A Garganta da Serpente
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O HOMEM

(Alfred' Moraes)

O HOMEM é a única espécie
Feita pelas mãos de Deus,
Sendo o seu Auto-Retrato,
Tem caracteres seus.
Pensa se organiza e cria.
Muitos, porém quem diria?
Definem-se como ateus.

Os primeiros da espécie,
Lá no remoto passado,
Só extraiam da terra
O que era utilizado.
Se fossem inconseqüentes
Como muitos, do presente,
Tudo já tinha acabado.

Sucederam-se períodos
Os da pedra e dos metais.
Permaneceu imutável
O reino dos minerais.
O ser humano, porém,
Foi, mil séculos além,
Do que os outros animais.

Tudo por causa de um cérebro
Com seus milhões de neurônio
Que projetam nossos sonhos
Em imagens coloridas.
Que guardam nossas lembranças
Desde os tempos de criança
No arquivo de nossas vidas.

No processo evolutivo
Fundaram tribos e clãs,
Organizaram-se em grupos,
Cada qual no seu afã.
Mas sempre se questionando.
Se tudo está acabando
O que será do amanhã?

Os questionadores vêm
Desde o primeiro humanóide
Depois, Sócrates, Platão,
Albert Esteiem e Freud
Tentando encontrar respostas
Pra formularem propostas
Que preservem o planetóide.

Quando se teve a certeza
De que a terra era um planeta
E a colisão com um cometa
É uma possibilidade.
O homem de imediato
Era pra pensar no fato
E se vestir de humildade.

Mas poucos conseguem ver
O que realmente somos.
NADA, além de cromossomos,
Feito elos de corrente.
Que logo depois do "sono"
Voltam ser água e carbono.
E ninguém é diferente.

Tanto faz ser da escória
Ou da fina burguesia.
Quem faz da filantropia
Seu humanismo quotista.
É um hipócrita esnobe,
Incompetente que sobe
Sem o prazer da conquista.

Oxalá um dia desses.
Cientistas sociais
Elaborem uma proposta.
Inteligente e capaz
Que conduza a humanidade
Com justiça e equidade
Para um futuro de paz.

Enquanto isso as nações
Forjam leis de economia,
Impõe formas de governo
Como a tal democracia,
Porém nada traz de novo.
Poder que emana do povo?
Não passa de uma utopia.

O ser humano é complexo
Desde a sua geração
Cada indivíduo é um misto
De matéria e de emoção,
Que sente suas vontades,
Que cria necessidades,
Que reage a cada ação.

Necessidades primárias,
Ao ser humano, inerente,
Que tem na sobrevivência,
Suas origens latentes,
São iguais em qualquer raça
Desde os primórdios da caça
Aos enlatados presente.

Com a mudança dos tempos,
Mudam os satisfatores
E nas diversas culturas
Assumem outros valores,
Do ser de Neanderthal
Ao Homo Sapiens atual
Só permutaram os atores.

Negros, brancos, amarelos,
Nenhum homem, Deus repele.
Todos têm a mesma origem
Por mais que a cor não revele.
A cor de Deus ninguém sabe
E a nós humanos não cabe
Escolher a cor da pele.

Atentai para o esperma
Nadando em busca da vida
Na raia mais concorrida
Que a natureza criou.
O fato de ter nascido
E por um segundo vivido
Já o torna um vencedor.

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