Desmantelado de si próprio, ele podia ver todo o verde do quarto num
único facho de olhar. O teto, negro, desbotado, consumia cada fluido
de seu corpo. Sêmen e sal.
Indisposto, morria detestavelmente a espera das doze. Seu estômago estremecia
debaixo dos aromas que as mãos da mulher orquestravam no pedaço
gordo e cru de bife, acasalando-o aos temperos.
A cozinha tão próxima de seu limite...
A barbicha loura caía e fedia sobre o colchão. Ele ardia, azedo,
cansado de aporrinhar unhas e cabelos.
O odor da carne melava-o. Um gosto que era quase seu, despedaçado naquela
agonia.
...
Roxo, arrombou a porta da cozinha e engoliu o pedaço inteiro. Cru.
Onze e dois.