Era inverno de 1942, em plena segunda grande guerra mundial. O Geólogo
John Kane da Universidade de Stanford foi convidado pela Marinha dos Estados
Unidos para desenvolver um projeto no polo sul.
No Ministério da Defesa, recebeu esta incumbência de relevante
importância comandando uma equipe de homens preparados para a missão.
O navio zarparia daí a dois dias. O Professor examinou todos os detalhes
da viagem que deveria cobrir um período de seis meses em terreno rigorosamente
inóspito.
O navio Albatroz possuía uma sofisticada rede de comunicação,
um laboratório de análises de qualquer material que fosse encontrado.
No dia agendado, o Albatroz levantou âncoras, às seis horas da
manhã rumando em direção ao ponto mais distante do polo
sul.
O frio era intenso. Os abrigos eram adequados ao enfrentamento das intempéries
que viriam. A tripulação continuava sem saber os reais objetivos
dessa aventura.
Quatro dias após, o comandante convocou uma reunião, na qual
esclareceu os objetivos, da viagem. Vamos para o local mais distante do polo
sul para instalar e guarnecer uma estação meteorológica,
que vai permitir aos Estados Unidos manter uma base de estudos naquela região.
Um segundo motivo as condições meteorológicas do hemisfério
sul têm a sua origem na Antártica, portando deverão ser
monitoradas desde o ponto mais distante.
Estavam navegando em direção às ilhas Malvinas, quando
a tripulação avistou blocos de gelo de grandes proporções
que se soltaram do continente antártico e vaguearam pelo estreito de
Drake.
Ao amanhecer havia uma densa neblina que empanava toda a paisagem hostil, mas
bonita ao mesmo tempo, principalmente quando se avistava os pinguins a
passear por aquele imenso platô gelado. Fora este espetáculo, apenas
gelo. Nada mais se avistava.
Mais tarde, esta neblina se dissipou e foi possível enxergar uma arrebentação
e ao fundo, a presença de uma ilha solitária de aparência
desolada com seus penhascos emergindo do mar.
Parecia que se aproximavam da terra firme. Talvez tivessem chegado ao seu destino,
pelo menos próximo. Continuaram até o estreito de Bismarck, onde
existia uma lagoa mais profunda e que permitia ao navio lançar âncora
para descarregar o material de construção da base.
Foi trabalhosa essa descarga que durou aproximadamente quarenta e oito horas.
A dificuldade maior estava em levar toda a carga por um aclive, não muito
forte, mas escorregadio a uma distância de cem metros do mar.
Decidiram então que o trabalho seria mais eficiente utilizando-se um
guincho, o que foi feito. Todo o transporte terminou bem. No dia seguinte, a
tripulação iria trabalhar nas instalações.
Como previsto, começaram a montar a base. Prepararam os alojamentos.
Começaram a montar os abrigos para os equipamentos meteorológicos
e um laboratório de pesquisas de solo. O abrigo para as provisões
alimentares e outros, além de combustíveis.
A manhã seguinte chegou convidativa. Com as condições
favoráveis do clima, o Professor Kane iniciou os levantamentos de solo,
que consistia estatisticamente de perfurações (buracos) no gelo
a cada vinte e cinco metros, com a respectiva coleta de material. Utilizaram
para as perfurações, cargas de TNT que eram acionadas por controle
remoto. A operação era segura. Conseguiram chegar às encostar
do monte McCumber. O material coletado (pedaços de rochas) seguia para
o laboratório, onde era classificado antes das análises.
O sol já ia desaparecendo, prometendo voltar daí a dois meses.
Eram períodos de escuridão total. O levantamento não seria
interrompido por essa razão. Continuaria nas noites claras pelas estrelas
ou luar, ajudado pelos equipamentos levados pela equipe.
Muita nevasca aconteceu. A permanência da equipe ficou seriamente prejudicada
nos abrigos. No laboratório, os exames continuavam. Identificaram vários
metais, mas sem interesse econômico ou bélico.
Num certo momento, um técnico em análises procurou o Dr. Kane
para lhe dar a notícia, que haviam identificado urânio. As pedras
trazidas foram estendidas e preparadas para os exames. O resultado foi surpreendente.
Passaram o contador Geiger e ficaram ouvindo os sinais. Era urânio mesmo.
Prepararam uma expressiva quantidade de rochas para serem levadas para os Estados
Unidos. Os trenós que os levariam até o Albatroz estavam prontos.
Após longa viagem, chegaram à lagoa onde se encontrava o navio
e daí, zarpariam para as suas casas. O navio levantou âncora, deixando
para traz aquela tenebrosa região.
Ficaram muito contentes quando passaram o estreito de Drake e atingiram as
ilhas Malvinas. O mais difícil já havia ficado para traz. Todos
comemoraram o retorno. O Dr. Kane mandou abrir algumas garrafas de bebidas.
Vinte dias após, chegaram ao destino.
Foram recebidos por autoridades federais.
Senhor, disse o Professor Kane ao Ministro: vou encerrar o meu relatório,
despedir-me da tripulação e voltarei à Universidade. Missão
cumprida.