A Garganta da Serpente
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Nós cochilamos... Deus, não

(Maria José Zanini Tauil)

Quantas vezes ouvi falar que milagre era coisa do passado, que só acontecia porque Cristo precisava provar que era o filho de Deus.

Isso não é verdade. Muitas vezes na vida, pude testemunhar as mãos poderosas do Senhor retirando de iminente perigo, um filho, um irmão, um amigo.

Não foi diferente naquela fria e chuvosa madrugada de 23 de julho de 2001. Muita neblina, a Rodovia Presidente Dutra era um deserto. Meu filho, Wilson Tauil Junior, 27 anos, seguia do Rio para São Paulo. Passara o fim de semana em casa, e retornava ao seu trabalho. Ele é oficial do exército e servia em Barueri.

Um cochilo e, num segundo, ele foi parar embaixo de uma carreta que devia ter parado na pista. Não se sabe de onde, surgiu alguém, que retirou-o desacordado, arrastando-o para o acostamento. Minutos depois, meio atordoado, ele assistiu à explosão do que restou do seu carro. Junior saiu ileso, sem um arranhão, um mínimo machucado.

Surgiram algumas pessoas, levaram-no para o hospital, mas ele nem sequer viu o rosto de quem o salvou.

No hospital, meu filho passou por vários exames, para descartar a hipótese de hemorragia interna, ou outro traumatismo qualquer. Estava bem. O pessoal do quartel foi buscá-lo, pela manhã.

Ao telefonar e contar o que acontecera, o pai quis se certificar de que ele realmente estava bem. Meu marido horrorizou-se ao ver aquele monte de ferro retorcido, carbonizado, num canto da estrada.

E aquele homem? De onde saiu? Seria um anjo de Deus? A sentinela do Pai? Creio que sim, foi alguém usado pelo Senhor , com o propósito de salvar o Júnior.

O Senhor sempre atendeu aos clamores dessa mãe, que de joelhos no chão , pede pelos seus filhos. E é maravilhoso constatar, que mesmo sem merecimento algum, ELE não cerra os ouvidos às minhas orações.

Àquele anjo anônimo, meu agradecimento e minhas orações para que seja recompensado.

Ao Pai, o meu amor, o fortalecimento da minha fé, o meu contentamento e alegria em poder constatar mais uma vez que ELE nos ama bem mais do que possamos merecer e que é infinita a sua misericórdia.

  • Publicado em: 17/05/2004
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