Do pântano horrendo e caudaloso
A borbulhar lama fervente
Caminha lenta no limo fétido
A misteriosa nua serpente.
E serpenteia no virgem rio
Tão vagarosa a filha da lua
Pálida deusa mãe do absurdo
A fazer ferida em minh'alma nua.
E na noite fria de cerração
Ela embebeda-me com o mel impuro
Doce veneno caloroso fero
A obrigar-me a mergulhar no escuro.
E na agonia minha dor soberba
A suplicar com meus ais infindos
A vil megera de olhar faminto
Fita-me firma e me diz: bem vindo.
(02/04/2006)