A Garganta da Serpente
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Vamos castrar os políticos!!!

(Marco Haurélio)

(dedicado a Glauco Matoso)

Qual é a praga atual
Que massacra tanta gente,
Que faz um parvo, demente,
Achar-se intelectual,
Que torna um débil mental
A salvação da lavoura?
Mas se a bomba não estoura
Na assembléia dos macacos,
Ao cordão dos puxa-sacos
Não intimida a tesoura.
Retrógrados direitistas
Apontam para os colhões,
Indicando as direções,
Ofendendo os esquerdistas.
Estes também são artistas,
Pregando o maniqueísmo
E um suposto heroísmo
Que o manto vermelho encobre
Pra que lembrança não sobre
Dos crimes do stalinismo.
Vão animais e rebanhos
Por vias que se diferem,
Mas, por mais que se exasperem,
Quando se trata de ganhos,
Já não serão mais estranhos:
Até se tornam pacatos,
Formam seus ninhos de ratos,
Mas sem mostrarem as presas.
Uns afanam das empresas,
Os outros dos sindicatos.
Alguns dizem que defendem
Lutas, causas sociais;
Aos bens patrimoniais
Outros patifes se rendem.
Estes cretinos ofendem
A nossa inteligência,
Porque a sua ingerência
Gerou o abismo profundo
Que consome todo o mundo
Nas chamas da violência.
Entre um gole de conhaque
E a fumaça de um charuto,
Um presidente astuto
Resolve invadir o Iraque.
Tem esse herói de araque
O apoio da grande mídia,
Que dá à terrível insídia
Uma aura de nobreza,
E,com total safadeza,
Suaviza tal perfídia.
Vemos interesses sujos
Em várias repartições:
Nas páginas dos jornalões
Se aglomeram sabujos.
Mas são estes ditos cujos,
Dirigidos, manobrados,
Que em artigos comprados,
Semeiam o mal entre os povos,
Com a boca perto dos ovos
De seus chefetes safados.
Da instituição menor
Às grandes corporações
Rádios e televisões
Vomitam lixo pior,
Para que o tartufo-mor
Ao povo pobre o entregue.
E a marcha fúnebre segue
A súcia, e nem dá fé:
São Jorge nunca anda a pé,
Porque sempre encontra um jegue!
Portanto, proponho agora:
Castre-se todo político
Do fortão ao mais raquítico,
Que nenhum fique de fora!
E, se não houver melhora
Para o quadro de indecência,
Com um pouco de paciência,
O mal será debelado,
Pois esse traste capado
Não terá mais descendência!
E os nojentos afagos
Por certo chegam ao fim
Eliminando, assim,
De uma só vez os estragos,
Pois, pela ausência de bagos,
Nem que o castelo desabe,
Nem que o mundo velho acabe,
Vem a salvação dos povos:
Em não havendo mais ovos,
Não haverá quem os babe!

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