A luz expande meus olhos e quando fito o mar, deixo transparecer as mágoas
que ainda circulam pelo meu peito. O infinito, não é tão
imenso e pode desaparecer dentro da ternura do que representa o teu abraço.
As amebas que se agruparão em meus gametas, poderão trazer uma
nova vida e o mercúrio será o nosso vinho. Não nos deixaremos
embriagar, talvez uma nova vida ainda surja pela periferia do universo.
Mesmo que o tempo e o espaço nos roubem a paciência, saberei
sossegar para contemplar o teu sorriso. Esteja em que estrela estiver e mesmo
que sejam tantas, buscarei incansável até a última das
possibilidades. Caçarei dentro dos abismos, feito um triton rondarei pelas
fendas e veredas de todos os oceanos mesmo que o enxofre e o magma eu tenha
que transpor. Mas bem que podia deixar um sinal.
Quem sabe o sol adormecido, reflita pela derradeira vez um pequeno raio pelas
abóbodas celestiais. Caso eu perceba a grandeza desse ato, seguirei em
frente e estarei diante dos teus olhos e um novo universo em paralelo se abrirá.
Poderemos assim então fechar o caos em si mesmo e recriar a perfeição.
Tenha certeza, querida, que somente nós seremos a luz e não deixaremos
escapar a supremacia do amor.
Criarei dentro dos teus olhos infinitas tangências de cores. Criaremos
estrelas e multiplicaremos vidas pelas nossas próprias vidas. Mas caso
eu ainda me falte e retorne ao meu próprio ego, não voltarei a
viver entre as farpas e as desgraças que enfrentei. Estarei por ti e
ai de quem a toque, pois será a minha Íris e a nossa odisseia
trará a grandeza para que possamos sonhar e saber adormecer quando o
sol se por. O nosso sol. Nossas estrelas e nossas vidas.
Vamos seguir e traçar os nossos sonhos. Vamos seguir sim e feito crianças
deixar as nossas pegadas na areia. Vamos brincar de deuses e criar outros oceanos,
outros mundos e fazer pulsar a felicidade para que possamos ser eternos. Ainda
te amo e não desisto assim. Por ti trarei um novo big-bang e certamente
terei desprezado as mágoas para que eu possa adormecer em teu peito.
Devo sorrir ou simplesmente morrer no instante da nossa canção.
Mas não me deixe a incerteza de ser feliz, de sonhar e de te querer.
No meu deserto, terás açucenas. Brancas e da cor que nos convir.
Saiba que aquele menino ainda vive e viverá para sempre em nosso universo.
O sol não vai se pôr.