A Garganta da Serpente
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Mal necessário

(R. Carvalho)

As frutas nos galhos, sem calor, o ar úmido cobria suas peles com o orvalho capaz de lhe molhar as mãos. ela lavava as louças, o marido tentava acender a lareira. Esquilos passeavam também nos galhos da árvore. Ela disse que se tivesse segurado em algum desses galhos, ou caminhado pelo jardim dos trevos de quatro folhas, se fosse à casa de chocolate conversar um pouco, ela não teria ferido as mãos com a faca da cozinha, a mesma que foi usada para cortar o bolo do casamento. A rotina decepou sonhos, o riso do marido quase não aparece, parecem dois estranhos indo para o mesmo caminho sem volta. Ainda bem que vez ou outra, eles se animam a ficarem juntos nem que seja para fazerem os serviços caseiros, nos finais de semana. Fora isso, os dois não se encontram mais.

ELA DIZ: Ainda bem que só nos encontramos nos finais de semana. Eu não teria assuntos para mais dias. Ele é como uma secretária do lar: o título deste texto. Já leu?

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