O bimotor passou num rasante sobre o pasto. O piloto sentiu um frio na barriga,
o prazer do risco. Estava com 58 anos, rico, casado, com filhos e netos. Ficou
de saco cheio e resolveu esvaziá-lo curtindo seus prazeres mais secretos.
A aviação era um deles.
- Tá gostando? - Perguntou Guilherme, do banco do copiloto.
- Sim... - Fechou levemente os olhos. A sensação de voar se confundia
com o prazer de estar ali, livre, fazendo o que gostava, finalmente sentindo-se
autêntico.
Um solavanco. Abriu os olhos. Havia batido no topo de uma moita de bambu. O
avião descontrolado ia se esborrachar no chão. Avistou uma estrada
e embicou para lá.
Ainda teve a presença de espírito de tirar a boca do amante de
seu pau antes de invadir a pista e espatifar a aeronave no asfalto. Seria humilhante
se descobrissem que o acidente foi causado por um boquete aéreo.
***
Mariângela viu, de longe, o avião trombar com a moita de bambu.
Apertou-se contra o banco do carro depois de conferir o cinto de segurança.
Notou que o motorista não percebera a queda iminente.
O barulho e a bagunça causada pela queda do bimotor na pista contrária
assustou o piloto. A carona, traiçoeiramente, gritou desesperada e puxou
o volante. O carro desgovernou-se e trombou de frente contra o portão
de uma casa.
Recobrando-se ligeira, Mariângela conferiu no pescoço do motorista
se havia pulsação. Ele batera a cabeça violentamente no
volante. Aquela foi a última vez que deu carona a desconhecidas.
Ela baixou a calça do sujeito e ali mesmo abocanhou o bilau. Sugou com
força enquanto massageava o saco. Punhetou o pau uns segundos e de repente:
porra. O morto gozou! A mulher engoliu tudo murmurando um cântico gótico.
Seria a melhor de suas bruxarias, a mais potente.
- O néctar masculino de um morto recente! - Anunciou, imaginando se aquelas
gotinhas de esperma realmente lhe dariam uma voz magicamente sedutora.
***
Ele levantou-se da cama coçando a bunda. A esposa viu a cena e imaginou
por que se casara. Quando ele se virou e ela notou que ele ainda acordava excitado
todos os dias mesmo aos 41 anos, lembrou-se do motivo.
- Você dormiu armado ou tá feliz em acordar ao meu lado? - gemeu,
lânguida.
- É apenas tesão de mijo, esposa tarada! - Ele ria.
- Veremos. - Ela puxou a intumescência da cueca para si, descobriu o presente
e aqueceu o falo do amado na boca suave e molhada. Deu umas lambidelas, umedeceu
o membro e iniciou um trabalho violento. Sugou e masturbou com vontade. Enfiava
até a garganta, depois voltava e chupava a cabeça enquanto massageava
a base.
O marido, satisfeito, tinha ímpetos de prazer quase doloridos. Parecia
que talvez virasse ao avesso através do pau.
- Ai, querida. - Afagou os cabelos da amada. - Assim você me mata! - Olhou
o relógio. - Eu já devia estar saindo pro trabalho no portão
de casa.
Um estrondo. Ela mordiscou de susto. Foram para a frente da casa enrolados no
lençol. Um carro havia se estourado contra o portão.