Lívia vai morar no Rio de Janeiro, trabalha como caixa de um banco. Namora Orlando que trabalha numa farmácia em frente ao Banco.
Quando termina o expediente eles saem juntos numa alegria de apaixonados. Por diversas vezes, quando o namoro começa a esquentar, Lívia se liberta dos braços de Orlando dizendo que é virgem e que gostaria de casar como manda a tradição.
Orlando era desquitado e tinha dois filhos, essa situação incomodava a Lívia, mas numa noite, ao saírem do trabalho, Lívia não resiste aos apelos de Orlando e se entrega a ele.
E o romance dos dois vai aumentando a cada dia. Lívia apaixonada espera sempre um convite do Orlando para concretizar o sonho de se casar, mas Orlando não se manifesta.
Num sábado chuvoso, eles vão jantar num restaurante e Lívia não resiste e exige uma solução para aquele relacionamento, mas Orlando não gosta do assunto e Lívia fica triste, e zangada vai embora deixando Orlando no restaurante.
Ao atravessar a rua a caminho do ponto do ônibus, a rua deserta, Lívia foi abordada por dois rapazes num carro que a arrastam para dentro.O bandido louro, de olhos azuis, expressão debochada, estupra violentamente Lívia e a deixa num terreno baldio.
Lívia consegue uma carona e vai pra casa. Chora a noite toda mas não fala nada pra ninguém.
Torna a encontrar com Orlando,ficam de bem, mas nada fala do ocorrido.
Passado uns dias Lívia percebe que está grávida, fica nervosa, mas torce que não poderia ser do bandido. Então, conta pra Orlando que está grávida, este olha perplexo para Lívia, olha para as luzes da cidade, dá um suspiro e diz de maneira agressiva que ela é sonsa e mentirosa. Lívia insiste e mostra o resultado do exame. Orlando então relata a ela que é separado da esposa, que tem dois filhos e fez vasectomia no ano passado. Lívia fica apavorada e chora desesperada achando impossível o azar que dera. Orlando tomado por ciúmes insiste que ela conte de quem é aquele filho. Lívia sem saber como esconder relata o ocorrido. Orlando então diz que só tem uma solução, que ela aborte aquela criança. Lívia apavorada, explica que jamais faria isso, pois era contra seus princípios.Discutem muito, mas Lívia decididamente não aceita a sugestão de Orlando. Este então diz que não ficaria com uma mulher que ia ter um filho de um bandido estuprador, e desconfiado acha que Lívia ainda mentia. Ela responde nervosa que o fato fora o que contara.
Orlando manda que ela desça do carro e termina o namoro.
Lívia não sabe o que fazer, vai pra casa e liga para uma amiga, esta aconselha que ela deveria fazer um aborto, outra vez Lívia fica irritada com essa sugestão e diz que seus princípios religiosos não permitem esse ato e Lívia resolve aceitar aquela gravidez.
Os dias vão passando, e Lívia chega aos nove meses.
No banco as pessoas a tratam com carinho, Lívia não mais soube de Orlando e vai levando a vida com esperança que aquela criança seria seu filho, mesmo feito numa violência seria amado.
Numa tarde de verão, o banco estava vazio, quando Lívia está no caixa e é abordada por um assalto. Os assaltantes entram agressivamente fazendo reféns, impondo que colaborem e se dirigem ao caixa de Lívia que nervosa segura sua barriga, começa a sentir dores. Os assaltantes encarapuçados, exigem que os caixas ponham o dinheiro num malote. Por um momento aqueles olhos azuis deparam com os seus, ela fica nervosa e olha para a barriga, as dores são intensas, o bandido a reconhece e pede que ela tenha calma e que nada acontecerá com ela, e sussurra em seu ouvido perguntando se aquele filho era dele. Lívia assustada acena com a cabeça que sim. Nesse momento o bandido, nervoso, ordena que deem cobertura a Lívia: ela está passando mal e é levada para fora do banco. Os reféns não entendem nada, a polícia tentando negociar com os bandidos, e Lívia é levada para o hospital,
Chegando é imediatamente levada para a sala de parto e as dores intensas, o médico instruindo que ela faça força.
No banco a confusão é formada, a polícia entra e acontece um tiroteio os bandidos são dominados, mas o de olhos azuis, consegue escapar e sai correndo pela rua. Um policial sai a perseguição e atira. O bandido cai no chão com uma bala no peito. O policial se aproxima e tira o capuz de seu rosto, ele tenta dizer algo, olha para o céu, as nuvens formam um caminho, e nesse momento ele ouve o choro de uma criança.
Na sala de parto, o médico põe a criança nos braços de Lívia, num choro melodioso o neném se aconchega.
Na rua, o policial agachado, tenta entender o que o bandido dissera sem conseguir, e se levanta indiferente de perto do corpo do bandido morto.
Na sala de parto Lívia diz para o médico: Ele é meu pedaço de céu.