Dou conta dessa história
Recorrendo, com certeza
Aos meandros da memória
Detalhando com riqueza
Esse evento já distante
Saibam, muito importante
Sobre a minha natureza!
Eu trago a mais pura verdade
Nada disso é ficção
Contava com pouca idade
Encarava assombração
Quem tem origem no agreste
Não teme cabra da peste
Que dirá aparição
Toda noite de lua cheia
Corria na cidadela
Que a coisa era muito feia
Quem via era presa dela
Mas nunca dei pelo assunto
Pois quem chora por defunto
É carpideira banguela.
Mas olha, naquele dia
Sem avisar, de repente
Até preguiçoso corria
Levando com ele o valente
Da dita alma penada
Tocando aquela manada
De gente e comigo à frente
Corri feito potro no trote
que cavalo desembestado
Um gelo no pé do cangote
Ao ver a maldita ao meu lado
O pavor daquilo era tanto
Que chamei todo nome santo
Que eu sei canonizado
Conto hoje essa história
Do extinto povoado
Trago o fato na memória
É parte do meu passado
Se você não crê em nada
Em caso de alma penada
Olha depressa pro lado.
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