A Garganta da Serpente

Ramone

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O Conde Drácula

(Ramone)

1473 - Idade Média.

Eu acordava as 8:00 da manhã, tomava o meu café e...Bem, sendo um conde ia trabalhar, louco pra chegasse o fim do dia.Sim, seria um grande dia, negócios indo bem e uma linda noiva me esperava no jardim do castelo do rei da Transílvania (seu pai).
Nos amávamos muito, como eu era alucinado por Anne.E como ela era linda...Seus cabelos negros, lisos e longos até a cintura, criavam harmonia com sua cor pálida, mas que ressaltava com seus vivos vestidos.Ia ver Anne naquele dia.Mas tive grande decepção chegando a sala; Rodhes, meu melhor amigo, se encontrava melancólico apreciando meu piano.
-Meu amigo!O que lhe traz até mim?Algo de muito sério?
-Olhe isto - disse-me estendendo uma carta - é do Sr. Rei que lhe convida para a guerra das Cruzadas...

Estremeci.Estudei regras e formei meu exército.E finalmente o dia da guerra.
Foi complicado, os inimigos eram fortes e iam até o fim.Ainda lembro-me do fim da batalha.Homens mortos, ensanguentados, caídos no chão.E longe dali umas lanças enormes que eu fincava meus inimigos.Eu era muito mau com meus inimigos.Fiquei feliz.Ganhamos a guerra das cruzadas e eu e Anne íamos casar.Tudo perfeito? Não.Cheguei no castelo e uma onda de tristeza pairava sobre ele.
Rodhes que eu pensava ser meu melhor amigo escreveu uma carta falsa pra minha noiva.Dizendo que eu, Conde Dracul, tinha morrido em batalha na guerra das Cruzadas e que não tinham achado meu corpo no meio de tantos.Anne desesperada se matou, jogando-se do topo do palácio...Caindo no lago em baixo do mesmo...Lá tinham jacarés que deixou seu corpo irreconhecível.Nosso amor era santo...E eu era fiel a ela...
Rodhes não era meu amigo, e sim inimigo.Jurei vingança e o matei.Fui até o lago do palácio e peguei Anne despedaçada nos braços e corri até meu altar.Eu era um católico fervoroso e em desespero e lagrimas...Tomei seu sangue.Fiquei Louco. E gritava diante do altar:
-Oh senhor meu Deus!Por que? Por que? Tu senhor queres se vingar de mim?És culpa tua...Sim...Somente.Tua...
Alucinado corria eu as escadas do castelo até o topo.E continuei:
-Ah!Eu odeio vocês...Eu odeio Deus!E eu amaldiçoo esta cidade - gritava e minha vós se ecoava pelo campo.E caí de joelhos e murmurei ainda com Anne ao meu colo e minha boca suja de sangue: me vingarei... -entre lágrimas -vou me vingar...Eu a amava.Sim...Soluços abafados desciam as escadas.-o sangue desta cidade é meu...Serei eterno...

Bem... E como dizem por aí: morri jovem, louco e de solidão, porque até meus empregados me abandonaram.E também não cansam de dizer que chupo o sangue das virgens que lembram Anne.Tudo o que contam sobre mim é lenda...Porque como prometi, serei eterno.Vivo hoje, século xx.Meu castelo virou ponto de visitação principal da cidade para turistas.
Realmente fiquei insano.É o que dizem.
Mas...Tem uma parte do meu castelo que ninguém vai.Meu altar.Com estatuas de Anne e imagens barrocas já quebradas.As chaves daqui são antigas e ninguém nunca que em mais de 400 anos conseguiu entrar aqui.-e uma lágrima corria em seu rosto barbudo e olhos marcados de sofrimento - ainda lembro dela...Eu a amava...Minha pior maldição foi ter vivido...Antes tivesse morrido de amor...

(10/08/04)

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