Rolf Rhenius
Com quatorze anos enfiei, de madrugada, por baixo da porta do quarto de meus pais, a p�gina do jornal com a coluna di�ria que eu passara a escrever. Que t�tulo feio que lhe tinham dado - Focalizando - pior-piorado pelo desenho de uma foca substituindo as primeiras s�labas! Mas minha felicidade me lambuzava e mal cabia no jornal de pequena circula��o da minha segunda cidade natal - Petr�polis, no Estado do Rio de Janeiro (nasci no Rio em 44). A cidade e seus habitantes sobreviveram �s minhas colunas - o que dizer aos hor�scopos! - e o primeiro amor tomou forma. Nas f�rias escolares, ia para a beira da estradas e, de carona, fui conhecendo os "brasis". Assim fluiu minha adolesc�ncia e desag�ei no curso de Jornalismo da PUC-RJ. N�o passei de "foca" - olha ela a� me perseguindo - pois morte e medos desviaram o curso para a plan�cie e fui encher o lago dos executivos estressados de multinacionais. Muitos anos depois, um salto para a consultoria, mas aprendendo enquanto professor de p�s-gradua��o da ESPM do Rio de Janeiro. E de morada em morada, passando por tantas cidades e pelo Porto - minha terceira cidade natal - at� aqui, novamente no Rio de Janeiro, com meu �ltimo amor, fui aprendendo a perceber o �nico "outro" entre tantos outros, como o que "dele" h� em mim. E agora, em agito de piracema, a montante pelos meus antigos "eus", vou iniciando um recome�o-fim, aprendendo a falar destes tantos "n�s".