A Garganta da Serpente
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A vida, uma paixão

(Marli Monteiro)

Sabe aqueles dias em que ficamos tentando descobrir por que as coisas aconteceram desse ou daquele jeito? Ou que ficamos imaginando justificativas para nossas ações?

Percebi que não adianta, ou acreditamos em destino ou pensamos que tudo podia ser diferente se...

Já passei por bons momentos, por ótimas situações, por fases surpreendentes, felizes e até mesmo tristes e angustiantes.

Tudo, até agora, tem sido um grande desafio, mas eu gosto muito dessa forma de viver.

Fico imaginando que nada podia ter sido diferente por que eu acredito no amor que tem sido o responsável por minhas alegrias, tristezas, desafios, inconsequências, erros e acertos.

Já fiz escolhas por causa do amor, busquei paciência, uma das mais difíceis virtudes, tentei me enganar sem êxito, já cortei o cabelo curtinho por um amor, fiquei noites acordada, acreditei no meu trabalho mais do que qualquer pessoa por amor ao que faço até abrindo mão de dinheiro, disse vários "nãos" para as pessoas que eu mais adorava mesmo sabendo que teria que me desculpar depois.

Corri riscos, fiquei na chuva, desisti, voltei atrás, chorei muito, vi como é ser feliz, fiquei magoada, briguei por injustiças, reconheci meus erros e pedi perdão, me senti linda, outras vezes me achei feia, quis que o tempo parasse, desejei voltar no tempo, falei sem pensar, pensei demais antes de falar e perdi a chance.

Acreditei nas palavras mais do que nas ações, esqueci de pedir garantias, dei importância a promessas mesmo que vãs, muitas vezes fechei os olhos para as crueldades apostando sempre no amor.

Fiz coisas inusitadas, usei peruca para ajudar uma amiga, me diverti muito com coisas aparentemente banais, comprometi meus ideais, esperei apenas por um sorriso, me contentei com um olhar carinhoso, coloquei esperança em sonhos impossíveis, desacreditei dos limites, me senti enganada, comi muito chocolate, roí as unhas de ansiedade, tirei uma foto de uma orquídea branca, um dos melhores presentes que recebi, senti calafrio quando ele me olhou, assisti ao mesmo filme de amor inúmeras vezes, dancei sozinha de felicidade, destruí vários travesseiros por ira, tristeza e fiz até confidências para a Lua.

Achei que a razão era coisa para quem não amava, decidi que seguir o coração era mais importante do que qualquer fortuna, religião ou convicção.

Escrevi cartas de amor sem medo de parecer ridícula, andei horas escolhendo presentes especiais, passei reveillon sozinha pensando estar perto de um amor para depois perceber o quão longe ele estava, nunca achei nada humilhante desde que me sentisse apaixonada.

Algumas coisas possivelmente jamais se repetirão, pois aprendi a evitá-las com amor, outras provavelmente, ainda terei que vivê-las, pois valeram a pena por um amor.

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