A Garganta da Serpente
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A cabeça

(Edemilson Reis)

Osvaldo era um maníaco pervertido. Trazia nas costas um currículo invejável para um serial killer.

Osvaldo era aquilo que chamamos de psicopata social odiava tudo que se correlacionava com o léxico "sociável" e ainda por cima ele tinha diversos traumas do passado.

Numa bela noite Osvaldo se arrumara para o primeiro encontro com sua nova namorada e já pensava em como molestar aquela loira de um pouco mais de 1,60 com belas pernas, cabelos sedosos e de melanina olorífera, olhar inocente, docilidade meiga, enfim aquele homem era bruto até nos carinhos dizia a todos que a melhor forma de impor respeito em uma relação era uma boa surra, mas àquele homem dizia isso porque era insociável, ele já pensara em qual arma levar para torturar a sua amada, torturar mesmo.

Osvaldo tinha um arsenal de facas, estiletes, chicotes, e toda sorte de objetos usados para causar uma dor profunda até no mais espírito de touro humano.

Osvaldo homem até charmoso olhos azuis de piscina só se fosse de sangue, corpo magro não magérrimo, mas sim bem apessoado com uma simetria até perfeita, olhar 43 oculto que guarda os mais misteriosos demonólogos jogos de sedução, ele tinha também cabelos negros como o negro de seu caráter e curtos como sua compaixão pelo próximo, sua pele era moreno clara a única coisa, aliás, que realçava um pouco mais seu exotismo pessoal.

Osvaldo tinha algemas e adorava olha-las por qual motivo ninguém sabia, mas seguia sempre adorando aquele frio objeto que trazia um código transcriptado sob àquele metal que tinha um áspero metálico colorido, mas esse código só ele notava e lia.

Osvaldo era um tipo de homem sem escrúpulos parece ter feito curso de estrangulamento só no mês anterior tinha estrangulado 5 mulheres e 2 homens, as mulheres porque se envolveram com ele e como ele achava-se no direito de matar todo caso amoroso elas foram estranguladas e os 2 homens eram antigos desafetos que desapareceram de vez de seu caminho.

Osvaldo nunca pelo menos até o presente momento havia sido pego ou havia deixado alguma prova, parecia um serial killer perfeito e por dentro se vangloriava a cada nova manchete semanal de um de seus crimes, ele comemorava solitário tomando um Martini Cinzano e longamente tragando um charuto exportado de Niue.

Osvaldo era um excêntrico-concêntrico de certo modo e ainda por cima tinha outro mal demérito em seu ar pessoal ele também era um apreciador de fotos estranhas e rituais macabros, coisa de outro mundo.

Osvaldo em frente ao espelho olhava fixamente e pensara nas assertivas anteriores como se estivesse prestes a chegar ao ápice de sua pessoa, isto é, como todo mundo normal sempre vê um filme imaginário quando está perto de uma façanha com Osvaldo ocorre o mesmo só que às avessas da normalidade é claro.

Osvaldo então ao mirar-se com uma roupa usual para um encontro que nem vale tanto a pena descrever aqui e enquanto olha sua pessoa com um ar até narciso ele ouve a campainha e sorri e diz em voz alta:

- Quem é a vítima? Solta ele com ironia e sarcasmo.

Osvaldo caminha até as escadas e grita:

- Quem é? Pergunta de forma normal

Osvaldo então ouve uma voz soturna e rouca responder:

- Você está atrasado querido.

Ele então pensa que diabos faz aqui Francinete? (a loira descrita no começo do conto lembra leitor?).

Ele desce as escadas com pressa como se pressentisse certa esquisitice naquele momentâneo encontro fora do combinado já que iriam se encontrar no Parque Village que ficava ao norte de sua casa e era pertinho de um cemitério onde colocaria fim a vida de Francinete.

Ele então antes de abrir a porta lembra como num déjà vu a morte de Helena uma pretendente que estudava junto com ele e que foi a primeira a ser assassinada logo após um não após o baile de formatura nos tempos do colegial.

Ele então fica meio zonzo, mas volta ao normal quando Francinete fala:

- Ei gatinho não vai abrir para sua gatinha? Agora com uma voz mais melancólica e muito mais meiga substituindo a sensualidade das "boas vindas".

Ele então responde abrindo rapidamente a porta e tem uma surpresa de primeira como num soco na face.

Francinete estava vestida com um corpete todo branco que realçava suas curvas, uma meia calça fina que deixava a tez de sua perna mais lapidada, um brilho na boca daqueles bem extravagantes, Osvaldo sinceramente não conhecia aquela Francinete .

Ela sorria e se insinuava e como num sobressalto roubou um beijo quente, ardente de Osvaldo que muito estava desprevenido com o fato.

Ela envolveu-o e como numa luta jogou Osvaldo sobre o chão e com uma chave de perna disse:

- Osvaldo hoje será a primeira e última vez que sentirá algo assim.

- Como assim Francinete ? Pergunta ele assustado e sem saber o que significava a metáfora.

Ela ri enquanto sufoca Osvaldo que com seu abdômen preso àquelas pernas pede como um comum:

- Por favor, não me sufoque!

Ela continua a se insinuar e provocá-lo e solta outra incógnita com um olhar 43 maligno:

- Oh! Amor não viu nada ainda!

Ele então a vê enfiar a mão dentro da calcinha e tira um esparadrapo e tampa a boca de Osvaldo.

Ela com seu maligno jogo de sedução diz já vendo Osvaldo vermelho de "pressão" da tortura suscitada.

-Osvaldo vou usar também suas algemas.

Osvaldo que houvera esquecido a algema que anteriormente observava com obsessão era seu maior inimigo agora e ele se perguntará por dentro porque havia deixado ela em cima do sofá e ela com o domínio da situação o algema.

Osvaldo já dominado a vê sair de cima dele e caminhar até a cozinha com um rebolado simétrico.

Osvaldo então pensa será a hora de eu morrer? E porque ela quer me matar?

Osvaldo olha todos os lados e tudo era frio e sua hegemonia de maldade acabaria nas mãos de uma "pseudomeiga e inocente-frágil mulher" e ele ansioso imagina o porquê da demora de Francinete que fora a cozinha e ele já prevendo sua morte trágica vê-a entrar com uma faca e um simples isqueiro e então ela monta em cima dele e fala:

- Oi lembra de Helena? Pergunta com um olhar maculoso e repleto de magoa tirando é lógico o esparadrapo de sua boca.

- Sim me lembro. Ele responde com personalidade e frio como de costume, se fosse para morrer então que continuasse frio como dantes.

- Então seu desgraçado vai ser vingado por ela hoje.

Ela acende um cigarro com o simples isqueiro e dá uma tragada bem no rosto de Osvaldo e fortemente apaga-o no peito de Osvaldo que resiste a dor e ainda sorri como se debochasse da própria vida, realmente ele não tinha alma e muito menos amor próprio.

Ela com a faca, afia no assoalho da sala e aponta para ele e como se escolhesse onde cravá-la brincou tocando levemente na garganta de Osvaldo que por um segundo engoliu a saliva do sorriso anterior.

Ela então resolve fazer um corte pequeno no rosto de Osvaldo e sorri:

- Olha como seu sangue é bonito pena que não seja aidético como o seu caráter.

Ela então lambe seu rosto com certo prazer.

- Seu sangue áspero foi feito para ser bebido.

Ela o olha desafiando e com a faca corta um pedaço do braço de Osvaldo e diz:

- Quero ver sua dor não se finja de forte.

- Vai tomar no c...

- Você é muito ousado sabia?

- O que você é da Helena?

- Sou a amante de Helena.

Ele então se surpreende com a revelação e dá uma gargalhada sombria e discorre:

- Você é uma piranha de subúrbio.

Então ela morde o mamilo de Osvaldo causando uma vermelhidão daquelas como se dissesse seu puto filho de uma puta.

Ela já vendo o sangue escorrer duplamente quer a tríplice coroa e corta parte do outro braço e Osvaldo parecia não sentir dor, a frieza de ambos era admirável, ou melhor, memorável.

Ela então não satisfeita com a vingança a comia friamente como ditado diz e aponta ela começa a escrever palavras em vietnamita no corpo de Osvaldo como uma seguidora de uma seita estranha então ela já explorando todo o corpo de Osvaldo e vendo a morte aos poucos do elemento então dá o último golpe estrangula Osvaldo como o fez com Helena, e como uma necrófila transou com o defunto por horas e depois de muitos rituais então arrancou a cabeça de Osvaldo e como um troféu o levantou para o céu e a honra estava limpa.

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