Na vida, o sonho pode proporcionar as mais inacreditáveis histórias,
ou mesmo descobrimentos científicos... por mim, sei que o sonho tem sido
uma fonte inesgotável do que dos contos venho escrevendo.
O mais importante é que nós deixamos de ser quem somos, na verdadeira
maneira que somos.
Este sonho que vos vou contar passou-se na segunda noite de minha estadia no
hotel Iberostar em Varadeiro, Cuba.
Ali estava com a família toda directa, filhos, genros, nora e netos a
celebrar nossos 50 anos de casados, e o 73 aniversário de minha esposa.
O dia foi uma preciosidade de família unida... a noite um banquete especial
a celebrar o feito, seguido dum espectáculo de magia, dança aquática
em drama espectacular onde os olhos humedeciam e as veias do coração
quase rebentavam de luta contra uma doce paixão que queriam que acontecesse.
Em nós entrava o desejo de ver o sublime sobreviver nos braços
do amor.
Depois cerca de uma hora de música e dança acrobática,
com a esposa me considerei cansado pronto para um pouco de amor e dormir satisfeito
de tanta atenção recebida da família e do pessoal da (
resolta.)
Mais um abraço, um beijo de boa noite, me perdi ma imensidão da
cama, que assim tanto me separava da esposa...
O rei sono tomou conta do meu inconsciente que entrou vivendo minha outra vida;
a vida do outro lado do sonho, acordando a esposa num grito.
Amor... a cama está mijada... me lembra da esposa dizer; estás
a sonhar; a cama é muito boa... viro-me para o outro lado e continuei
a sonhar o mesmo sonho.
Então, sabia que acabava de chegar de férias com a esposa... me
lembrava que tinha um único filho de nome Filipe... era um rapaz amorável
mas um pouco inseguro...
Tinha dito a mãe... mãe vá passear com o papa pelos seu
anos; deixe o frigorífico cheio e tenha confiança em mim... ficarei
para ir para a escola e brincando com os amigos... me lembrava de termos falado
que o Filipe precisava dum pouco de liberdade para crescer mais homem... mas
a nossa cama mijada com tal mijadela... e a mãe chamou... Filipe!...
Ao mesmo tempo viu um rapaz da mesma idade um pouco andrajoso que se escondia
atrás de uma mesa... o rapaz com medo, disse senhora pode culpar-me a
mim pois, fui o último que estive nessa cama... mas todos dormimos em
sua cama... tão quentinha tão boa, coisa que á anos não
sentia, se alguma vez senti...
Todos? Perguntou minha esposa admirada!...
O rapaz respondeu; os outros amigos do Filipe estão debaixo da cama dele
onde se esconderam...
O Filipe veio muito agachadinho; mãe, estes são os meus amigos,
são estes com quem mais brinco, os da escola pensam ser superiores a
mim, e me rejeitam; Mãe, eu queria ficar para lhes mostrar que os amo
mesmo sendo meninos da rua, onde dormem todas as noites...
Os olhos de minha esposa estavam esbagoando e esta escondendo a face de mim
e do Filipe... dizendo... Filipe, isso não se fazia na minha ausência...
mas diz a teus amigos que podem vir brincar contigo no fim da semana, eu prepararei
comida para ti e eles.
Diz-lhe também que venho todos ao pé de mim quero os conhecer.
Um de cada vez principiou a sair debaixo da cama e de olhos cabisbaixos diziam
perdão minha senhora, mas foi tão bom...
Minha esposa procurou secar os olhos e removeu na sua bolsa retirando um punhado
de notas de 100 dólares principiou a dar uma a cada um, dizendo, isto
se cada um o gastar não será nada, mas se vós o juntares,
podeis comprar uma tenda de lona tipo garagem a montares perto dum riacho fora
das vistas das autoridades, assim podeis todos ter um teto para dormires, ao
mesmo tempo ofereceres vossos serviços, a idosos com possibilidades e
arranjareis roupas e comida sempre que sejais honestos como foste comigo.
Deixai o Filipe no tempo escolar e vos procurais também a escola ou aprender.
Os rapazes saltavam de contentes...
Virei-me para o outro lado o sonho continuou, e como sabei num minuto de sonho
se vive uma vida, então na próxima semana vos contarei o que fizeram
os rapazes com as 100 dólares que lhes deu minha esposa.