Esta historia é pura ficção, nomes e locais é simples casualidade extraída dos locais por onde andei e visitei, ao levar meu ultimo abraço a familiares em Portugal.
Uma vez, em que a península ibérica era governada por muitos
reis muitas religiões, mas já todos os caminhos iam dar a Santiago
de Compostela onde ali juravam lutar pela cruz e sua dama.
Nesse tempo havia muitas religiões pagãs que adoravam Júpiter,
o Sol ou a Lua ou a bela Diana, a deusa querida do amor.
Acima desses reis, os romanos governavam com mãos de ferro a península
ibérica, com o nome de Lusitânia, se estendendo por todas as montanhas
próximas dos grande rios e dos campos férteis para cultivo, e
os matos densos e bravios onde a caça era abundante.
Depois de tantas raças terem passado por esse bocado de paraíso
com tantas praias de areia branquinha ou lourinha feita de coral e conchas dos
mais variados moluscos.
Mas ao lado das praias encontravam-se penedias e ilhotas onde as gaivotas e
pássaros marinhos davam caça à tainha e sardinha, a pesca
era abundante, a lagosta era e é ainda o crustáceo mais amado
pelas gentes.
As aldeias eram construídas nas encostar ao abrigo do vento gelado do
mar, mas sempre aproximadamente no pico da montanha, e ali com seus postos de
vigia aos arredores.
Sempre de atalaia aos bárbaros que vinham roubar as mulheres mais lindas
dos povoados.
O Rio Minho corria mansinho naquele lugar, e dele uma íngreme montanha
serpenteava até a ponto onde a cerva se escondia entre os sofisticados
labirintos e recantos dos penedos com medo das setas certeiras duma espécie
de monges que viviam em cavernas muitos séculos antes da construção
do mosteiro de Sampaio.
Esses monges, eram o terror das moças e princesas dessa região
nortenha que se estendia desde Melgaço até foz do rio Minho; este
dividia a região da Galiza do Condado de Portocal, que se estendia desde
o rio Minho até ao rio Douro e sua Foz.
No vale do pico da cerva mesmo junto ao rio existiu uma enorme fortaleza onde
foi construída outra no mesmo lugar que ainda existe as muralhas nos
nossos dias quase invisíveis soterradas pelo tempo.
Nessa fortaleza ficou guardada uma princesa lindíssima. Olhos muito azuis
e cabelos como fios de ouro que cada manhã, ela entrançava, para
vencer a solidão que os dias lhes davam como sentença; esperando
o dia que haveria de chegar seu pai. Este tinha partido como cruzado combatendo
os mouros maldosos e manhosos, naquela guerra de vida ou morte que ficou conhecida
como guerra santa dos cruzados e sarracenos... Apenas sua criada lhes vinha
trazer a cada dia o necessário para viver; sua mãe tinha desaparecido
agarrada pelos supostos monges que se diziam viver no esconderijo da moura que
ficava na montanha de Cerveira perto do que é hoje o convento dos monges
de Sampaio. Esta Senhora nunca mais apareceu, estes tinham a mesma fama que
os jesuítas que o Marquês de Pombal fez desaparecer nas águas
tenebrosas de um mar agitado.
Todos os dias antes do levantar do sol se escondia entre os arbustos um moço
esbelto e forte que ficada de olhos postos naquela beleza de mulher e pela visão
da cerva que cada manhã saltava a enorme muralha assolada por uma matilha
de cães que ficavam latindo à volta da muralha.
A princesinha da janela da torre sempre atirava uma espiga de milho para a cerva
e uns ossos aos cães pela outra janela, estes a ficavam a olhar e a latir.
Uma manhã quatro homens encapsulados como monges, entraram na fortaleza
por uma pequenina porta secreta que estes fizeram rodar o blocos de sólida
pedra.
Logo se que entraram se lançaram a quebrar as portas sólidas da
torre, que estavam arrombado à força de machado.
Os gritos da princesa eram agudos e dilacerantes, ao mesmo tempo que a cerva
assolada pelos cães saltava a muralha na parte mais baixa e vai de investir
contra os homens, que procuravam arrombar a porta da torre.
A princesa ao ver chegar a bicha assobiou, os cães ladravam enfurecidamente,
e num esforço heróico saltaram as muralhas correndo para os encapsulados
malfeitores.
Diôgo filho do Conde de Caminha que a cada dia admirava aquela escultura
de mulher de carne e osso com cabelos de ouro, tinha subido a uma árvore
fina que vergava a seu peso sobre as muralhas tudo ao ver seus cães pela
primeira vez saltarem as muralhas atrás do veado, que afinal a intenção
dos animais era de socorrer a princesinha filha do Sr. de Moledo.
A cerva entrou na porta secreta seguindo dois dos homens vestidos de frades,
que se ouviu um enorme grito de queda em poço e para sempre desapareceram,
os outros dois encapsulados foram retidos pelos cães e pela espada brilhante
de Diôgo de Caminha.
A criada da princesinha Virgínia de Moledo chegara no momento próprio,
abrindo a torre, que deveria guardar a honra da princesinha, para seu pai oferecer
ao mais valente e leal de todos os homens.
Diôgo subiu as escadas num salto indo encontrar a princesinha ao canto
da janela de olhos fechados tremendo de medo.
Diôgo lançou sua capa sobre os ombros de Virgínia e a tomando
nos braços a levantou.
Esta abriu os olhos e ao ver um rapaz tão galante desmaiou em seus braços,
que devagarinho desceu as escadas ao mesmo tempo em que os cães endurecidamente
guardavam os monges bandidos e sequestradores.
Diôgo os encurralou-os na torre onde viveu a princesinha de Moledo, Diôgo
mandando um mensageiro ao conde de Valença, dizendo que ali no forte
de Cerveira se encontravam dois Malfeitores, que procuravam deflorar e talvez
torturar a princesinha filha do Cruzado mor Sr. de Moledo. Acrescentando que
a princesinha iria viver por sua livre vontade com a família do Conde
de Caminha até a chegada de seu pai que se encontrava na campanha sagrada
do Médio Oriente, combatendo os sarracenos.
Um ano mais tarde a espada do Sr. de Moledo pousava sobre o ombro de Virgínia
e Diôgo. Declarava-os marido e esposa, defensores dos cruzados por toda
a vida.
A felicidade reinou por muitos anos nos lados sudoeste do rio Minho entre estes
jovens, cujo um de seus descendentes veio a servir na campanha da descoberta
do Brasil.
Dizem que nas noites de luar a cerva aparecia no alto do monte de Cerveira olhando
o Forte e arredores até ao outro lado do rio Minho.