Três fatos de alta importância histórica para a música
popular brasileira, coincidiram na segunda metade deste 2005. São dois
filmes e documentários em DVD. Vamos lá: os filmes são
"Coisa Mais Bonita", sobre a Bossa Nova, dirigido por Paulo Thiago
(que agora já existe em DVD); o "Vinicius", dirigido por Miguel
Faria Jr. E caixas de DVDs com farta documentação e vários
capítulos de um documentário longa-metragem sobre o Chico Buarque,
que em parte foi exibido pela Rede Bandeirantes e logo uma edição
DVD foi para as lojas.
Não sou crítico de cinema nem me meto a tal. Meu julgamento é
o de um espectador normal, mediano. São três excelentes documentos
sobre um mesmo momento de ouro de nossa Música (a Bossa Nova) que se
conclui com o seu instante seguinte, ou seja, a obra para mim (e todos os brasileiros)
eterna e genial do Chico Buarque de Hollanda.
Além da saborosa feitura, estas três obras audiovisuais possuem
outro condão: são registros históricos de valor para as
novas e futuras gerações já intoxicadas de "rocks",
"funks" etc., que com exceção de seu valor sociológico
(que existe), do ponto de vista musical, com pequenas exceções,
são lixo sonoro, quando não núcleos de alienação,
delírios, desmedidas, além de insuportável redundância
na instrumentação, nas caretas e nas harmonias paupérrimas.
Os dois filmes e os DVDs /documentários contam com a presença
de um Chico Buarque solto, bonito, simpático, natural e inteligente,
sendo que o filme "Coisa Mais Bonita", sobre a Bossa Nova, além
de breves intervenções do mesmo Chico, muito ganhou com a narrativa
primorosa em informação sensibilidade e naturalidade dos grandes
Roberto Menescal e Carlos Lyra. Parecem (e são, de alma) dois irmãos
a conversar. Já o filme "Vinicius", conta com uma gama variada
de testemunhas diretas da vida, influência e amores dele. Além
do talento, é óbvio.
Nas três obras que abordo a fartura de informações e a qualidade
musical são impressionantes! É como se estivéssemos em
um show de encantamentos. Beleza pura! O Brasil era feliz e sabíamos.
Em suma: não sou propagandista de nada. Apenas testemunha dos tempos
da bossa nova, autor de um livro sobre a mesma, e apaixonado pela música
de meu País. Com exceção do "Vinicius" que por
enquanto só existe em ótimo CD com a trilha sonora do filme, mas
juntamente com ele, os DVDs do "Coisa mais Bonita" e os do Chico Buarque
podem despreocupar os leitores e leitoras de buscarem, aflitos, maravilhosos
presentes de Natal: qualquer um dos três arrebenta a boca do balão.
Um grande momento deste nosso Brasil que termina o ano carente de auto-estima,
alegria e exemplos de coerência, grandeza e amor ao País.
Vinicius
Direção: Miguel Faria Jr.
Duração: 124 minutos
Ano: 2005
Quer outra dica de filme? |