A Garganta da Serpente
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MENSALÃO
TOMO 1 : O PRESIDENTE INOCENTE

(Gorki Mariano)

Sabe o que eu ouvi falar?
É difícil de acreditar
No meu país do futuro
Tem negócio muito escuro
Lá na câmara federal
Deputado leva a boa
E o pobre povo fica à toa
Sempre levando a mal

Eu soube e fiquei sem fala
Que tem dinheiro em mala
Uns dizem que é da igreja
Outros que é da peleja
Viajando a esmo sem parar
Mas esse dinheiro emalado
É pra pagar político safado
Que tem em todo lugar

Essa nova regra ou ação
Tem um nome, um palavrão
Estão chamando de mensalão
Os deputado levam pra votar
Só apóia e vota com o governo
Aquele que recebe a propina
Tem uns que o nariz empina
Dizendo: nunca ouvi falar!
Dos partidos, até presidentes
Estão metidos no ato indecente
Pra todo lado as malas vão
E Pra todo lado tem ladrão
O nosso presidente inocente
Vive dizendo: vi nada não!
De maneira tão pungente
Que cremos no ilustre cidadão

O deputado Roberto Jefferson
Fez um rebuliço em protesto
Resolveu não ficar calado
E quebrou o antigo trato
Receber o mensalão e votar
Sem ao menos perguntar
Sobre o que era a questão
Esse fato, complicou a situação

Por falar em situação
A que hoje está em ação
Era nossa boa oposição
Não deixava reforma passar
Nem a aposentado cobrar
Era um time bom danado
Mas depois que mudou de lado
Faz vergonha até falar

xCobra de aposentado sem dó
Faz reforma, aperta o assalariado
Tem o modelo econômico copiado
Igualzinho aquele do FHC
Só quer saber de juntar dinheiro
Pra mandar pro estrangeiro
Vendo o Brasil sucumbir
Pra engordar o famigerado FMI

Agora surge o mensalão
Eu acho que é corrupção!
Dizem que é coisa antiga
E que não passa de intriga
Dizem até que é invenção
Que o Brasil é mesmo assim
Cada político rouba um "pouquim"
Sugando as tetas da nação

Está instalada a comissão
Contra gosto do governo
Que negava toda a situação
E dizia, falando a bom termo
Que era intriga da oposição
Que queriam usar a CPMI
Como trampolim para subir
Frustrando a velha mamação

A CPMI ouviu empresário
Que operava a transação
E com uso do público erário
Pagava a muitos o mensalão
Uns até achavam pouco
Outros gritavam já roucos
Onde anda o meu quinhão?
Quero aqui, na minha mão!

O empresário negou tudo
De nada sabia, era mudo
E as fábulas de dinheiro
Eram produtos verdadeiros
Do trabalho de um cidadão
Que não cuidava das contas
Deixando a comissão tonta
Sem apurar o mensalão

Mas pra tristeza dos políticos
Que agora já ficam aflitos
O empresário Marcos Valério
Vai, desta vez, falar sério
E em novo depoimento
Desta vez a um procurador
Vai destrinchar como se passou
A vergonha e o descaramento

Melhor do que depoimentos
São todos os documentos
Comprovando saque anormal
Dos Bancos do Brasil e Rural
Tem político que mandou
Outro que não agüentou
E foi no banco receber
A propina. Inocente; sem saber


Duda o maior marqueteiro
Do partido dos trabalhadores
Resolveu contar suas dores
E explicar como a campanha
Que foi feita com muita manha
Recebeu dinheiro até no exterior
Novamente, o empresário Valério
Foi principal autor do despautério

O Brasil agora vai saber
Pra que votou no PT
A esperança, força e ação
E talvez vá se arrepender
E nunca mais querer saber
De votar e da tal da eleição
Que só engana o pobre
Surrupiando seu cobre

Mas a sociedade deve
Ficar alerta e acordada
Pra não ser, de novo, enganada
Por políticos matreiros
Mãos -leves, trambiqueiros
Que surrupiam o país
E, hoje, com cara de giz
Se disfarçam de cordeiros

Será preciso cassação
Pra muito político ladrão
Dizer um sonoro não
Aos oportunistas da hora
Mostrar que no Brasil agora
O povo esta acordado
Vigilante e bem ligado
Não será, de novo, enganado.

Quando o Brasil acordar
Desse pesadelo triste e vil
O nosso amor será febril
A cidadania será de fato
Imposta aos politiqueiros
Com suas malas de dinheiro
Muito vão pagar o pato
E o país sairá altaneiro

O nosso Brasil não pode
Aceitar a suja corrupção
Devemos alertas dizer não
Aos usurpadores da nação
E eleger pessoas sérias
Com clareza de idéias
E com propostas sociais
A fome só; não serve mais

Vamos lutar por escolas
A base forte da educação
Dando à juventude opção
Formando conscientes cidadãos
Vamos levantar a cabeça
E que ninguém se esqueça
Que o Brasil forte e soberano
Não se curvará a nenhum fulano

Garanto e assino embaixo
Mostrei e disse o que acho
A saída é a educação
Rua não forma cidadão
Insisto, pensem direito
Analisem com cuidado
Não sejam mais enganados.
Olho no político falastrão!


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