filha, sem amor, sem vida......
         Não podia mais se conformar com aquela situação precisava dar um rumo a sua vida, tudo estava tão sem sentido como pôde se deixar levar pelas circustâncias, se sentia tão fraca as forças se esvairam do seu corpo precisava se fortalecer, tinha que lutar, ansiava vencer...
        Lembrou-se de um poema, o Corvo e começou a balbuciá-lo.
         Mas não era possível, o mundo é pequeno demais para encobrir nossos erros. Preferiria mil vezes morrer sem nunca ter visto sua filha novamente, do que vê-la naquelas condições deploráveis.Era demais para uma mente sã e equilibrada.
         Naquele mesmo dia só teve disposição para chegar ,rastejando mental e espiritualmente, à casa de uma amiga, que nunca soube da história, que agora a abatia tanto. Inventou qualquer desculpa... - Acabei com meu namorado, estou totalmente arrasada!!
         Às oito da noite chegou o sargento marido de sua amiga, depositou sua arma sobre o armário, e veio jantar, logo foram dormir, pois o dia fora pesado para ambos os lados.
         Mas seria possível para ela ter uma boa noite de sono, depois doi que vira durante o dia? E nas próximas noites, como seria?
         Levantou-se, entrou no quarto de sua amiga, viu que a arma continuava no mesmo lugar, pegou-a e saiu do quarto em absoluto silêncio.
         Foi até a cozinha, pois ali ainda vinha luz do poste à rua. Enfiou o 38 fundo em sua garganta, e ficou saboreando o seu gosto metálico, com leve toque de pólvora. Deixou sua imaginação fluir, tentou imaginar como seriam as coisas depois do adeus final. Ouvia, vindo da rua, por uma imensa coincidência, sua música favorita, Nothing Else Matters, do Metallica. Parecia encorajá-la ainda mais. Naquele momento só esperava o tiro de largada, o som implacável do martelo sobre a mesa, e a voz inquestionável do juiz supremo dando o seu veredicto final... Culpada!
        abri uma Pandora de possibilidades e agora não sei desatar os nós dessa situação corrigir o erro não foi possível e se? não
         ...
         poderia ajudar às escondidas a família ou sei lá quem que a adotou sim! uma benfeitora anônima e se de repente começassem a chantagear-me meu trabalho minha posição!
         ...
         penso nisso ainda que coisa foram meu trabalho e minha posição que me levaram a! se me pegam com essa arma na mão
         benfeitora anônima... coisa de novela mexicana o que sinto é ódio de mim mesma ódio ódio ÓDIO como era mesmo aquele trecho de Shakespeare? por que enfrentar o torvelinho da vida se um estilete pode pôr fim a tudo? nem lembro mais e que importa se?
         !!?
         quem está batendo palmas à essa hora?
        
        Flora ajoelhou-se junto de Cecília. Nada de estranho. Era normal brincarem as duas com pequenos botões gastos e baços e fingirem que eram bolinhas de cristal de cores infindáveis. Mas desta vez Flora sabia que Cecília não veria os cristais.
         - Então pequerrucha? Que carinha é essa? - perguntou-lhe sabendo antecipadamente a resposta.
         -Estou triste, tenho lágrimas nos olhos - e ao responder enfiou-se nos braços da sua única mãe, aquela que lhe tinha doado o leite e o carinho.
         - Vá lá....não fiques assim...Olha vamos ver quem corre mais pelo bosque até á casa do castor?
         - Não mãezinha... não me apetece. Sabes aquela senhora que aqui esteve...sabes, aquela de lábios com tinta, não era o anjo que eu pedi à estrela grande que me mandasse.
         Flora sentiu um aperto no peito.
         - Olha lá, e para que querias tu um anjo?? Afinal eu não te chego? - Disse isto tentando disfarçar e colmatar não a ânsia da menina, mas a sua própria angústia.
         - Não percebes mãezinha... Tu não percebes. Eu queira um anjo mas não era só para mim. Queria um anjo que nos levasse a ti, a mim e ao Lucas para um castelo igual ao daquele desenho do livro que tu me lês.
         Flora tinha encontrado um dia um livro num saco de lixo aberto. O livro ainda estava bom. Tinha imensos desenhos e ela guardou-o com tota a ternura. Iria lê-lo, devagar, porque mal sabia juntar as letras, para a sua princesinha. Agora, lembrava-se do castelo e lembrava-se também de ter lido a formulação de um desejo a uma estrela, e do anjo.
         - Minha querida formiguinha - usava este termo quando queria ser muito carinhosa com Cecília - sonha, sonha muito que um dia o anjo vai aparecer. Mas vai-te levar só a ti. Eu e o Lucas vamos ficar aqui felizes por te ver partir.
         Cecília começoua chorar ainda mais.
         _Não! NÂO! Não vou embora sem ti e sem Lucas
         E agarrada ao colo de Flora ia tentando despojar-se da ingratidão do mundo.
        não me importa mais nada, Lazarus... não estou afim de repensar este caso, azar o dela, é uma Lua solitária por livre e espontânea vontade, que culpa nós temos? por que não podemos viver felizes no nosso canto e esquecermos dela para sempre? ah, sim... você não consegue... a cada dia que passa fica mais difícil aturar tua voz pronunciando essas mesmas palavras. não dá mais, tô cheia de te ouvir lamentar a morte desta garota, não dá pra continuar assim, te liga, ela morreu, não era pra ser, e eu tô aqui, pra te amar... abre os olhos, por favor, enxerga a um palmo do teu nariz, garoto. não quero te fazer sofrer mas é o que vou acabar fazendo, porque tu não entende que já era. não há volta, nem recomeço. ela te deixou, preferiu o céu, o descanço ao inferno de viver aqui contigo... tornou-se esse astro solitário, essa bola negra, porque quis, porque assim foi mais fácil, ela cansou de ti, não iria aturar tua insanidade por mais tempo. o que resta sou eu, então, não põe fora.
        Mas Cecília ainda não havia morrido. Estava apenas num estado Alfa de descomunhão com o mundo. Porém, seus pais mendigos e ignorantes não sabia disso... E, inocentemente, enterraram a garota. Ela acordou dez minutos depois sufocada debaixo da terra. Gritava por socorro e ninguém escutava. Chamava pelo seu anjo e ele, como sempre, não vinha. Então amaldiçoou seus pais que a retiraram um dia do lixo. Foi então que, quando ela já estava quase morrendo, começou a respirar novamente e a sentir a luz em sua face. era a sua mãe! Sim, aquela mãe desnaturada que um dia havia abandonado a pobre cecília em um lixo.
         - Ho! Ho! - disse a mulher - Venham marulos, me ajudem a retiarar o tesouro (a mulher havia enlouquecido depois daquela noite de luz negra).
         Então ela salvou cecília da morte. Mas ela não viu a menina. Viu apenas seus reluzentes olhos azuis e exclamou:
         - Ahá! Agatas azuis!
         E retirou os olhos da menina com uma faca. Depois arrancou seus dentes achando que eram pérolas... Depois jogou ela dentro do buraco novamente..
         Esaiu cantando:
         Ho ho! A pirates life for me...
         Enquanto isso o anjo de Cecília chegou à casa de Lucas e Flora e levou eles para morarem no castelo...
         E cecília foi comida pelos vermes porque esse era o ser destino.
         FIM
(Elisa)
        Todos são comidos por vermes um dia! Mas cecília fora comida naquele dia, e que dia!
         Cecília dos olhos azuis
         es tu... pobre menina que falecestes...
         sois tão querida no céu,
         mesmo assim, uma morte macabra tiveste...
         pobre cecília...
         Agora choro por ti..
         que do meu pranto os homens se afoguem e se arrependam...
         que o meu pranto, o pranto da lua, vingue tua morte....
         pobre menina!!
         Amaldiçou todos os homens... rogo-lhes uma praga, ah... como são cruéis, pensam que cecília morreu...mas cecília nao morreu, cecília vive em espirito e viverá mais do que o império da morte!
        Cecília agora vai ficar só em espírito que volta um dia para vingar sua morte, custe quem custar...
        Os becos tinham mais caráter que aquela desumana. Jogar fora de si um pedaço seu?
         Dele não se ouvia mais um suspirar...
         Um adeus forçado antes mesmo de um olá!
         E um pequeno vulto se acercou da mulher lhe causando um enorme mal estar. Era seu guri a tomando para si. Enquanto ela ia se desfalecendo, arfando, ele apertava o coração dela entre seus minúsculos dedos e pedia:
         -A sua bênção, MAMÃE!!!
        Então a mãe desmaia. E a criança depois de adulta pensa que sua vida pode ser comparada a um romance de Dostoievisk.
(eu não li tudo ;])
        tudo era lindo!
        E, morando no Castelo, Lucas e Flora que nunca haviam tido uma chance de mostrar o valor de seu trabalho, ofereceram à sua nova patroa, o melhor de si, ou seja, todo o amor que um dia os levaram a cuidar de Cecilia.
         Assim, do anjo de Cecilia, se tornaram mais que empregados, se tornaram amigos confiantes: Flora que trouxe de novo a Vitoria, a mãe que um dia abandonara um pedaço de si no lixo, a lucidez e alegria de viver; Lucas havia se tornado o administrador fiel da casa e com a sua experiencia de vencer desafios adquirida como mendigo tornou-se mestre em administrar o patrimonio de Vitoria. E pensava " até que enfim tudo se acertou para mim". E tudo era felicidade, até que numa noite a lua clara se tornou lua negra e eis que...
         Sem o mínimo indício de um eclipse total, o Sol vestiu de luto a lua. Negra, a Lua gira de cabeça para baixo. Tem um buraco no peito, e perdeu o rumo dos dias.
        Oui, en effet la lune est noire, mais, comme « Cada um tem o seu álcool»
         « enivez-vous!» Moi,
         Je suis ivre. Folle et lucide. Je bois, je mange du chocolat noir intense, fume et
         je m'énivre avec de l'encense d'opium.
         Je suis en train de mourrir de solitude, moi, ume marginale élitiste.
         SOS suicide!
         Mais, je suis déjà morte! Morte Vivante!
         « Ça, ce n'est pas vivre,c'est ne pas mourrir.»Je fais le deuil de moi-même. La lune, toute noire, est cumplice.«Enivrez-vous!»
        
        La Lune est toujors noire et le Soleil, lui. je ne le vois jamais. Caressez mes yeux et donnez-le-moi à boire dans la bouche.
         Que j'ai soif!
        Sem o mínimo indício
         De um eclipse total,
         o Sol vestiu de luto
         a Lua.
        
        
        
        A lua negra tem, neste agora, raios roxos de tédio, e clama, debalde, um raio de sol.
        Comtemplo a lua negra. As sua face é uma bacia , não hidrográfica, mas de lágrimas negras, tecendo uma emaranhada teia de afluentes, que vão desaguar na boca. Não façam fissuras no seu silêncio. EStá de luto poe ela mesma.
        Mas, quando pensamos que história tem um fim, ela não tem, pois o anjo de Cecilia retorna como um anjo da morte, que tem de cumprir o seu dever: matar e ressussitar.
         Viu sua mãe e seus amigos maltrapilhos agora com fortuna e dinheiro, queria ve-los longe de tudo e de todos, pois o seu ódio por eles ela fervente e esmagador.
         Não tinha mais coração, não sabia o que era amor e sentia todo o peso do mundo em suas costas. Olha a Lua negra atentamente e as suas vestes empoeiradas, asas de anjo, rosto de menina-moça mas coração cheio de ódio e rancor...
        et le soleil dies!
         is it a sol negro hybris?
         c´mmon io trucido....
(bla)
        Seus objetivos já não são mais os mesmos, aquela lua negra e sombria, agora mostra sua face iluminada.Tlachtga revelou mais uma revelação...
        REVELOU + UMA REVELAÇÃO FOI ÓTIMO!!
(Bárbara Melo)
        Dessa história, houve terrível engano,
         Quem morreu, explicar se faz mister;
         Morreu Cecília, outra sofrida mulher,
         Por maltrato de um sujeito desumano.
        
         A Cecília ( Ceci) dessa longa história
         É hoje uma violonista virtuosa e bela,
         E sem lembranças triste na memória,
         Pra lua negra, toca violino na janela...
        
        "Night Of Nigger Moon"
         Sonata para piano e violino, é sem dúvida uma de suas melhores composições.
         e ficar feliz para sempre
        Ah!...esse sempre,
         que quase sempre
         acaba...
        
         A!... essa felicidade
         sempre tão fugaz,
         fuga da realidade;
         aeriforme como gás.
        
         Nasceste, tens pois a graça;
         Livraste de uma desgraça...
         Viver vale a pena e o risco;
         Ainda que tenhas que viver arisco...
        
         Tudo tem duas faces;
         A clara e a negra lua;
         Morrendo, quem sabe renasces?
         É mão e contramão a vida tua...
        
        
         Eu fico com Machado de Assis:
         "verdadeiramente, só há uma desgraça: não nascer".
        
         Pensemos nisso!!!
        
        
        
        
        
        E agora sua mente gira num carrossel vertiginoso e etéreo. Abisma-se a alma num torvelinho caótico de sombras e sonhos. Ergue-se da tumba do medo o horror, o horror em toda a sua plenitude, e o espírito, como que numa alucinação mística ou viagem onírica aterrorizante, precipita-se num vórtice infernal de desespero, um desespero frio e pegajoso como os pântanos abomináveis dos mundos infernos. Era como se o Universo tivesse enlouquecido, numa volúpia infinita de insanidade voraz a consumir o espírito...
        Mas, a alma
         Plena de calma
         Desfaz o trauma
         E a música acalmA.
        
         Soa então um acorde fino
         E melódico do violino,
         Não há mais torvelinho,
         Acabou-se o desatino.
        
         A melodia por si mesma inspira,
         Eleva-se..., cada nota uma espira;
         É a magia que conspira
         Na música, em Cecília, na vida respira.
        
        Meu violão solidão...
         Tem cordas afinadas,
         Prontas, mas caladas,
         Esperam por ti em vão...
        
         Elas me pedem um toque,
         Um simples toque apenas...
         Baladas breves pequenas;
         Algo que não as sufoque...
        
         Mas minha dor é tamanha
         Tua a ausência é tão doída,
         Que disfarço com manha...
        
         Meu violão fica calado...
         Sob minha lagrima caída,
         Solitário, jogado de lado...
        
        A criança continou exposta a lua q velava de llonge com seu brilho gelido.ela distraia molemente a criança que olha fixo a ela mosttrando cada vez em seu olhar a fraqueza de tentar agarrar aquilo q naum lhe pertence, mas pobre da criança q naum sabia de sua existencia nem sabia q esta va viva , so sabia q esta va ali exposta ao vento e a noite.A silencio avançava adentro com mais força,mas a criança naum sentia esta força
         invadir o seu corpo e levando o ultimo arrebetamento de seu peito.Por leve segundo se tornou muda e gelida criança assim com olhar gelidoe distante q ronda o noite a procura de ......
        quem sabe, um pouco de química, vapores do ópio,fumaça da Kaia Jamaicana, heroína & Striquinina... algo para definitivamente tirá-lo daquele estado de pasmaceira diabólica, de mudar a história de sua insignificante vidinha ordinária, deprimentemente nogenta, vil e degradante. A vida sem artificios e condimentos lisérgicos só produzia, nela, angustia e desespero. Fugir, fugir, fugir... só resta fugir.
        Sem amor materno, adotada pela droga, se escondia a criança. Para ela não existia nem hoje nem amanhã. Sua vida era uma eterna fuga da realidade. As coisas só faziam sentido quando estava tocada pelo alcool, pela erva ou pela heroína. No mais, nada mais existia, só tédio, fugir, fugir, fugir. Um dia sonhou que já não existia Deus e que a fé apodrecera debaixo da alienante Cruz, do calvário ilusório. Fugir, fugir, fugir...
        e mergulhou na morte , no maior e mais profundo abismo ..........e como a fênix ressurgiu , sem sangue , sem dores , sem lembranças ..........como toda criança deve ser........
        Passado o perigo
         Da lua negra
         Cessa o castigo,/
         E ávida, sôfrega,
         A vida se ergue e pede.../
         Ouve, então, a natureza,
         Que embota a dor, mede
         E regra a torpeza/
         Em seu caminho.
         A vida então segue
         Em busca do carinho,
         Como num reggae.../
         E para curar o trauma,
         O melhor remédio
         Está na própria alma;/
         Que por intermédio
         Da música busca a cura
         Pra qualquer ferida,/
         E com precisão fura
         O bloqueio e fica aderida.
        
        
        Mas os sonhos não duram toda a vida e o que parecia o fim de um tormento era na verdade um breve começo de uma terrível tribulação. Um homem de sorriso aberto e mãos geladas levou a criança pela mão ao que ele dizia ser o paraíso, contudo o inferno seria uma palavra mais conveniente.
         ...
        
         "Una-se todo, em traiçoeira liga,
         Contra mim só, o mundo miserável.
         Alimente por mim ódio entranhável
         O coração da terra que me abriga.
        
         Sei rir-me da vaidade dos humanos;
         Sei desprezar um nome não preciso;
         Sei insultar uns cálculos insanos. "
        
         ...
        
         Versos de:
         " Soneto"
         (Junqueira Freire)
        
        
        Lua que negra reluz...
         Sem luz seduz
         Num brilho de ébano
         E atrai... trai
         Traz... faz
         Faz de conta
         Conta e reconta
         Perdas e danos
         Quais seus planos
         Negra lua de ébano?
        ...
         A lua de ébano
         Tem secretos planos
         Pra não causar enganos
         Atrai os incrédulos .
        
         Cecília também brilha
         Como o sol e a lua
         Cecília não é ilha,
         Nem tem lar, só tem rua.
        
         No ébano da noite
         Sem luz da lua cheia
         Os seu olhar clareia
         Nas trevas sem pernoite.
        
         Cecília tem as fases
         De todas quatro luas
         Respira pelas suas
         Ventas, todos os gases.
        
         Aprendeu a se virar
         Quando a lua não vem,
         Sem ajuda de ninguém
         Vive em qualquer lugar.
        
         Na busca d’alma gêmea
         Das poças faz espelhos,
         Com o jeito de fêmea
         Ri sem lábios vermelhos.
        
         Sonha! Sonha! Cecília
         Que o sonho compensa
         A tragédia imensa,
         E só sonhar auxilia...
        
         ...
        ...
         E enquanto isso se passava,
         Suspensa por cordas invisíveis
         A nau da lua negra girava
         Sombreando os guetos horríveis.
         ...
        parecia que omundo asua volta era uma explosão de cores.Nunca tinha reparado que asua volta a vida tinha uma infinidades de cores e sons.Acordou aquele dia com vontade de fugir da miseria e da dor.Não conhecia nada alem de seus limites.Tinha medo,Começou por aventurar-se ate o mar, e, ficou encantado.Mais adiante não entebdeu como durante tanto tempo não conseguiu ver tudo aquilo. Aventurou-se mais um pouco e viu que alem da miseria exixtia um mundo lá fora
        ... ... ...
         Lua Negra, Lua Minguada,
         Face lateral escura;
         Sombra da porta clareada
         Camuflada e obscura...
         Oh! Abri as vossas pálpebras
         E auxiliai com as marés.
         Varrei todo mal que ufana,
         Levantai Orfeu da cátedra;
         Clareai a razão humana
         Pra Cecília não sofrer revés.
         ... ... ...
        
        ... ... ...
         De repente a lua acorda
         E Cecília sente-se presente;
         Seu presente foi-se de repente
         E restou-lhe uma assombrosa horda...
         ... ... ...
        ... ... ...
         Junto à coruja com tino,
         Perto do lago, com luz minguada,
         Sempre soa de madrugada
         Um tom fino um violino ...
         ... ... ...
        ... ... ...
         Cecília saiu do eclipse;
         desalinharam-se: o Sol a Lua e a Terra.
         Subirei no ápice da serra
         pra vê-la na curva da elipse...
         ... ... ...
        ... ... ...
         A lua negra de cabeleira lisa
         Penteia-se na praia,
         Enquanto Cecília se paralisia
         Na raia do obscuro, ao ver uma arraia
         Ligeira a se serpentear a areia.
        
         Lá no céu a Lua Negra nega claridade...
         ...
        
        Depois de fumar vários baseados, inventei de tomar umas cervejas... meu amigo, a coisa pegou!!!
         A lua virou sol e o sol virou lua... Putz! que larica doida! Sai de meu corpo várias vezes, um desdobramento espiritual que eu nunca tinha sentido.
         Vários demônios brigavam para entrar no meu corpo, meu templo espiritual. Astharoth, Belial, Groguim, Zeferiney, etc.. Todos espectros do antigo Egito se fazim presentes. Noite Negra e sangrenta. Acordei dentro de uma cova rasa no Cemitério da Saudade em São Miguel Paulista.
        Depois de fumar vários baseados, inventei de tomar umas cervejas... meu amigo, a coisa pegou!!!
         A lua virou sol e o sol virou lua... Putz! que larica doida! Sai de meu corpo várias vezes, um desdobramento espiritual que eu nunca tinha sentido.
         Vários demônios brigavam para entrar no meu corpo, meu templo espiritual. Astharoth, Belial, Groguim, Zeferiney, etc.. Todos espectros do antigo Egito se fazim presentes. Noite Negra e sangrenta. Acordei dentro de uma cova rasa no Cemitério da Saudade em São Miguel Paulista.
        fALA SÉRIO QUEM FOI OS MALAS QUE ESCREVERAM ESTAS COISAS DOIDAS E SEM NEXO, PELO AMOR DE DEUS, VC LÊ A HISTÓRIA E ELA NÃO TEM COMEÇO, NEM MEIO E MUITO MENOS FIM??? FALA SÉRIO MEEEEEEEEEESMO
         E então despertou, mas sujo e e mau trapilho que costumava suportar.
         A primeira frase que pode editar em sua mente, foi essa revolta infantil, indgna de quem um dia pode aprender com os sabios, que mais sabio que o destino não há e só ele poderia melhor editar a sua história de vida que virá.
         Logo percebeu, sua pequena revolta não poderia dar em nada, o texto de sua vida passada já fora editado.
         Rapidamente fez uma recapitulação de seu encontro com a doce menininha que um dia conssiderou como filha, a qual salvou das garras de uma noite sombria que tanto mal faria a uma criança indefesa.
         Talves tenha sido melhor (Pensou). Não vi um belo destino para aquela bela menina de olhos azuis. Ela jamais entenderia a grandeza de minha dura jornada pela vida, vida bandida na qual escolhi viver entre quem precisa de ajuda.
         Mas dai a ela vir me amaldiçoar, não posso compreender tamanho ódio com o qual a menina foi morrer.
         Sei que a vida foi dura para os seus poucos aninhos, mas nada me explica a crueldade de seu destino. Vi sombras, crueldade, promiscuidade e infelicidade em sua existencia pós mortem, só encherguei maldições e sofrimentos vinda dos sentimentos de quem agora poderia me abençoar.
         Oh bela pequena, de olhar sereno e infantil compreenção, tira de mim tua maldição parab que em minha vida eu possa caminhar.
        
         Logo após feitas as suplicas o sujeito pode-se sentir um pouco melhor, talveis foste a sensação de dever comprido e comprrenção do porque a sua vida havia ido tão mal. Mesmo ele acostumado a viver nas ruas, entre debeis delinquentes não podia suportar o peso de seu destino neste momento.
         Fez uma prece afim de tentar ao menos um pouco se reequilibrar, e foi procurar por um lugar onde poderia banhar e alimentar o seu corpo que quase já não sentia mais.
         No caminho sua ultima visão tomava-lhe topdos os penssamentos.
        
         Em que debeis condições eu devia estar para me descuidar daquela maneira, eu estar meio perdido tudo bem, mas dai a me juntar a drogados e alcoolizados já é demais.
         Aqueles malditos quase me destruiram desta vez. Acho que chegou a hora de regressar ao templo dos grandes mestres, para me recompor perante suas fortes influencias plasmadas durante gerações naquele santo lugar.
        Mas a morfina nunca consegui abandonar. Meus dentes caiam de podres, as raizes dos cabelos se enfraqueciam e uma grande calva já se fazia presente. não era mais a pessoa dócil e educada de tempos atrás, as coisas já não tinham mais significados e só me restava me picar e talves um dia a minha viagem para o reino da escuridão se confirmasse.
        Sem vida. Agonia toma conta de mim, em um leve suspiro. Tudo diante de mim se mostra tão distante.
         Uma tragédia não seria anormal no presente momento. Sofrimento toma conta de tudo ao meu redor, sou muito menos do que um simples grão de areia que não é notado no meio da imenso mar azul.
        A Lua Negra
        
         A Lua Negra sempre vagueia
         Rondando lentamente o seu astro.
         Entretanto, às vezes, a lua titubeia
         Em seguir por perto o seu rastro.
        
         Por isso, naquelas noites sem lume,
         No ar denso e carregado da cidade
         Vê-se rasgar no céu uma claridade
         Com talhada precisão de um gume;
        
         Nesse ínterim, ninguém sabe aonde
         A acanhada Lua Negra se esconde...
         Quiçá, no alto do céu há uma brecha,
        
         E a cada estrondo da trovoada
         Fugindo do clarão em disparada
         A lua se oculta e o céu se fecha.
        
        No luar de uma madrugado, ao som das criaturas da noite me sinto bem...
         Seu reflexo na água, mostrando toda sua beleza ao nosso alcance. Todas as palavras não descereveriam a sensação de paz... Mas uma paz momentânea.
        
        prosa
        ...
        
         Pra tentar observar a negra lua,
         De noite, Cecília sobe numa grua;
        
         O seu sol é uma sombra de prata
         E nenhuma recordação lhe é grata.
        
         ...
        . . .
        
         Cobre-lhe a pele (de Cecília) um cetim
         escurecido, e sem brilho, tal a negra lua.
         E a alvura dos pés esconde-se no confim
         da relva molhada, tal o negrume da rua
        
         . . .
        *
        
         §
        
         *
        
         O dias foram sem sol,
         As noites plenas de luto...
         Náufraga e isolada num atol,
         Cecília sofre um surto
         De desvario psicótico.
         E devido á obscuridade,
         Dói-lhe o nervo ótico.
         Então ela começa a cismar,
         Com a trivialidade:
         De o céu, Terra e mar;
         Coexistirem com a possibilidade
         De se chocarem. E essa tríade
         Vir se a colidir na localidade
         Com o caimento de miríades
         De estrelas em puberdade.
        
         *
        
         §
        
         *
        
        
        Dorme, Cecília!
         Que a noite te devoras,
         Intensa, exuberante, felina.
         E como uma cobra nos fascina
         Queimando sempre, porém sem deixar marcas
Suas linhas




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