Eu sempre via aquela garota linda, passando na minha frente, seios volumosos,
cobertos, ou melhor, mal cobertos por uma blusa decotada que deixava metade
deles à mostra. A saia, ou melhor, a minissaia, cobria metade de suas
coxas lindas, torneadas. Suas pernas, sempre apressadas, caminhavam ávidas
a chegar a algum lugar costumeiro.seu bumbum, ou melhor, sua bunda, era a visão
do paraíso. Tinha cabelos negros, lisos, passando os ombros, olhos tão
azuis! Quase transparentes, pareciam espelhos d'água lacrimejantes e
expressivos. Pele branca, parecia que há muito tempo não ia a
praia. Era simplesmente linda!
A conhecia apenas de vista, nunca havíamos trocado uma só palavra.
Ela era tudo naquele momento, tudo o que eu desejava.
Eu , vinte e seis anos de vida, no corpo algumas tatuagens que fiz aos dezoito.
Meus cabelos, raspados, cresciam, mas ainda estavam bem curtos,lisos,finos e
ficam arrepiados, por isso gosto de raspá-los com a máquina de
cortar cabelos. Tenho preguiça de me barbear, por isso, ando com uma
barba mal feita, não quero que cresça demais, se não me
sinto um profeta.
sempre que ia a caminho da faculdade cruzava com aquela garota com olhos de
espelhos d'água, possuí-la se tornou uma obsessão.
Era domingo, a vi indo pra casa, resolvi abordá-la.
- Você mora aqui perto? - perguntei.
- Moro. Por que?
- Sempre te vejo tão apressada! Como é seu nome?
Ela sorriu um pouco assustada.
- Silvana.
- O meu é Raul.
Percebendo minhas intenções, ela foi embora, arredia, assustada,
saiu fugida, minha obsessão aumentou ainda mais.
À noite, em minha cama, pensava nela, Silvana fazia parte de quase todos
os meus devaneios eróticos e eu sempre estava acariciando seu corpo nu,
branco, pálido. Quando dormia, sonhava com ela, estava ficando louco
de desejo.
No fim da tarde de segunda- feira, vi novamente Silvana na rua, resolvi seguí-la,
ela, distraída, sequer percebeu, atrás, podia ver seu corpo, suas
curvas, suas formas arredondadas na calça jeans, justa e na blusa tomar-
que caia. Aquela mulher me fazia babar de desejo! Chegamos a casa dela, quando
Silvana abriu o portão, eu a abordei novamente.
- Então é aqui que você mora...
Ela me olhou assustada, surpreendida, esboçou um sorriso tímido.
- É...- respondeu acanhada.
- Quando é que a gente vai sair?- ousei um convite.
- Sir?- perguntou hesitando em aceitar.
- É sair.- confirmei pegando em suas mãos, macias como as de um
bebê
- A, eu não sei...
- D que você gosta?
- D bares da moda, shows de bandas independente que tocam rock alternativo...
- Então temos algo em comum.
Marcamos de sair no sábado à noite, iríamos a um show de
rock alternativo. Terça, quarta, quinta e sexta foram os dias que eu
a imaginei em meus braços, entre minhas pernas tatuadas.
No sábado a noite, passei de carro na casa dela e a peguei para irmos
ao show, passou pela minha cabeça ideias loucas de levá-la
para um lugar deserto, escuro para saciar meu desejo ali mesmo, mas resolvi
deixar meu instinto animal de lado e a levei ao show de rock. Chegamos e entramos
na boate, cheia de gente jovem, com visual incomum, alguns tatuados e com piercings,
como eu, garotas tatuadas, de cabelos vermelhos, aquele era o universo de Silvana,
não muito diferente do meu, me senti bem. A banda tinha um som legal,
nos fez pular um pouquinho. No intervalo da segunda para a terceira música,
a surpreendi com um beijo na boca, ela correspondeu na hora, nos beijamos nos
acariciamos quase o show inteiro. Quando o show terminou sugeri que fôssemos
a um motel.
- Motel?- ela se assustou.
- E por que não?- insisti.
Foi difícil, mas consegui convencê-la, fomos e fizemos amor, finalmente
toquei aquela pele macia, aquele corpo gostoso, senti seu suor selvagem se misturando
ao meu, seu corpo nu, junto ao meu, sua boca quente beijando meu peito, as vezes
ela parava para olhar minhas tatuagens, as acariciava, suas unhas arranhavam
suavemente a minha virilha, minha perna, meu traseiro, ela o apertou de leve,
o que me deixou maluco de tesão, era tudo muito bom. Depois de tudo acontecer,
depois do ato consumado e eu gozar dentro dela feito um animal no cio, peguei
no sono, ela me cutucou querendo conversar, eu, ignorei. Fomos embora e eu a
levei em casa, trocamos telefones.
No dia seguinte, ela me ligou, mas eu não queria mais vê-la era
só por uma noite.
Era domingo, nos encontramos na rua por acaso, ela quis sair novamente e eu
cortei.
- Melhor a gente para por aqui.- afirmei.
Seu olhar se encheu de tristeza e eu me senti um cafajeste.
- Pela sua cara eu já devia ter imaginado que você é desse
tipo mesmo, um conquistador barato!- desabafou ela indignada.
Infelizmente era aquilo mesmo que eu era, um conquistador barato.
- Imaginei que você quisesse o mesmo que eu.- me defendi.
- Não, eu não queria.- lamentou.
Ela se foi e eu senti remorso, mas não queria mais vê-lo, era só
um desejo e nada mais.
Um mês depois, vi uma jovem na faculdade, nunca a tinha visto antes, era
novata, linda, pele morena, cabelos longos cacheados, suas curvas me deixavam
enlouquecido de desejo. Duas semanas depois de vê-la caminhando pelo campus,
resolvi me aproximar.
- Que curso você faz?- perguntei.
- Publicidade. Por que?- indagou ela irritada com a minha intromissão.
Ela parecia selvagem, difícil de ser domada, me olho indignada, como
um estranho lhe pergunta que curso faz? Parecia espaçoso demais! O fato
de poder domar aquela fera atiçou ainda mais meu tesão, minha
cobiça. Dei risada.
- Calma, só tô perguntando. É que eu sempre te vejo andando...apressada...você
faz estágio?
Ela se desarmou e esboçou um sorriso, parecia querer e ao mesmo tempo
não querer sorrir.
- Ainda não, mas tô procurando. E você?
- Faço educação física. Como é seu nome?
- Andreia.
- O meu é Raul.