A Garganta da Serpente
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Uma aventura paira sobre a pauliceia

Entre as coxas de um cavalo de brechere
Ascendo cigarros em pontas pelo chão.
Alegres cinzas animando a abstração
Sobre os carros pelos viadutos, o chá.

Pedestres solitários,
Heróis deste fracasso pálido sem esmos,
Roda gigante,
Estamos no topo das marquises pelo vão de Niermeyer:
- O MASP é meu!!!
Um palco de paralelepípedos inundados
Por arranha céus...
Longe dos esgotos do Brás.
Somos únicas entre as nuances das mulheres nuas de Indianópolis.

O cú do Padre está atrás da Igreja
No Largo da Batata,
Secretos encontros, ruas.
A burguesia não pára de empanturrarse,
em Moema, Vila Olímpia ou Madalena.
Tanto em nada!

Preferia ficar estampado no primeiro de seus postes, São Paulo!
Um panfleto!
Um manifesto contra o asfalto!
Um ramalhete de flores plantado da cabeça de qualquer urbanista!

Daniel Metrius



Daniel Metrius

(Paulistano da Cidade de Deus, sobrevivente do lixo dos guetos, filho de Diadema, hoje morador da zona norte de São Paulo. )
postado em 10/12/06
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