Mauro Gouvêa
Meu nome é Mauro Sérgio Pinto Gouvêa. Mais por sonoridade do que por numerologia, assino e prefiro ser conhecido como Mauro Gouvêa. Nasci em Juiz de Fora no dia 27 de abril de 1965 e nunca fiz meu mapa astral. Morei no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Ouro Fino, em Campinas, em Rio Claro, em Cachoeirinha (RS), mais uma vez em Juiz de Fora e, por fim, novamente em Ouro fino. Em cada uma dessas cidades deixei um pedaço de mim e incorporei outros tantos. Nasci tantas vezes e vivi com intensidade. Fui criança, adolescente, adulto e velho.Cheguei a estar morto. Estive nos extremos de todos os sentimentos. Amor e ódio, nobreza e vilania. E por estar nos extremos não fui completo. Escrevo por vício, uma catarse para minhas angústias e euforias. Fiz terapia e análise com psicólogos diferentes e psiquiatras divergentes. Internei-me literalmente e figurativamente. Em 41 anos vivi muito mais do que posso me lembrar. Embebedei-me e droguei-me. Purifiquei-me. Conheci o céu e o inferno, hoje sei que tudo não passa de purgatório. Estive em diversas igrejas, templos e terreiros e não encontrei Deus. Procuro-O ainda e eventualmente percebo Sua sombra dobrando as esquinas. Sou poeta. Escrevo e escrevo-me. Acredito que a melhor defesa é a fuga. Sei, por experiência, que quando um não quer o outro apanha. Devagar se vai ao longe, mas perde-se muito tempo. Quem espera nunca alcança e fica frustrado. Publiquei um livro de poesia aos 19 anos (produção independente), tiragem mil exemplares, vendidos nos bares e faculdades do Rio de Janeiro. Ganhei alguns prêmios, nada muito importante. Deixei de dizer alguma coisa? O que não está aqui está em meus poemas.