No quarto escuro
Vi a cobra, tortuosa e réptil
Esgueirada num canto imóvel
E o pavor que a acompanhava
Ao lado do mundo trágico
Não nos movemos, cativos
Da percepção e nos olhamos
Através de olhos que não viam
E não havia luz
Que o temor mais enegrecia
E mais horror embrutecia
Da inerte cobra que não via
E do Sol, que em algum canto brilhava,
Uma réstia de luz surgiu,
E vi a corda dobrada
E o encanto sumiu