Miscelânea visual.
Alimenta o bom, engorda o mau.
Terra dos Silvas, dos Santos,
das Marias e Anas,
do um só na multidão,
dos palácios e choupanas,
das ruas, dos malabares,
dos pagãos e dos altares.
Terra que, minha,
inda não é
e, sua, jamais será.
Caleidoscópio a confundir
buzinas frenéticas,
com freadas sonoras;
serestas encomendadas,
com fios que se cruzam
na melancolia da fala
de gente que abusa
do berço que a embala.
Vislumbrando o semáforo do dia,
no céu que hoje apenas veste jeans,
busco as faces que absorveram
o véu da chuva franzina
e procuro pelas retinas
onde o cinza se perdeu...
A cidade travestida
de fartura e fome
desistiu de ser menina,
pois, solicitada, endureceu.
São Paulo agora é homem,
que maduro não sucumbe
diante de sua sina
e, com braços enormes,
envolve sem jeito
corpos com alma
e almas disformes.