A Garganta da Serpente
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Um Amor Virtual

(Stella de Lope)

Deca conheceu o Fred num fórum de discussão. Não se lembrava direito do que se discutia lá, mas a resposta dele fora tão parecida com o que ela pensava que imaginou logo estar diante de sua alma gêmea. Não titubeou. Mandou mensagem para ele dizendo o quanto concordava com o que ele pensava. Ele, lógico, achou legal ter encontrado alguém com ideias parecidas e aceitou dar seu e-mail para que trocassem algumas mensagens. Para o MSN foi um pulo e logo estavam varando a noite conversando desde Paulo Leminski a o quanto gostavam de cachorros e detestavam andar de ônibus na hora do rush. A futilidade dos assuntos era apenas um gancho para ficarem papeando, sentindo como se estivessem um em frente ao outro e não na frente de um monitor.

Um dia Deca encontrou uma amiga e confessou que estava apaixonada por um cara incrível. A amiga ficou muito feliz, mas, quando Deca contou que nunca vira o rapaz pessoalmente, logo mudou de opinião. Achava que Deca estava se arriscando ao investir tanto em algo virtual e inseguro. E objetivou:

"Dequinha, você nem sabe se ele é mesmo quem diz ser!"

Deca engoliu aquela afirmativa. A amiga estava certa. Quem seria o Fred, era algo que não sabia. Na verdade, nunca pensara em perguntar coisas muito pessoais a ele. Havia um certo receio de que ele também estivesse envolvido como ela e que acabasse querendo saber que era ela. Deca achava que não teria coragem de dizer a Fred o quanto era "sem sal". Ele provavelmente sumiria se ela caísse na besteira de enviar-lhe uma foto sua.

Contudo, a amiga estava certa. Não era nada seguro fantasiar coisas sobre alguém que sequer se conhecia direito. A amiga a aconselhou a esquecê-lo. Deca preferiu o caminho oposto. Pediu uma foto a Fred. Fez o pedido no MSN. Ele demorou quase uma década para responder a mensagem. Disse que não tinha nenhuma naquele momento, mas que mandaria depois para ela uma mais recente.

Deca não sabia se acreditava que ele não tinha nenhuma imagem sua ou se concluiria que Fred, na verdade, a estava enrolando.

Preferiu esperar.

Uma semana quase depois, ele lhe mandou uma foto. Deca quase desmaiou quando viu a imagem. Não conseguia acreditar que era capaz de ter tanta sorte. O cara da foto era a coisa mais linda que ela já vira. Seu tipo ideal de homem. Lindo, alto, forte como os galãs da televisão. Passou a noite inteira olhando para aquela imagem, tecendo sonhos, imaginando futuros, perguntando-se se ele não seria um sonho. Mas ela preferia acreditar que aquilo, aquele homem era real. Assim, decidiu tornar as perguntas no MSN mais pessoais. Precisava ficar mais familiarizada daquele príncipe, saber, se possível, tudo a seu respeito.

Ele também parecia ter a mesma vontade, pois começava cada vez mais a fazer perguntas íntimas. Deca algumas vezes receava em responder, noutras respondia sem sentir. Até que chegaram num ponto em que mandavam mútuos e apaixonados beijos virtuais. Deca passava o dia esperando as mensagens de Fred. Olhava o e-mail dez vezes a cada cinco minutos. Mantinha o MSN aberto apenas esperando que ele entrasse. E, com o tempo, começou a levar sermões de seu chefe, pois ao invés de trabalhar, ficava na internet mandando recadinhos cheios de corações para o amado Fred.

Deca sabia que aquilo estava se tornando sério demais. Já estava na hora de passar do mundo virtual para o real. Precisava conhecê-lo, olhar naqueles olhos fascinantes, ouvir a voz que saia daqueles lábios inebriantes. Deca era uma mulher apaixonada e ter o Fred no computador se tornara muito pouco para ela. Pediu conselho a amiga. Deveria ou não marcar um encontro. A amiga, muito prudente, achou que ela já devia tê-lo feito. E caso ele se recusasse, saberia que intenções Fred tinha com ela.

Deca pensou e repensou muito antes de se decidir. E depois de se decidir, pensou e repensou mais ainda na forma como diria isso a ele. Decidiu que a melhor maneira era ir falando de mansinho sobre um possível encontro entre eles. Então, começou indagando de que parte do Brasil ele era. Fred respondeu ser de São Paulo. Deca murchou na hora. Ela morava no Rio. Então, ele disse que sentia saudades de sua terra, pois estava morando justamente no Rio de Janeiro já a algum tempo. Na mesma hora, Deca contou que era do Rio também e, num impulso, indagou se não seria legal se eles se encontrassem.

Deca jamais imaginaria que sua proposta tiraria o chão de sob os pés...

Fred demorou quase cinco minutos para responder a ela. E quando o fez, disse apenas que precisava sair do MSN, pois tinha de fazer algo importante. Deca sentiu um embrulho no estômago, mas preferiu acreditar que ele voltaria logo. Assim, esperou...

As horas passaram e Fred não voltou naquela tarde. Deca saiu do trabalho e foi para casa. E quando chegou, foi logo para o computador, ver se havia chegado alguma mensagem dele. Estava preocupada com ele. Mas não havia mensagens do Fred. Tentou não entrar em pânico nem ficar imaginando coisas, porém as "coisas" insistiam em entrar na sua cabeça e enchê-la de receios. E se ele não mais a procurasse? E se o Fred estivesse fugindo dela? Onde estava o Fred?...

Deca esperou durante uma semana por notícias do Fred antes de perceber que ele não mandaria nenhuma. Os amigos a chamavam para sair, mas ela não conseguia se desligar da esperança de que algum dia ele se lembraria dela. Percebeu que estava mais apaixonada por ele do que imaginava. Continuou a abrir os e-mails religiosamente todos os dias. O MSN só dava off-line para o Fred. O chefe continuava dando-lhe sermão por ficar na internet ao invés de trabalhar. Deca sabia que devia parar com aquilo, esquecer aquele cara. Mas lembrar da proximidade dele ali, no Rio, pensar que ele poderia já ter esbarrado com ela na rua e ela sequer sabia quem ele era, a mortificava.

No último fim de semana, antes de simbolicamente enterrar o Fred, Deca leu todos os e-mails que ele enviou, chorou a cada palavra até que não restasse mais uma só lágrima para derramar pelo ingrato. Então, uma a uma, Deca foi deletando as mensagens. Doía fazê-lo, como se realmente estivesse matando todo o amor que sentia por aquele ilustre desconhecido. Entretanto, no final do martírio ela ainda se achava meio viva. E pronta para recomeçar.

Assim, na segunda-feira, pediu demissão. O chefe quase morreu do coração. Imaginou que ela estava se demitindo por ele pegar tanto no seu pé. Explicara que o fazia para o próprio bem de Deca, pois sabia -como todo mundo no escritório também sabia- que ela estava sofrendo pelo Fred. Deca não conseguiu evitar a cara de surpresa. Todo mundo sabia?! Mas apesar da vergonha e humilhação que era sentir sua vida exposta daquela forma, explicou que estava se demitindo pois ia mudar-se para São Paulo.

Não explicou mais do que isso. Não era da conta de ninguém o fato de que estava decidida a mudar de vida, recomeçar e que, demonstrando o quanto era teimosa, resolvera mudar também de cidade. Ficar o mais longe possível do Fred era o melhor remédio para sua dor de cotovelo. Então, Deca, carregando malas, cachorro e tudo mais consigo, mudou-se para a capital paulista. Estava muito temerária do que iria fazer, mas não ia voltar atrás em sua decisão.

Não foi difícil conseguir um trabalho. No início fazia bicos como free-lance numa revista até arranjar um emprego fixo numa editora de livros jurídicos. Revisava textos o dia todo e nem sequer passava perto da internet. Esta, na verdade, fora sua segunda resolução: esquecer o que era chat, MSN e amigos virtuais. O que não queria dizer que a teimosia dela já não estivesse passando de um limite aceitável. Ela sabia disso.

Tanto que quando recebeu um convite de uma colega da editora para uma festa que esta daria, forçou-se a aceitar. Não queria ir a festa alguma, queria continuar em casa curtindo uma fossa de mulher abandonada. Sabia que estava exagerando, mas era a novela mexicana da vida dela. Tinha direito a ser um pouco egoísta e imatura, às vezes.

Mas em relação à bendita festa ela não conseguiu escapar. Até porque tinha de fazer uma média com a chefe que, por sinal, ia estar lá.

Deca, então, foi à festa.

Depois de fechar a cara para a maioria dos desconhecidos presentes e de sorrir amarelo para os conhecidos, ela deu com um rapaz a observá-la. O engraçado era que quando ela o olhava, ele desviava os olhos. E quando ela desviava, ele voltava a olhar. Percebeu que ele era tímido demais para chegar até ela e se apresentar. E tentando não parecer muito interessada perguntou a dona da festa quem ele era.

"Ah, é o Olavo!", a amiga contou. "Acho que ele não faz o seu tipo. É muuuito travado com mulher."

Deca por muuuito pouco não respondeu à amiga que ela é que devia saber quem fazia ou não o seu tipo. Detestava quando as pessoas lhe diziam o que ela gostava ou deixava de gostar como se pudessem saber o que ia em seu íntimo. Mas, apenas para não perder a pose, decidiu não discutir com a outra sobre seus interesses masculinos.

Além disso, a colega atiçara a curiosidade de Deca sobre o tal Olavo. Ela tinha uma terrível e deliciosa queda por homens tímidos. E, resolvida, andou distraída pela sala onde acontecia a festa até ficar bem próxima de onde ele estava. Ficou quietinha, ouvindo-o conversar com outras pessoas, até que ele notou sua proximidade. Olhou-a surpreso e sorriu um pouco sem graça. Deca não soube dizer se ele gostara de vê-la ali ou não. E, na verdade, nem tivera tempo de pensar em nada, pois logo um outro rapaz que também trabalhava na editora a avistou e puxando-a pelos ombros, a apresentou a todos na rodinha de papo. Quando Deca deu por si, estava segurando a mão do Olavo, beijando o rosto dele e dizendo que era um prazer conhecê-lo.

Depois desse primeiro contato, não pararam mais de conversar. Os amigos foram inconscientemente ignorados e Deca viu-se sorrindo prazerosamente apenas por olhar para Olavo. Sabia o que estava acontecendo. Sabia que estava, de novo, se apaixonando. Mas não conseguia evitar. Olavo falava de Paulo Leminski, de Clarice Lispector, de cachorros e de o quanto detestava quando não possuía um carro e tinha de pegar ônibus lotado na hora do rush. Estavam comentando também sobre dias chuvosos e o quanto era bom ficar em casa, debaixo de um edredom fofo ouvindo o barulhinho da chuva caindo lá fora...

Deca bebia sedentamente as palavras do Olavo como se tivesse passado anos vivendo no Saara. Estava fascinada por ele, querendo que a noite não terminasse e agradecendo aos céus por ter uma colega de trabalho tão insistente que praticamente a obrigara a ir àquela festa.

Contudo, a noite chegou ao fim e os convidados estavam indo embora. Deca, levemente frustrada com aquilo, despediu-se do Olavo e foi-se também. Saiu do prédio até parar na beira da calçada perguntando-se porque ele não a convidara para esticar a noite em algum outro lugar. São Paulo era uma cidade efervescente e elétrica, deveria ter algum barzinho aberto onde poderiam continuar o papo. Parada no meio-fio, passara a considerar o Olavo um idiota. Sua amiga estava certa, aquele cara não era definitivamente o seu tipo.

Ainda se recriminava por ter dado tanta trela para ele quando ouviu uma buzina. Olhou em volta e deu com Olavo acenando para ela de dentro de um carro. Ele ofereceu-se para levá-la em casa e Deca, apesar de ainda considerá-lo um obtuso, resolveu aceitar.

Eles não foram exatamente para a casa dela. Olavo sugeriu que parassem em algum lugar para papearem mais um pouco. Ela percebeu que ele estava sério e parecia muito tenso. Tinha a intuição soando um gigantesco alarme em sua cabeça. Alguma coisa estava errada naquela história e Deca sentia que não ia gostar do final dela...

Olavo não andou muito com o carro e parou assim que avistaram um barzinho. Deca sentiu um certo alívio ao descerem mas apreensão no rosto dele a estava deixando completamente ansiosa. Depois que se sentaram e ele pediu cerveja para ambos, voltou sua atenção para ela e disse:

"Preciso te contar uma coisa..."

O coração de Deca que antes batia mais rápido que o de um ratinho, agora dava saltos. Tinha a intensa impressão de que o Olavo estava escondendo algo dela, algo realmente sério. A cerveja chegou e ele sorveu um gole enorme antes de ter coragem de olhar para ela novamente e dizer quase num fio de voz:

"Eu sou... o Fred..."

Deca sentiu o sangue sumir de seu rosto. Não tinha como ver seu próprio rosto, mas sabia que empalidecera quando ele lhe dissera aquilo.

"Fred...?"

Ele acenou concordando. Sabia que ela ou faria um escândalo e sairia dali fula da vida com ele, ou, então, o cobriria de bolsadas antes de ir embora pensando que ele era um maluco.

"Como Fred?", ela perguntou com voz zangada. "Como assim você é o Fred? Como sabe sobre...?"

"Eu sou o Fred, Dequinha", ele afirmou tentando fazê-la acreditar. E pediu com toda a humildade que conseguiu encontrar: "Por favor, apenas me ouça. Depois, se quiser, pode ir embora."

Deca sentiu mesmo vontade de se levantar e deixá-lo falando sozinho. Se ele fosse realmente quem dizia ser, merecia coisa muito pior do que o desprezo dela. Mas se não fosse, aquela brincadeira que fazia era ainda mais cruel.

"Vai me ouvir?", ele indagou esperando que o rosto dela voltasse a um tom aceitável de "vermelho-tô-com-raiva".

"Vou!"

Então, depois de respirar fundo, Olavo relatou sua história desde que conhecera uma carioca num fórum de discussão. Explicara que a achara muito interessante, inteligente e que a cada dia percebia que não conseguia desgrudar do computador, sempre à espera de notícias da carioquinha. Com o passar do tempo percebeu que o interesse dela crescia por ele, mas não achava que estava pronto para revelar-se. Então, quando ela pediu-lhe uma foto, enviou a do primo par a ela. Olavo tentou se justificar explicando que não havia comparação entre o primo com cara de galã e ele. É claro que depois de enviar a foto arrependeu-se, mas a menina fora mais rápida em dizer que o achara lindo e que estava gostando dele de verdade. Olavo percebeu que teria de sustentar aquela mentira por medo dela pensar que ele era um daqueles caras que entravam na internet apenas para enganar as pessoas. Assim, deixou a foto e tentou mostrar a carioca que ele era mais do que apenas um rosto bonito. Contou-lhe sobre suas paixões, seus sonhos e ficou feliz ao ver que ela compartilhava igualmente de suas opiniões.

Deca ouvia-o calada, mas sentia cada vez mais o nó na garganta apertar. Olavo continuou sua narrativa explicando que quando ela propôs que se encontrassem ele se viu num beco sem saída. Tinha enviado a foto de um outro cara para ela. Fora que mentira sobre seu nome. Ela nunca aceitaria as idiotices que ele cometera e o perdoaria. Foi a pior decisão que ele já tivera de tomar em sua vida, mas Olavo resolveu terminar tudo com a carioca. Entretanto, não conseguia dizer isso a ela, não conseguia escrever a derradeira mensagem pondo um ponto final em sua história.

Era um covarde, ele sabia disso. E por sê-lo é que escreveu dizendo que ia resolver algo e depois voltava.

Nesse ponto da história, Deca já estava chorando. Olavo a fitava sentindo-se um canalha. Mas desde que a encontrara na festa sabia que era o destino conspirando pelos dois. Quando ele poderia esperar que ela estivesse em São Paulo, e mais ainda, fosse participar da festa que sua cunhada estava dando?! Quando a apresentaram a ele, Olavo, quase desmaiou. Não podia ser a mesma Deca do MSN! Mas ao ouvir o sotaque dela, percebeu que estava diante da garota que lhe rendera tantas saudades desde que a abandonara numa tarde em frente ao monitor do computador.

Encontrar Deca parecia um sonho realizado. Ouvir sua voz, olhar bem dentro de seus olhos, não lhe parecia real. E cada vez que ela falava, Olavo rezava para que não parasse nunca mais. Mas a noite terminou e ela, parecendo descartá-lo, despediu-se e foi embora. Ele ficou sem chão depois que ela se foi. Quando entrou no carro, sabia que provavelmente teria de procurá-la. Pensava em como faria para encontrá-la novamente - quem sabe, falando com a chata da namorada do seu irmão que dera a festa? - quando virou a esquina, para ir embora, passando na frente do prédio onde a festa acontecera, quando a viu, linda, parada na calçada esperando o táxi.

Olavo não pensou duas vezes. Buzinou.

E agora estava sentado à frente dela, louco para beijá-la, mas sabendo que a qualquer momento, ela se levantaria e iria embora.

"Eu só tive medo de que não gostasse de mim como eu sou..."

Ela o fitou sentindo que toda dor do mundo não podia se igualar a que havia em seu coração.

"Se quiser ir...", ele disse sem muita força de vontade.

"Por que não disse a verdade?", ela indagou num sussurro.

"Por que eu não sou um galã e achei que você não ia gostar de mim assim", e mostrou-se, "como eu sou".

Deca sabia que devia levantar-se e deixá-lo falando sozinho. Ai, como aquele imbecil merecia aquilo! Se fosse o final da novela mexicana da sua vida, seria estrondoso. Já até imaginava se afastando na rua, com o rosto cheio de lágrimas derramando-se continuamente enquanto Olavo permanecia sentado à mesa do bar, olhando-a, desolado, ir embora...

Então, os comerciais viriam e a magia se romperia. Era mais fácil viver um amor na televisão do que na vida real. Porque não importando se era virtual ou não, amar sempre era difícil, sempre era uma questão de endurecer para, então, ceder. Mas só um pouquinho. Deca sabia disso quando decidiu que se apaixonaria por Fred (ou Olavo). Sabia que o amor não era um conto de fadas e que o príncipe nem sempre era garboso. E ela não era nenhuma princesa fresca e cheia de melindres, incapaz de compreender a via tortuosa que levava ao coração. Não, Deca tinha os pés no chão. Sabia que se conseguira esquecer o Fred virtual era porque precisava sair do Rio, para encontrar o Olavo real. E o que quer que tivesse levado a uma primeira separação, trabalhou muito bem para cruzar novamente seus caminhos de forma tão inexorável que ela sequer conseguia duvidar de que a vida andava conspirando à volta de eles e, quem sabe, por eles...

Assim, quando ela se ergueu, ele se levantou também, ciente de que ela lhe daria as costas e iria embora. Então, desviou o olhar e respirou fundo tentando aguentar o baque.

O que o Olavo jamais imaginaria era ver a Deca se aproximar dele e dizer o que ela queria ter dito desde que descobrira o Fred num fórum de discussão e que, depois, ele a deixara sozinha no meio de uma conversa no MSN. E com uma cara de quem ainda estava brava, Deca sussurrou a Olavo:

"... Senti saudades...muita..."

P.S.: Deca e Olavo se casaram no ano passado...

menu
Lista dos 2201 contos em ordem alfabética por:
Prenome do autor:
Título do conto:

Últimos contos inseridos:
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente
http://www.gargantadaserpente.com.br