A Garganta da Serpente
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Uivando secretamente para lua

(Teresa Dávila Malta)

Quando os segundos se transformaram em horas já sentia aquele beijo, aquela boca que tanto me atraía. Como era leve, macia delicada...conseguia sentir o momento exato, o ápice, o doce e o amargo sabor, que se misturava loucamente em nossas bocas.

Entrei num abismo de emoção: borbulhava dentro de mim um desejo incalculável, um desejo sinistro e ao mesmo tempo empolgante. As emoções tornaram-se naquele exato momento uma via-láctea, um céu imenso e profundo, onde as estrelas dançavam para seduzir os belos planetas.

E aos poucos o calor invadia meu corpo, e eu sabia que o seu corpo me queria, sua mente curiosa e inocente tentava desvendar os meus segredos mais íntimos, e quando dei por mim senti com ferocidade sua mão segurar minha cintura, demonstrando que o seu desejo transpirava em seu corpo.

Mas as horas invertem-se em segundos, a magia pelo encanto tinha acabado, ficamos como estrelas a vagar ao céu, mas sabíamos que aquele beijo uivava secretamente para a lua, onde ninguém ousa escutar os cantos dos lobos; na linda noite de lua cheia, a qual testemunhou nosso crime.

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