Quando achamos que tudo acabou, algo começa, dentro de uma constelação
infinita, onde nossos olhos talvez, não busquem a luz que de longe brilha
infinitamente.
É como filme de faroeste, ficamos comendo terra amarga e seca, calor
que entranha em nossas peles secas e encardidas.
E nada acabou, penso eu talvez, como poderia acabar tal mundo cruel? Ou talvez
eu esteja sendo cruel demais para aceitar a consequência que todos
nós temos que passar.
A morte pode ser lenta ou rápida, ela vem nos perseguindo desde que nascemos,
mas existe a vida que não insiste desistir... Mas nada acabou, seus sentimentos
serão os mesmos no outono e na primavera, quem sabe quando o inverno
aparecer subitamente e você com coração partido e dilacerado
não venham chorar em meus braços? Lágrimas são águas
cristalinas de nossa alma, são gotas ardentes e suaves que deslizam fragilmente
em nossas faces pálidas ou rosadas...
Solidão e desespero, uma angústia partida, uma culpa pulsante
que correm em sua mente e coração. Não se culpe, deixe
entrar em sua janela os raios da manhã, não permaneça na
escuridão se lamentando por algo que deveria ser evitado; é passado,
não vivemos nele, só nos encostamos ao cair da tarde para refletir
as nossas saudades antigas.
E presente é algo que devemos presenciar a cada minuto, pois o segundo
que passa é passado. Deixe a vida mostrar o canto dos pássaros
que você não ouve há muito tempo, deixe-a mostrar as folhas
cair graciosamente ao chão...
Deixe... Não se prenda, se liberte, viva, para um dia você compreender
o porque de seus gritos ao nascer...