A Garganta da Serpente
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O Pênis

(Rodolfo Sebastião Estupiñán Allan)

Levantou com uma sede incontrolável, a dor de cabeça consumia todos seus pensamentos. Foi direto para a cozinha. Apesar de claro, ainda era noite e a lua brilhava forte pela janela. Não ligou a luz.

Tomou água até satisfazer sua sede e voltou para o quarto. Parou em frente ao espelho. Estava um pouco frio, seu corpo estava todo arrepiado, não estava vestindo nada. Não gostava de dormir sem roupa, se sentia incomodada. Tentou lembrar, em vão, o que fez no dia anterior. Tudo que vinha em sua mente eram cenas daquele bar, a música, a bebida.

Olhou para a cama e viu uma silhueta sob os lençóis. Esfregou os olhos e o corpo ainda permanecia em sua visão. Imaginou o óbvio, encontrou alguém no bar e entre as bebidas e dança o tesão não se controlou e lá estava ele.

Não era a primeira vez que isso havia acontecido, porém era a primeira vez que fazia isso em sua casa. Ali era o seu refugio. Um lugar sagrado que ela, mesmo quando namorava, não levava ninguém ali.

Aproximou-se do corpo. Tentou lembrar de algum rapaz loiro de cabelos cacheados, mas não conseguia. Nada vinha em sua mente. Tentou ver o rosto porém não conseguiu.

Sua mente não permitia mais forçar a memória devido à tontura e a dor de cabeça, que estava piorando - muito álcool. Tudo o que tinha de acontecer certamente havia acontecido, sendo assim, decidiu deixar isso para depois que acordasse. Deu a volta pela cama e retornou para baixo dos lençóis. Fechou os olhos.

O rapaz, ainda dormindo, se aproximou e colocou a mão sobre seu seio e a perna entre as dela. Ajeitou o travesseiro e aquietou-se.

Apesar do desconforto causado pelo fato de não se lembrar do rapaz ao seu lado, estava bem. Talvez fosse a pele, o corpo dele era tão macio quanto o seu, além disso, o cheiro que ele exalava era suave e doce. Era o primeiro homem que ela havia dormido que tinha bom gosto para perfumes.

Sua perna, a que estava entre as dele, começou a formigar. Moveu um pouco em direção ao corpo dele tentando melhorar a circulação, com todo o cuidado para não machucar nada e acordar o rapaz. Finalmente estava confortável. Sentia-se tão bem que poderia ficar assim pelo resto de sua vida.

Abriu os olhos, espantada. Havia algo estranho. Em sua perna sentia os pêlos pubianos do companheiro, mais nada. Faltava algo.

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