Em uma aldeia nos cerrados de Minas Gerais, vivia uma família bastante modesta. Não era grande, pois os pais, os avós e alguns tios, também lá moravam.
Certo dia, o garoto Paulinho, sempre sapeca e aventureiro, coisa de criança, resolveu sair pelo cerrado, a passear, correndo atrás das seriemas e preás que lá existiam.
Andou bastante até ficar cansado, quando viu um morrinho naquela região árida e com vegetação rasteira e fraca, mas acostumada na região.
Paulinho resolveu subir no morrinho, cheio de pedras e coberto por aquela vegetação inóspita. Com dificuldades, conseguiu chegar ao topo do morro e com muita surpresa, ele encontrou uma pequena e frágil flor, já bastante enfraquecida pelo calor escaldante e pela falta de água.
O garoto então pensou: não posso deixar esta flor morrer neste lugar. Vou procurar água. Ela não vai morrer.
Então, Paulinho desceu o morrinho e saiu correndo em direção a u 'a mata que avistara ao longe. È mata, então, deve existir água.
Não possuía uma vasilha para o transporte da água, mas na hora, apareceria uma solução. A água teria que chegar urgente até a flor.
Paulinho correu, correu, correu.
Chegou, com muita dificuldade à mata, pois além do cansaço, os seus pés já estavam sangrando, por causa das pedras.
Encontrou um córrego com água abundante. A distância da flor, era grande. Fez uma concha com folhas encontradas na mata e começou a levar a água para a sua flor. Com as dificuldades todas, distância, terreno ruim de se correr, muito calor, sem vasilha para transportar a água, Paulinho conseguiu levar para a sua protegida flor, algumas gotas de água. Não desanimou, voltou muitas vezes e de gotas em gotas, a flor ia ficando cada vez mais forte.
Paulinho não aguentou mais e caiu no sono.
O pessoal da aldeia, seus pais, parentes e amigos, sentiram a falta do Paulinho e saíram a procurá-lo. Não o encontrando pela aldeia, saíram para o cerrado e já estava ficando difícil, pois já estava escurecendo.
Depois de andar bastante, os aldeões observaram uma flor enorme em cima do morrinho, no meio do cerrado. Não a conheciam, pois ela não existia. Foram até lá, mesmo por curiosidade.
Ao chegar ao cimo do morrinho, viram o Paulinho deitado no chão, todo suado e com os seus pés machucados, dormindo.
Porém, estava protegido por uma enorme e bela flor. Os aldeões não estavam acreditando naquilo que estavam vendo. Mas, estava lá e ninguém podia negar.
Os seus pais, levaram Paulinho para a aldeia, onde todos os poucos habitantes achavam que havia acontecido um milagre.
Os aldeões diziam, quando o Paulinho transitava pelas ruas da aldeia, havia saído para fazer uma coisa muito grande; fez.
O seu gesto foi tão grande, muito maior que ele e toda a aldeia.
(30/01/02)