Com o título acima, trago agora à Sala das Najas parte da minha mais recente produção em cerâmica. São esculturas, cujo tema - "Cabeças" - é freqüentemente abordado em meu trabalho como pintor ou xilogravador. Neste caso, senti a necessidade de dar forma literalmente tridimensional a este assunto, recriando-o de maneira quase que totalmente intuitiva, através da modelagem em argila vermelha.
Não há nestas "Cabeças" qualquer intenção simbolizadora, elas não representam nada ou alguém em especial a não ser a si mesmas. O que me atraiu a este trabalho foi, portanto, o puro prazer de, através da articulação de planos, texturas e do jogo de claro-escuro, criar feições "algo" humanas, inspiradas um pouco pela arte étnica de todos os tempos e lugares.
Portanto, fica por sua conta, caro navegante, atribuir ou não, de acordo com sua própria fantasia, algum significado específico a estas expressões plasmadas em argila. Para mim, o que importa é que estas peças se insiram no mundo através de sua estranheza particular, mexendo com a imaginação de quantos as vejam, daquele jeito especial tão característico, e indefinível, que só a arte e o desconhecido possuem