A Garganta da Serpente
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O sangue é belo

(Edemilson Reis)

Dois homens estão se iniciando em uma seita secreta e um deles deveria ter sua alma vendida ao diabo para que o outro consiga levar a frente à evolução da seita.

Desconhecidos em todos as características, ambos apenas travestidos com roupas negras, eles se entreolham com um ar sério e giram uma espécie de roleta para saber quem seria o sacrifício humano e qual venderia sua alma.

A sorte dos pobres desgraçados estava lançada e o ponteiro vira para um deles, mas como estão tão escondidos e ocultos fica impossível qualquer descrição. O da esquerda seria morto e o da direita seria o alter ego do diabo na pele humana.

O que recebeu a "graça" de ser o vivo mentor da religião então incrivelmente tem seus dentes transformados quimericamente em grandes garras e com seus olhos já vermelhos de feitiçaria ele então serpenteia o outro e cai sobre; ele o show havia começado, o mentor arrancou a pele do outro como um leão faminto.

O sangue jorrava e o vivo tragou a alma do outro literalmente.

Ele então em voz alta ouve como um holograma a mensagem:

- Meu filho você é meu a partir de agora.

Ele então escuta outra assertiva advinda de uma gargalha malignamente profunda:

- Isto, meu filho, com este sangue você melhora o mundo.

Ele então olha para cima e não vê nada e é tocado por uma vontade de sugar mais sangue daquele corpo desfigurado.

O homem morde, amordaça cada parte do morto e como uma ave de rapina profana com sua sede de sangue traga até os órgãos e no final daquele show de horror ele é tomado como um fantoche por uma luz negra, misturada com um roxo aroma de enxofre.

O homem então começa a ser possuído por algo transcendental, algo inexplicável até para o invisível. A sua pele empalideceu, dois chifres cresceram, eram cornos pontiagudos, seu corpo ficou vermelho e seu sangue sobre-humano. Ambos haviam sumido do mapa e o diabo soberano usou dois ignorantes utópicos que queriam apenas preservar uma seita maluca e o diabo em forma de gente provocou holocaustos e desgraças no futuro: era o que o diabo queria.

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