Um dia os lenhadores da aldeia não retornaram da floresta ao fim da tarde,
como de costume. Houve alvoroço, e durante a noite seus nomes ressoaram
na floresta, invocados por parentes, amigos, inimigos dissimulados e pessoas
que acharam a ocasião excitante.
Mas nem a luz do Sol permitiu encontrá-los, e os aldeões voltaram
para seus casebres de madeira. Com o cair da noite, o sumiço dos lenhadores
foi assunto unânime ao amor do fogo das lareiras, alimentadas por grossos
feixes de lenha na frieza da primavera daquelas terras.
O que os aldeões não notaram é que naquela manhã,
na pequena clareira em que os lenhadores costumavam se reunir para almoçar
e conversar apoiados em seus machados, tinham aparecido novas árvores,
em mesmo número que os lenhadores, já adultas, em cujas ramarias
estouravam flores vermelhas entre folhas castanhas e acetinadas, e onde os passarinhos
celebravam suas núpcias.