A Garganta da Serpente
História da Literatura escolas literárias
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Trovadorismo

A prosa trovadoresca.:

A prosa medieval tem caráter documental, retratando com mais detalhes o ambiente histórico-social desta época.

Há quatro gêneros em prosa do período medieval:

  1. Hagiografias: relatos bibliográficos dos santos da Igreja, escritos em latim.
  2. Cronicões: relatam, de forma romanceada, acontecimentos históricos/sociais do século XIV, através de anotações em seqüência cronológica.
  3. Livros de Linhagem ou Nobiliários: árvores genealógicas das famílias nobres, elaboradas com o intuito de resolver problemas de heranças e de evitar "casamentos em pecado".
  4. Novelas de Cavalaria
    As novelas de cavalaria são narrativas ficcionais de acontecimentos históricos, originárias da prosificação de poemas épicos e das canções de gesta (guerra) francesas e inglesas. Refletiam, de modo geral, os ideais da nobreza feudal: o espírito cavalheiresco, a fidelidade, a coragem, o amor servil. Geralmente não apresentavam autoria e sua temática estava ligada às aventuras dos cavaleiros medievais, na luta entre o "bem" e o "mal" das Cruzadas, em defesa da Europa Ocidental contra sarracenos, eslavos, magiares e dinamarqueses, inimigos da cristandade. Os cavaleiros são castos, fiéis e dedicados, segundo os padrões da Igreja Católica, dispostos a qualquer sacrifício para defender a honra cristã, em contraposição ao cavaleiro da corte, geralmente sedutor e envolvido em amores ilícitos.
    As novelas eram tidas em alto apreço e foi muito grande a sua influência sobre os hábitos e os costumes da população da época.
    As novelas de cavalaria dividem-se em três ciclos e se classificam pelo tipo de herói que apresentam:

    • ciclo clássico: heróis "emprestados" da antigüidade greco-romana e da literatura clássica (Ulisses, Enéias ...); novelas que narram a guerra de Tróia, as aventuras de Alexandre, o grande.
    • ciclo carolíngio: versando sobre as aventuras de Carlos Magno e os Doze Pares de França. Algumas dessas novelas foram trazidas para o Brasil no período da colonização, e seus heróis alimentam ainda hoje a literatura de cordel nordestina.
    • ciclo bretão ou arturiano: o mais fecundo de todos, com as histórias sobre o Reino de Camelot, o Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda. Três são as novelas remanescentes desse ciclo: José de Arimatéia, História de Merlim e A Demanda do Santo Graal.
      A Demanda do Santo Graal é a novela mais importante para a literatura portuguesa, reunindo dois elementos fundamentais da Idade Média quando coloca a Cavalaria a serviço da Religiosidade. Ela retrata as aventuras dos cavaleiros do Rei Artur em busca do cálice sagrado (Santo Graal), que conteria o sangue recolhido por José de Arimatéia, quando Cristo estava crucificado.

    Com o advento do Humanismo, esses ciclos de novelas deram lugar a um novo ciclo - o dos Amadises - desvinculado dos ideais religiosos cristãos e com erotização das relações amorosas.

    A última novela de cavalaria data do século XVI, e, embora visasse à crítica do gênero e de seu conteúdo, que já se acreditavam esgotados, terminou por constituir-se na melhor e mais famosa de todas: D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.


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