I
Na cabeça da Medusa havia serpentes
que diziam para o tempo, perpetuar,
e não eram ao todo as serpentes más,
queriam apenas perpetuar em pedra,
para que o tempo não dissipasse,
por exemplo, coisas tão tardias,
a face de uma criança contra velhice...
Na cabeça da Medusa havia serpentes
nos olhos das serpentes, encantos
contra o ressoar de outros tempos,
e no habitat de Medusa, um templo
dedicado a perpetuação do cotidiano.
II
Quando Medusa provou do veneno,
pode perceber este encanto nos olhos,
que diziam elas para o tempo, perpetuar,
era em estátua que esta presente ficou.
Contam, porém, existem as divergências,
que Ulysses já velho e exausto de aventuras
teria permitido que uma serpente apenas,
aquela sobrevivente da cabeça de Medusa
vive-se, não por caridade, (este não o tinha,
gestos como este, tinha sido como deuses)
sendo parte do projeto de então perpetuar.
De Ulysses nunca se encontram despojos,
e comentam ainda que quando a serpente
lhe olhou, lhe perspectivou com admiração,
fato único para o terrestre...