A Garganta da Serpente
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Um dia de louco

(Fábio Eleotério Souza Silva)

Marcos; saindo do serviço e andando pela calçada rumo ao cabeleireiro descobriu algo.

- O que é isso! Nossa!

Era uma cabeça de uma pessoa qualquer na calçada. Uma cabeça !

- Como pode! Pode uma cabeça aqui na calçada. Uma cabeça!

- O que foi?

Uma voz propagava de mais angustiado lugar que se possa dizer. Um cubo se enchendo de desespero e do absurdo estando somente o Marcos a gritar.

- O que é isso! Uma cabeça e até agora ninguém viu.

Como assim? Ninguém mais viu, somente quem está dentro do cubo. E quem está?

- O que foi ?

De novo aquela voz e de novo...

- Caramba!

Saiu do cubo, saiu das angústias e daquelas paredes que só coibiam a sua voz.

- Cabeça; essa cabeça fala; como pode.

- O que foi?

- Então é você?

A cabeça ficava rolando para todos os lados e chega na maior neutralidade.

- Chute-me! Chute-me!

A ameaça do cubo e de suas paredes retornam; retornam para criar locomoção de paredes em sua direção e aí o nada que resta e sobra?

- Então vai.

Deu um chute que aquela cabeça tomou o seu rumo, mas, porque ninguém presenciou este fato. A cabeça falava. Chegando a dizer:

- Preciso do corpo; meu corpo.

Saiu do cubo em definitivo e andando pela calçada no seu lado direito estava escrito "Armazém do Mane". Parou, fixou o seu olhar e de uma forma espontânea suspende a cabeça e o que ver: várias nuvens se formando e fazendo desenhos.

Andando e andando, aproxima de um prédio que está escrito "Cabeleireiro". Sabendo que... é o lugar desejado.

Entrando naquele estabelecimento encontrou do seu lado esquerdo um banco. Sentados vários homens de vários tipos e mais à direita estava um homem gordo cortando o cabelo.

- E quem cortava o cabelo ?

- Era um macaco.

Foi nessa hora que Marcos observa mãos humanas brotando nas paredes e no chão. Seguravam, apertavam sua garganta e já estava dentro de um cubo. Não o mesmo?

Mas um cubo aonde paredes são estáticas e as mãos cada vez possuindo o seu corpo.

Só parou quando... o macaco corta o nariz daquele gordo.

- Que droga. Você cortou o meu nariz!

No chão se formavam imagens do macaco aonde dizia: Você é o próximo.

O termômetro-desespero foi acionado e assim sendo, tudo isso deixado para trás com uma simples abertura da porta. Já está do lado de fora (o único); já que todos os outros personagens, mantinham enjaulados na sua consciência .Todos estavam submersos no seu eu, e o cubo acabando de fazer o resto.

Cai o resto nas suas costas. Mal sabe o que vai acontecer.

Ao andar; agora sem procura de um cabeleireiro e tendo o rumo a sua casa; começa a cair novas coisas.

Olhando para frente de novo começava a cair, só que com mais frequência . O que era?

- Insetos! Insetos!

As nuvens tinham sua compleição e eram constituídas por insetos.

Assim caíam mais insetos chegando a ocasionar uma chuva.

O termômetro-desespero chega na graduação máxima, as pernas, e o todo estava dissolvendo. O mundo no qual ele pertence é de Dali; Dali criou o mundo no qual um personagem "verdadeiros" está ...

Relógios, horas, nada de tempo, nada de seres e sim, simplesmente o nome do quadro é o mundo que agora o inclui.

Outro dia ele acorda e, ao ver, com o toque das mãos:

- Nãooo.

A cabeça na qual ele viu na calçada e que falava, já tinha achado o seu corpo.

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