Sujo, feio, faraônico, ferida aberta no coração da cidade e aberração arquitetônica, são algumas das palavras que descrevem o Elevado Costa e Silva, o famoso Minhocão.
Chamados a opinar sobre ele, arquitetos, engenheiros e urbanistas em geral, divergem sobre o futuro da construção. Há quem defenda sua manutenção com argumentos quase todos de ordem prática, isto é, pelas questões do trânsito. Também existem aqueles que clamam por sua demolição, o que ajudaria a revalorizar os prédios da região.
Sabemos porém, que o Minhocão possui uma face amena, mais interessante. É a face do humanismo que impera aos domingos e feriados, momento em que ele é fechado ao trânsito de dez mil veículos que, diariamente, passam por ali.
No lugar de todo esse movimento, o viaduto abre espaço para uma alegre movimentação de pessoas, a pé ou de bicicleta, andando calmamente ou correndo. É o momento de seus moradores subverterem a função do espaço urbano, humanizando-o, em uma celebração de pessoas que, como todos nós brasileiros sabem achar saídas, soluções e vencer as adversidades.
É essa a face do Minhocão que nos interessa. Foi justamente ela que buscamos desde 1998, ano em que começamos a fotografá-lo, e é um extrato, um corte temático, que agora apresentamos na exposição "MINHOCÃO Altos e Baixos".