Mergulhei num universo atemporal, onde o silêncio sepulcral reinava no eterno
dormitório de meu corpo.
A vida escorreu. As flores, murchas pelo calor do sol, permanecem em minhas mãos
frias. As mesmas flores que nunca me reverenciaram em vida.
Observo com calafrios o meu eterno refúgio, busco aconchego em meu manto
amadeirado. Véu de silêncio cobre esse meu rosto, que ficará
à mercê dos vermes que - lentamente - irão degustá-lo.
Pelas mãos da sabedoria sou conduzido e amparado para que, em algum momento,
possa ganhar asas, voar através do infinito e atravessar os portais do
céu... ou do inferno.