A Garganta da Serpente
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A profecia

(Alberto Metello Neves)

Esta história se passou na cidade de Nova York, em 1987.

Tudo começou em uma área extensa no centro da cidade onde uma empresa de construção civil estava preparando o terreno para construir um centro empresarial.

Todos os trabalhadores eram índios, além das máquinas pesadas de escavações e remoção dos entulhos.

Um certo dia, foi encontrado um corpo enterrado. Apresentava uma característica diferente das demais. O rosto do morto estava coberto por u 'a máscara. O local era denominado de sítio arqueológico devido à grande quantidade de ossadas encontradas.

A Dra. Mary Lee, Diretora do Museu de História Natural que estava próxima ao local trabalhando em uma ossada, foi chamada por uma de suas assistentes. Imediatamente acionou a polícia, tendo comparecido o Tenente Walter, interditando toda a área para que fossem feitas as investigações.

Comunicou o fato ao FBI. Foi enviado para o local, o Agente Especial Antony Simon que veio ver o corpo. Simon, além de muito competente, tinha muita experiência em casos como esses.

Começou pelas perguntas de práxis e fez a retirada da máscara, deixando a descoberto um rosto de uma pessoa jovem, índio, de aproximadamente 25 anos. Estava apenas com a cabeça de fora da terra.

Simon determinou que o corpo fosse levado imediatamente para o Departamento de Perícia do Estado e examinado, a fim de que a causa de sua morte fosse determinada.

Próximo ao local se encontrava um grupo de rapazes que trabalhava na obra.

Simon perguntou ao tenente Walter quem eram aqueles rapazes.

Eram índios que trabalhavam na obra.

Então, Simon quis interrogar o mestre de obras, que se chamava John Oliver. Eles se reuniam em um bar próximo. Lá jogavam dados e iam se distraindo com suas apostas.

Entrou no bar e perguntou ao dono, pelo mestre de obras, John Oliver. Ele não quis responder, mas Simon viu o grupo em torno da mesa de jogo e se aproximou, perguntando pelo John.

Com a sua chegada, todos ficaram assustados. John aproveitou para perguntar quem era Simon.

Este se identificou como agente do FBI e fez algumas perguntas.

As respostas foram todas secas, como: seu nome era Daniel, trabalhava para mim, era honesto, pontual, índio e nada mais.

Simon agradeceu e saiu.

Os índios ficaram preocupados com a presença daquele policial, mas, continuaram a jogar.



Simon se dirigiu para o Museu de História Natural, pois necessitava de algumas informações da Dra. Mary.

Esta, que era estudiosa dos costumes índios e que conhecia tudo sobre eles,imediatamente se prontificou a lhe fornecer as informações solicitadas.

Porém, ficou muito constrangida, pois aquele caso era totalmente diferente de outros que já haviam ocorrido. Ela não havia visto algo igual.

Simon resolveu ir até o Departamento de Perícia, a fim de obter mais informações, desta vez, sobre o cadáver.

A legista, descobriu o cadáver e Simon pode observar diversos pontos de real importância para as suas investigações.

O que matou o índio, foi veneno de cascavel, disse-lhe a legista. Foi ingerido aos poucos, mas a dose foi grande e letal. Havia marcas no pescoço do morto, indicando que o mesmo havia sido apertado, para que pudesse ingerir o veneno, sem resistência. O corpo havia sido todo esquartejado.Separaram os membros e depois os costuraram com uma linha de pescar, bem resistente. Isto feito, foi levado para o sítio arqueológico e enterrado, conservando fora da terra apenas a cabeça coberta com máscara bastante estranha, que mostrava ser não u 'a morte comum e sim o cumprimento de um ritual satânico.



Simon voltou ao Museu de História Natural para conseguir mais algumas informações com a Dra. Mary Lee. Porque os índios praticavam aquele ritual todo?

A Dra. Mary lhe respondeu: tudo o que eles fazem em matéria de ritual, se refere à ressurreição.É a profecia que eles esperam que se cumpra. Eles acreditam que os espíritos de seus antepassados voltem e digam a eles o que fazer. Desta forma, vão levando os seus companheiros índios à morte. Após o ritual completo, a vítima era enterrada até o pescoço, conservando a cabeça de fora da cova, escondida sob u 'a máscara. Segundo o mesmo ritual, cada morto vai para um ponto cardeal. Um para o norte, outro para o sul, outro para o leste e finalmente, um quarto, para o oeste.

E as mortes vão se sucedendo.

Simon voltou para o seu hotel e foi descansar. Aquelas cenas todas não lhe saiam da cabeça. Tentou estabelecer um elo de ligação entre a cultura dos índios e as mortes de outros operários da construção. Foi montando um complicado jogo de paciência e isso ele tinha de sobra...

Um dos pontos críticos para Simon, era o lugar onde os índios se reuniam para o ritual. Ainda não tinha a menor ideia. Ficou em seu quarto até que a noite chegou e ele saiu para jantar.

Passou pelo Museu de História Natural e convidou a Dra. Mary para acompanhá-lo. Enquanto conversavam, a luz se apagou. Ambos não estavam esperando esta situação. Ficaram a buscar uma lanterna ou pelo menos um lampião.

Nesta procura, ouviram passos pelo corredor do museu, próxima a porta que dava acesso à sala da Dra. Mary. Não estavam encontrando nada que restabelecesse a claridade no ambiente.

Simon escutou um barulho ao lado da porta e disse a Dra. Mary: aguarde-me aqui e não saia. Vou ver o que é isso. Nisso, o barulho tornou-se mais forte e levou uma forte pancada na cabeça, perdendo os sentidos. Simon sumiu. Após o tumulto, a luz foi restabelecida.]

A Dra. Mary saiu correndo, encontrando o segurança do museu desmaiado e nem sinal do Simon. Foi até à rua e nenhuma pista. Ele se evaporou.

Imediatamente, telefonou para o Tenente Walter relatando, o ocorrido. Solicitou apoio e com a chegada dos outros policiais, toda a rua ficou interditada.

Quando discutiam a melhor estratégia a ser seguida, a Dra. Mary observou que de um dos bueiros estava saindo uma fumaça que podia ser confundida com neblina. Ela chegou perto e viu que realmente era fumaça. Chamou o Tenente Walter que determinou a abertura do bueiro e o envio dos policiais pela entrada principal do esgoto.

Ao chegar, viram o Simon amarrado em forma de cruz, com um capuz na cabeça, aguardando a hora do sacrifício. Ele deveria, assim como o Daniel, ingerir o veneno de cascavel. O ritual já estava todo montado. Todos os índios estavam pintados, com cores típicas de um evento como aquele, quando a equipe de policiais do Tenente Walter chegou e deu voz de prisão para eles.

Alguns foram presos lá mesmo. Outros foram presos, quando chegaram à rua.

A Dra. Mary soltou o Simon, que estava muito cansado e estressado com tudo o que havia passado na mão de seus sequestradores, cujo resgate, para eles, era apenas a sua morte.

Assim, a profecia estaria cumprida. Esta era a esperança deles. Porém, como não ocorreu o que eles esperavam, foram todos para a cadeia, condenados por homicídio doloso e o rapto de um policial. Algum dia deveria acontecer o apocalipse. Era a fé deles.

Simon foi levado ao hospital para um exame geral, sempre acompanhado pela Dra. Mary.

Nada acontecido de sério com a sua saúde, além de um grande susto, recebeu alta médica no dia seguinte, retornando ao FBI para nova missão.

(10/06/2002)

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