A Garganta da Serpente
(15.03.03 / 14.04.03)

Testamento - Kenzo Sasaoka

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Mergulhei num universo atemporal, onde o silêncio sepulcral reinava no eterno dormitório de meu corpo.

A vida escorreu. As flores, murchas pelo calor do sol, permanecem em minhas mãos frias. As mesmas flores que nunca me reverenciaram em vida.

Observo com calafrios o meu eterno refúgio, busco aconchego em meu manto amadeirado. Véu de silêncio cobre esse meu rosto, que ficará à mercê dos vermes que - lentamente - irão degustá-lo.

Pelas mãos da sabedoria sou conduzido e amparado para que, em algum momento, possa ganhar asas, voar através do infinito e atravessar os portais do céu... ou do inferno.

(Kenzo Sasaoka)

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