A Garganta da Serpente
Cobra Cordel literatura de cordel
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Mitologia

(Alfred' Moraes)

Livros que contam estórias
Sobre monstros e gigantes
Que os antigos navegantes
Encontravam em suas rotas.
Hoje em dia os pescadores
São os nossos contadores
De piadas e lorotas.

Livros que falam de bruxas
Com seus caldeirões ferventes
Contendo unhas e dentes
De serpente e de morcego.
Falam da quiromancia
Dos segredos da alquimia
E banhos de descarrego.

Livros que falam de fadas
Com bastonetes luzentes
Muitas donzelas carentes
Foram adotadas por elas.
Uma moça muito pobre
Ficou linda, rica e nobre.
Por vontade de uma delas.

Era a Gata Borralheira
Essa donzela carente
E pejorativamente
Essa alcunha foi-lhe dada.
Porém sua fada madrinha
Usou o poder que tinha
E a gata foi transformada.

A trama toda começa.
Com a perda de um sapato
Que a mesma esqueceu no ato
De uma fuga inusitada.
A gata não deu na vista
O nobre seguiu a pista
Foi mesmo coisa arranjada.

Livros que falam também
De um temível Minotauro
Certamente um dinossauro
Fugiria desse ente.
Tinha a cabeça de touro
Com pelagem sobre o couro
Mas o corpo era de gente.

Morava num labirinto
A fera "homus-taurinos"
Sob o palácio de Minos.
Até que um dia Teseu.
Meio que por acidente
Feriu o estranho ente.
Que em seguida morreu.

Livros que contam histórias
Do terrível lobisomem.
Mistura de lobo e homem
Com olhos horripilantes.
Que em noite de lua cheia
Por entre as sombras vagueia,
Feito espíritos uivantes.

Livros que falam dos mares,
Das procelas e das brumas,
Da origem das espumas
Que se debruçam na areia.
Falam dos redemoinhos,
Dos fenômenos marinhos,
Do tritão e da sereia.

Dizem que se o navegante
Um dia ouvir o seu canto
Não resistirá o encanto
E num momento fugaz.
Fica livre, leve e solto,
Mergulha no mar revolto
Pra viver nos abissais.

Falam também dos Titãs
Com forças descomunais
Conforme estão nos anais
Da antiga Macedônia
Um deles causava assombro
Levava o mundo no ombro
Nuzinho, mas sem vergonha.

Conhecido como Atlas
O ser de força perene
Filho da ninfa Clymene.
Meio-irmão de Prometheus.
Levar a terra na costa
Foi condenação, proposta,
Pelo poderoso Zeus.

Os atuais "mapas mundi"
Que o estudante carrega
Recebe, via de regra,
O nome desse titan.
Simbolizando a história,
Perpetuando a memória
De Atlas no seu afã.

Falam de outra figura
Que o cabelo era de cobra
Tinha veneno de sobra
Pra destruir todo mundo.
Quem fitasse na retina
Daquela vil assassina
Virava pedra em segundo.

Medusa era o seu nome.
Que tombou decapitada
Pela força de uma espada
Empunhada por Perseu.
Do sangue coagulado
Surgiu um corcel alado.
Assim que ela faleceu.

Ganhou o nome de Pégasus
O cavalo mitológico
Era a jóia do zoológico
Orgulho do panteão.
Um belo chifre na testa,
Pontudo feito uma aresta,
Enfeitava o garanhão.

Livros que falam da Fênix
Que, das cinzas, ressurgiu.
Batendo as asas partiu
Depois de mais de cem anos.
Falam do vôo noturno
De aves que num só turno
Atravessam os oceanos.

A seara mitológica
É rica e prodigiosa
Para descrevê-la em prosa,
Haja pesquisa e talento.
Em verso metrificado
É muito mais complicado.
Já que o processo é mais lento.

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br