O que é a cidade senão o espaço,
o tapete, o pedregulho,o confinamento,
o prazer,a prisão, o lazer,
a devassidão !
O que é a cidade senão amontoados
de pernas apressadas
que vão
e que vêm à hora marcada !
Ou pernas descansadas da obrigação
desfilam também apressadas!
O que é a cidade senão concreto
carregado, lavado pelos braços ágeis e incansáveis,
construindo arranha-céus
entre a floresta e o mar,
abrindo caminhos por túneis
ligando asfalto e barro!
O que é a cidade senão um coração
que pulsa por todos nós
e as luzes se apagam
lembrando o cair da noite.
Cidade dorme!
Dorme acordada por poucos
que vagam por suas livres e sombrias avenidas
em passos de equilibristas,
malabaristas,amantes, boêmios, passistas!
O que é a cidade senão todas essas vozes, gritos,
sussurros,passos, gestos
que ecoam da alma da gente
e misturam-se à primeira avenida
nas cidades dos brilhos de néon cintilantes!
És tu! São Paulo !
São Paulo dos 450 anos!