Círculos mágicos oriundos de várias culturas que cumprem funções de apoio a
meditação, concentração, vaticínio e transcendência mística. Conjunto de símbolos e códigos
visuais que visam ampliar a consciência, o auto-conhecimento, auto-controle e senso estético,
têm na tradição das mandalas tibetanas e indianas seu principal referencial.
Sua principal característica, a despeito das diversas tonalidades e figuração muitas vezes
geométrica, é o equilíbrio e a harmonia, mesmo que frequentemente alcancem imagens
totalmente abstratas. O principal exercício na arte das mandalas consiste no fato do praticante
construir suas mandalas pessoais, pois como nos mantras, nas cores e nos sonhos, cada
elemento tem um significado particular, pessoal, unívoco.
A presente coleção de mandalas foi produzida em 2004, com leit motivs orgânicos, porém
diagramados geometricamente partindo-se de uma forma matriz - uma espiral, dois ofídios - é parte
dos resultados de pesquisas que realizo sobre este tema, sobre yantras, labirintos e simbologia
de culturas autóctones. Tais estudos apontam para uma diagramação em séries de imagens que
se organizam geometricamente, cumprindo funções mais lúdicas que mágicas, mais míticas que
místicas e mais estéticas que estáticas.
As espirais complementares aqui presentes sugerem o próprio conceito de dualidade tão
presentes em nossa vida: sim e não, dia e noite, ontem e amanhã, eu e você, tudo e nada,
branco e preto, sempre e nunca, ying e yang, as polaridades positivas e negativas e mesmo os
códigos binários, daí a opção em representá-las - desta vez - com os recursos digitais.