A Garganta da Serpente
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Conto sem solução

(Victor Tales)

Veio do lotação. Aquele cheiro de perfume barato, pois feito o veneno para o rato, torci o nariz e tentei substituir por algo feito anis. Uma comunhão de sobacos suados e maltratados se ergueram como espadas para me saudar, ao meu trabalho desejo nunca mais voltar, eu lavo dois mil pratos sujos todos os dias, com cabelos, restos e sabugos, sem contar os copos e talheres. Sou auxiliar de cozinha - Lave essa pilha agora estamos atrasados., mas nunca fritei um ovo naquele lugar até hoje - Precisa pegar experiência primeiro!, gostaria que a pilha de pratos fosse até o teto que a sujeira grossa grudasse no concreto, que o lugar se infeste de ratos e só nesse momento confuso vão se lembrar. - Onde está o lavador de pratos?

Poleiro de pombos. Minha casa se parece e se cagar fosse uma prece minha casa seria santificada, o telhado cedeu num pequeno buraco onde alguns pombos fizeram ninhos, nunca os afugentei, pois assim depois do almoço posso dizer que jantei. Meu maior prazer sempre foi lavar minhas roupas, como uma terapia, pena são poucas. O uniforme de lavador de pratos, duas camisas duas calças que já estão nos trapos, lavo, lavo, lavo, torço, torço, torço enrolo, penduro e fico esperando secar até a manhã chegar depois dobro e durmo meu turno é noturno.

19:00. Volto ao trabalho. CRASH! CRIM! PRASSSS! - Como você derrubou isso seu imbecil! Fiquei olhando desesperado a cara vermelha do - Valdemar, prazer, você vai trabalhar aqui comigo. estava possesso. Fui mandado embora naquele mesmo dia, me deram dois passes e metade do salário do mês. Quando cheguei em casa matei todos os pombos, assei cada um deles e comi, de barriga ainda cheia enchi o tanque de roupas na esperança de me afogar com alguma congestão, como não morri passo fome desde então, os pombos nunca mais voltaram.

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