Marcos; saindo do serviço e andando pela calçada rumo ao cabeleireiro
descobriu algo.
- O que é isso! Nossa!
Era uma cabeça de uma pessoa qualquer na calçada. Uma cabeça
!
- Como pode! Pode uma cabeça aqui na calçada. Uma cabeça!
- O que foi?
Uma voz propagava de mais angustiado lugar que se possa dizer. Um cubo se enchendo
de desespero e do absurdo estando somente o Marcos a gritar.
- O que é isso! Uma cabeça e até agora ninguém viu.
Como assim? Ninguém mais viu, somente quem está dentro do cubo.
E quem está?
- O que foi ?
De novo aquela voz e de novo...
- Caramba!
Saiu do cubo, saiu das angústias e daquelas paredes que só coibiam
a sua voz.
- Cabeça; essa cabeça fala; como pode.
- O que foi?
- Então é você?
A cabeça ficava rolando para todos os lados e chega na maior neutralidade.
- Chute-me! Chute-me!
A ameaça do cubo e de suas paredes retornam; retornam para criar locomoção
de paredes em sua direção e aí o nada que resta e sobra?
- Então vai.
Deu um chute que aquela cabeça tomou o seu rumo, mas, porque ninguém
presenciou este fato. A cabeça falava. Chegando a dizer:
- Preciso do corpo; meu corpo.
Saiu do cubo em definitivo e andando pela calçada no seu lado direito
estava escrito "Armazém do Mane". Parou, fixou o seu olhar
e de uma forma espontânea suspende a cabeça e o que ver: várias
nuvens se formando e fazendo desenhos.
Andando e andando, aproxima de um prédio que está escrito "Cabeleireiro".
Sabendo que... é o lugar desejado.
Entrando naquele estabelecimento encontrou do seu lado esquerdo um banco. Sentados
vários homens de vários tipos e mais à direita estava um
homem gordo cortando o cabelo.
- E quem cortava o cabelo ?
- Era um macaco.
Foi nessa hora que Marcos observa mãos humanas brotando nas paredes e
no chão. Seguravam, apertavam sua garganta e já estava dentro
de um cubo. Não o mesmo?
Mas um cubo aonde paredes são estáticas e as mãos cada
vez possuindo o seu corpo.
Só parou quando... o macaco corta o nariz daquele gordo.
- Que droga. Você cortou o meu nariz!
No chão se formavam imagens do macaco aonde dizia: Você é
o próximo.
O termômetro-desespero foi acionado e assim sendo, tudo isso deixado para
trás com uma simples abertura da porta. Já está do lado
de fora (o único); já que todos os outros personagens, mantinham
enjaulados na sua consciência .Todos estavam submersos no seu eu, e o
cubo acabando de fazer o resto.
Cai o resto nas suas costas. Mal sabe o que vai acontecer.
Ao andar; agora sem procura de um cabeleireiro e tendo o rumo a sua casa; começa
a cair novas coisas.
Olhando para frente de novo começava a cair, só que com mais frequência
. O que era?
- Insetos! Insetos!
As nuvens tinham sua compleição e eram constituídas por
insetos.
Assim caíam mais insetos chegando a ocasionar uma chuva.
O termômetro-desespero chega na graduação máxima,
as pernas, e o todo estava dissolvendo. O mundo no qual ele pertence é
de Dali; Dali criou o mundo no qual um personagem "verdadeiros" está
...
Relógios, horas, nada de tempo, nada de seres e sim, simplesmente o nome
do quadro é o mundo que agora o inclui.
Outro dia ele acorda e, ao ver, com o toque das mãos:
- Nãooo.
A cabeça na qual ele viu na calçada e que falava, já tinha
achado o seu corpo.